Abandonai a esperança, vós que aqui entrais.

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Ainda no Castelo Eastnor, enquanto a criança híbrida adormecida, era examinada por Logan, Victor estava inquieto na sala onde ele designara para tal análise.
Com seu livro sobre criaturas antigas, não muito novo, escrito provavelmente pela década de mil e quinhentos, ele pesquisara, algo sobre o híbrido.
- Achei um trecho que explica o que é essa criatura. - Disse.
- Então - Disse Logan enquanto examinava as presas ainda do lado externo da carde dentária, da criança - O que diz aí?
- Pois bem. Aqui tem os dizeres: - Victor sentou-se numa cadeira próxima à mesa onde a criança estava, e pôs-se a explicar o que havia na passagem do livro. - "híbridos são uma mistura sobrenatural entre duas espécies diferentes. Até agora, os híbridos comprovados são originados de um cruzamento entre um lobisomem e vampiro. Eles são os mortos-vivos mais poderosos, com ambos os poderes de vampiro e lobisomem e suas respectivas características. Existem alguns relatos de existirem híbridos de feiticeiros e vampiros, mas nada nunca foi comprovado em nenhuma atividade sobrenatural, tais como os híbridos de vampiros e lobisomens onde o indivíduo não assume a forma de nem de uma criatura e nem de outra."
- Esclarecedor. - Disse Logan.
Victor tentando fugir daquele assunto tentando ganhar tempo, advertiu Logan sobre um assunto muito importante:
- Fiel amigo, acho que já pode ir. Avise Sophia que se prepare para o jantar, junto com Castle. Chego logo em seguida. - Disse Victor, afastando o amigo.
- Sim ... Milorde. - Concordou Logan.

Em algum lugar de Manchester, Highstain seguia a trilha incessante deixada pelos lobisomens, há algumas horas, reunira todas as informações que precisou de habitantes locais perto da trilha, para que pudesse ter certeza se estava seguindo o caminho certo. Porém, Highstain disse que procurava um parente distante, e deu as características de Henry, para que não levantasse suspeita.
- Eu vi ele, saiu com mais dois rapazes e uma menina. - Disse um andarilho.
- Tome. Obrigado pela ajuda. - Highstain lança um trocado para o andarilho que o corteja em forma de agradecimento. - Que as forças maiores me guiem nessa busca solene para matar criaturas profanas. - Disse o mesmo, acelerando o passo.
Alguns metros dali, ouve-se uma voz trêmula e aguda, que arrepiou sua espinha.
Era Karnos.
- Como está sua busca Highstain? - Perguntou Karnos. Karnos não perguntava nada, com rodeios, sempre iria direto ao assunto, mesmo que isso o julgasse precipitado demais.
- Meu.. Lorde. Estou nessa trilha há algumas horas, pelos meus conhecimentos, mais umas horas de caminhada, ao decorrer da trilha, estarei nos arredores de Eastnor, perto do castelo abandonado. - Explicou Highstain.
- Soube que aquele castelo, não está totalmente inabitado. - E a voz de Karnos ecoou, trazendo o arrepio mais uma vez a nuca de Highstain.
- Meu Lorde, estou grato pela informação. Mas como sabe, sendo que lá está inabitado há séculos? - Questionou.
- Dúvida de mim, Caçador? - Irritou-se Karnos. - Eu sei tudo o que acontece no mundo sobrenatural. Sou uma força maior, e devia saber disso. Talvez tenha que dizimar mais alguns dos seus para que não questione mais o meu poder. - Exclamou.
- Não Meu Lorde. Tudo o que pergunto é para meu próprio aprendizado. Nunca duvidei do seu imenso poder. - Recompôs-se.
- E nem há de duvidar. Mato-o com um simples estralar de dedos. - Advertiu.
- Sim Meu Lorde. Mas guie-me até este castelo, os lobisomens não aguentarão andar por muito tempo. Nem em forma de lobo. E se eles pararem, pararão neste castelo abandonado.
- Talvez. Mas antes preciso conversar com alguém. Odeio devedores que não pagam em seu devido prazo. Feito isso, te guiarei, onde desejar que vá.
- Me sinto agradecido Meu Lorde.
- Não quero sua gratidão. E sim sua submissão. Você me tem sido muito útil para caçar aquele recepiente para mim. Será recompensado.
- Sim Senhor, Meu Lorde. - Nesse momento, Highstain parou onde estava e ajoelhou-se, em forma de reverência.

Perto do Castelo Eastnor, Seis e quarenta e sete da noite

Henry junto com seus companheiros de bando, aproximam-se do castelo, com o intuito de aniquilar aquele clã existente ali.
- Scott - Henry apontou para o garoto, recém recrutado, que estava rolando na grama. - Assim você desgraça nossa reputação. Somos lobisomens, licantropes, e não cachorrinhos com sarna. - Irritou-se Henry, e na mesma hora, Scott assumiu a forma humana e pôs-se de pé.
Ao lado de Scott, uma voz feminina ecoou:
- Senhor, devemos adentrar o castelo agora? - Perguntou Melissa.
- Não. - Respondeu Henry - Vampiros são letais de dia, e quase imortais à noite. Atacaremos ao amanhecer. Guarde energia e descanse. Não sabe que estamos aqui. Estranho como cheiram tanto. Seguimos praticamente o caminho todo e a trilha nos trouxe aqui.
- Sim Senhor. - Disse Scott e Melissa em coro. A voz de Melissa era angelical, não que isso tenha um tom irônico, mas a voz dela fazia por merecer o título de voz de anjo. E isso tinha um efeito arrebatador em Scott, que se distraia toda vez que a olhava.

Castelo Eastnor, Oito e trinta e dois da manhã

- Não vê que isso pode ser uma ameaça?! - Exclamou Logan a Victor.
- Eu sei, mas não largamos um que seja vampiro, para trás, eu o feri e eu vou trazê-lo para o nosso lado. Eu fiz isso pensando na gente! Por que não compreende? - Respondeu Victor.
- Porque tudo o que você inventa fazer, acaba mal, o recipiente, não era pra ninguém ter morrido.
- Pessoas erradas, no lugar errado e na hora errada, não tem um destino muito bom, não é mesmo? - Victor deu um sorriso de lado.
- Porque você leva tudo isso como uma grande brincadeira? - Irritou-se Logan.
- Eu tenho todo o direito de achar isso uma brincadeira. Se não está contente, saia daqui. Não estou impedindo. Mas se você ousar se voltar contra mim, não hesitarei de te matar e te entregar aos abutres. - Respondeu Victor, se virando para atender à porta onde alguém batia nela incessantemente.
- Senhor, posso falar com o senhor a sós? - Sophia entrou na sala de Victor e se ajeitou no banco do piano.
Victor deu sinal para que Logan saísse e vigiasse o menino. E se aproximou de Sophia, e fechou a porta.
- Olá minha querida. O que faz aqui?
- Quero vê-lo tocar. Há tempos que não toca, e além do mais, gosto da melodia. - Sorriu Sophia.
- Certo. Se prepare. Conhece Bach? Vou tocar uma das sinfonias dele para você.
E pôs-se a tocar. Victor tocava com uma precisão imensa, a representação de notas na partitura, era totalmente executada com perfeição por ele. E para o encanto de Sophia, ela sentia que ele tocava com o coração.
Quando Victor terminou de tocar, ele se virou para Sophia, para perguntar se ela tinha gostado.
Os olhos arroxeados dela brilhavam como uma pedra preciosa quando olhava pra ele.
- Gostou? - Perguntou Victor.
- Obviamente. Você toca feito um anjo. - Ressaltou Sophia.
- Apenas toco como um. Eu toquei essa música quando te salvei na Eslovênia no século passado, lembra? Ah não. Estava desacordada.
- Apesar de tudo, me lembro sim. - Rebateu.
- Ótimo. Que bom que se lembra. Vinho? - Estendeu uma taça a moça.
- Claro - Pegou a taça.
No mesmo instante, Victor parou. Repousou a garrafa e olhou para fora do castelo.
Ao fundo, um grupo de cachorros estava em cima da colina.
Sophia se aproximou da janela da sala em que tinha visão direta para as colinas do castelo, e disse:
- Milorde, são só cães, eles não vão... - Interrompeu-se. - Espere, eles não são...
- Sim. Lobisomens. - Completou Victor.

- Vamos, ataquem!!!! - Gritou Henry, frisando o olhar em direção às masmorras do castelo.
O bando corria em alta velocidade, até a entrada de baixo do castelo.
Passo após passo, o castelo aumentava de tamanho, os lobos se impressionaram com tal castelo, velho mas conservado. Mas isso não tinha importância, eles queriam pegar Victor, e seu recepiente.

- Todos a postos! - Ordenou Victor.
O clã se preparava para a chegada da pequena matilha, na porta da masmorra, onde a suposta trilha seguida pelos lobisomens acabara.

Numa pedra alta, no mais longe das colinas que rodeiam o castelo, estava Hisghstain, com um binóculo e várias armas cortantes de pequeno porte, mas que fariam um completo estrago em contato com um corpo.
- Vamos deixar os peões se chocarem para que os reis entrem depois. - Disse Highstain, observando uma pequena matilha de lobos que deviam ter no minimo, uns dois metros e meio de comprimento.

- Abandonai toda a esperança, Vós que aqui entrais. - Disse Victor, enquanto a matilha vinha em absurda velocidade, em sua direção, No mesmo instante ele estaria retirando da bainha, uma longa espada, espada essa que estaria destinada a cortar pele de lobo naquela manhã.

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2016 ⏰

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