Ele é o que foi criado pra ser.

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- Sabe que não temos muito tempo, não é Victor? - Disse uma voz ao fundo, rouca, como se fosse um homem de idade, como se estivesse dando uma ordem, irrevogável.
- Estou dando o melhor de mim, Logan. Não confia mais no ultimo descendente vivo, do nosso Grande Filho do Dragão? Ou melhor, filho do Demônio? - Disse Victor, se concentrando pra abrir, o recipiente ali, feito de mogno, com pedras preciosas cravadas num filete dourado, com entalhes feitos a cortes por uma lâmina, que dizia: " Aqui jaz o reviver de uma lenda."
Logan se perguntava o que levava Victor a fazer aquilo. Mas como se lesse seu pensamento, Victor diz:
- Eu faço isso, por nós. Pela nossa vivência histórica, pelo nome do Conde das Trevas, e por levar o nome Vlad comigo, e não pela simples glória. A glória pra mim não é nada. Meu poder, é muito maior do que apenas um titulo de grandeza. Quero ser lembrado? Sim, mas não por apenas carregar o nome do Filho do Demônio. E sim, pelos atos que fiz.
Logan, surpreso, rebate:
- Eu entendo, Lorde Victor.
Victor diz:
- Acho que temos companhia. - Ao dizer, ele inclina a cabeça pra saída do lugar onde estavam, tal, feito de rochas, por toda sua arquitetura, com apenas bifurcações que indicavam o próximo caminho. Quaisquer estranho que estivesse ali se perderia fácil.
- Eu cuido deles, Milorde. - Disse Logan espinhando a espada, feita de uma lâmina, de cor prata, feita de aço reforçada, com um entalhe que dizia "Grande Guerreiro, forjado pela destreza e ódio." Porém entalhado, de uma forma que coubesse da lâmina mediana que compunha.
A retirou da bainha, e segurou com as duas mãos, enquanto Victor, guardava a caixa e empunhava também sua espada, de lâmina grande e pontiaguda. Os cabelos de Victor, pretos como a noite, reluziam ao refletir da lâmina. Assim como seus olhos cor de fogo, que reluziam com a grandeza de um último descendente de uma linhagem de sangue vampiresco pura.

- Há quanto tempo não o vejo, milorde. - Disse, uma voz na escuridão, uma voz trêmula, que acentuava a cada passo mais perto na direção do conde e seu aliado.
- Não me vê porque sabe que se me ver, não viverá muito pra contar a história, Carlton.

Carlton era um caçador de vampiros, e de lobisomens, e dos piores, um dos mais dignos de ser chamado de caçador.
- Sempre tão desafiador. Porque não vem e me prova do que é capaz? Sabe que darei o melhor de mim. - Disse ele, seguido de uma risada de deboche.
- Bom. - Disse Victor. - Você deveria ser digno de se provar grandioso, a mim. Eu sou milorde e vou deixar que me desfira o golpe pela esquerda de cima pra baixo que quer executar, logo pensou que eu ainda não leio mentes? Se esquece dos meus poderes, mortal. Não sou nenhum Deus. Ainda. Mas meu nome e de quem anda comigo vão ser lembrados, e escritos com o sangue de quem se opuser a mim. E Logan, pode ir atrás do outro que está fugindo há ... Num raio de dezesseis metros, quase dezessete.
- Mas como..? - Disse o caçador, pasmo, enquanto Logan obedecia as ordens de Victor.
- Esperava mais de você caçador, acha que eu cairia no seu simples truque? Me faz rir, internamente. Venha e me desfira o golpe que acha que tem que desferir e vamos ver se tem sorte.
Num lance rápido, Carlton, salta em direção a Victor, desferindo um golpe reverso com a lâmina curta feita de prata, mas ao aterrissar a lâmina no peito de Victor, com sua força toda aplicada a penetração da lâmina no peito, viu que Victor permanecia imóvel como uma estatueta. Aí ouviu-se a gargalhada do mesmo, alta.
- Mas como? - Carlton, ainda mais desapontado e pasmo, disse.
- Mito antigo. Eu sou imune a prata. Tudo aquilo que me fere, se eu me machucar eu posso absorver. Vampiros não sugam apenas sangue, seu esteriotipado podre.
Num movimento rápido, Victor lança Carlton longe enquanto tira a lâmina de seu peito como se não fosse nada, e após um segundo, Victor, estava por cima de Carlton, segurando seus cabelos abrindo o caminho para suas presas enterrarem com tudo no pescoço do caçador, enquanto o mesmo, secava e sucumbia no colo de Victor, que disse:
- Mas nesse caso, sou apenas um sangue-suga não é? - E jogou o cadáver dele longe.
Nesse instante, Logan voltou:
- Milorde, o que me pediu pra fazer, está feito. Matei o que seguia ... Seguia... Onde está...- No momento, ele trava a fala e ele olha o cadáver de Carlton, putrefado, e seco, no canto do recinto onde se encontravam.
- Eu não ficaria vendo. Às vezes eu até tenho nojo de olhar. - Disse Victor, guardando sua espada inutilizada, e o recipiente entalhado que pegara, no pequeno altar ali.
- Milorde, e agora? - Disse Logan, curioso.
- Agora, meu fiel amigo, vamos voltar para o nosso esconderijo. E mostrar para os puros, que a grandeza começa agora.
Saindo passos à frente, Victor não espera o amigo. Logan fica parado no lugar e diz, com um sorriso de lado:
- Ele é o que foi criado pra ser.

BLOOD WAR: Guerra de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora