capítulo 17

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Monstro..monstro..monstro.. é isso que eu sou. Digo com as mãos na cabeça.
Estou sentada no chão do quarto, onde Kayla deixou eu ficar..parece que estou enlouquecendo. Não consigo mais dormir direito há dias, desde o dia em que toquei Liza tenho tido alucinações e elas estão me deixando louca.
- A mente dela está um caos Dylan. Fala Kayla andando pra lá e pra cá no quarto.
Dylan faz menção de tocar a minha mão.
Me afasto dele rapidamente.
- Não encoste em mim. Digo assustada.
Escuto um grito de uma menina. E tampo os ouvidos.
- Faz ela parar de gritar. Digo alto de mais.
- Não tem ninguém gritando Emily. Fala Kayla olhando Dylan.
De repente a menina para de gritar.
Tiro as mãos dos ouvidos. Vejo que Dylan e Kayla estão tentando falar comigo mas a única voz que consigo escutar é de um menino irritado.
- Quando tocar uma pessoa certifique se de não se matar no processo sua tola. Fala o menino
Ele está me repreendendo? Sacudo a cabeça pra sair dessa alucinação.
- Você nunca me escuta. Fala ele aborrecido.
Sinto a resposta na ponta da lingua como se eu já tivesse respondido a isso.
- Não são alucinações... São lembranças. Digo olhando Kayla discutir com Dylan mas sem ouvir suas vozes.
Eu não estou ficando louca. Digo a mim mesma respirando fundo e me concentrando na voz do menino.
- Não precisa ficar bravo comigo. Digo ao meu amigo de infância
Ao contrario do que eu sempre acreditei...eu tinha um amigo e da mesma espécie que eu. Ele era um híbrido e muito arrogante por sinal. Só não entendo como eu pude me esquecer dele.
Essa lembrança que estou revivendo eu tinha uns oito anos. Eu estava sentada na grama do quintal da minha casa. A casa onde eu morei com os meus verdadeiros pais cujo eu nem lembro seus rostos.
- Não estou bravo é que as vezes você tira a minha paciência. Fala o menino de olhos vermelhos e cabelos preto revirando os olhos.
- Eu não tiro a paciência de ninguém. Digo furiosa- Além disso as minhas habilidades são melhores do que a suas. Digo petulante.
Olhos vermelho dele brilharam de raiva mas suavizaram para diversão.
- Se assim então eu vou embora. Fala ele suavemente subindo no muro em um piscar de olhos e sentando lá.
- Você prometeu que não ia me deixar Caleb. Digo me a levantando do chão e apontando meu dedo pra ele.
- É eu prometi. Fala ele pensativo - Mas todas as promessas tem brechas. Fale divertido.
- Você é meu amigo. Digo.
- Sua mãe não ficaria feliz se soubesse disso. Fala ele rindo.
- As outras crianças tem medo de brincar comigo porque sabem que vou machuca las. Digo chateada.
- Elas são idiotas. Fala ele sorrindo - E além disso elas não são especiais como nós. Fala ele orgulhoso.
- Eu gostaria de ser como eles. Digo cruzando os braços.
Caleb me olha com uma expressão magoada.
- Não é tão ruim assim ser um híbrido. Fala ele com raiva.
- Desculpa não foi isso que eu quis dizer Caleb. Digo tentando me desculpar.
- Eu sei muito bem o que você quis dizer. Fala ele fechando os olhos com raiva e sumindo. Naquele momento eu não sabia que quando eu voltasse pra dentro de casa algo iria mudar. Lembro de alguns flashes de sangue no chão e minha tia Mary me pegando no colo desesperada. Eu estava soluçando mas não lembro o porque.
- Você não vai lembrar disso querida. Vai ter uma vida normal como sua mãe queria. Fala tia Mary limpando as lágrimas do meu rosto.
- Quero a minha mãe. Digo chorando.
Mas então a minha vida que eu acreditava ser verdadeira passou pelos meus olhos... A continuação onde eu me lembro muito bem..meus aniversários..minha tia Mary elogiando os meus desenhos.. Momentos felizes e então a parte deprimente da minha adolescência onde eu aceitei que eu jamais iria me encaixar mas isso não é suficiente, eu sei que ainda há mais coisas pra eu lembrar.
- Eu consegui me lembrar de algumas coisas. Digo voltando a realidade.
Dylan e Kayla param de discutir e olham pra mim.
- Preciso achar um amigo. Digo me a levantando e olhando Dylan.
Ele parece não gostar muito da ideia como se soubesse de quem eu estava falando.




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