Lençol de Sangue

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Mais tarde no Castelo Eastnor, Malvern, Victor se preparava para abrir o recipiente.
Num salão ornamentado, com estantes em paredes adjacentes, luminária já suja de poeira, carpete vermelho novo, móveis de madeira rústica nos cantos da sala, e havia um quadro antigo perto de um piano de cauda. Junto aos móveis da sala, estavam duas estantes com livros de várias temáticas.
"Aqui jaz o reviver de uma lenda."
- Não posso abri-lo. Não me sinto digno de tal poder. - Disse Victor a Logan.
- Mas Milorde, o senhor é o mais digno dos puros, o mais poderoso dos vampiros existentes, e o mais justo para receber tal dádiva.
- Obrigado meu fiel amigo. Mas não me sinto preparado. Esconda-o, até que eu sinta o emergir da minha sede por poder vir até mim. - Disse Victor, entregando o pequeno baú ao seu amigo.
- Sim, Milorde.
Ao entregá-lo, Sophie entra desesperada, no Salão onde Victor estava:
- Alguém adentrou o castelo, o indivíduo se encontra no porão! - Exclamou.
- Vá ver quem é. Já estou impaciente de tanto que tentam me atingir.
Nos porões do castelo, o ambiente era muito hostil, tal com enorme odor de morte, uma densa escuridão, escuridão que se acendesse uma tocha, no local, ela iluminaria apenas quem a carregasse. Era composta de saídas bifurcadas, sem janelas, apenas portas. Precisava de um mapa topográfico para se orientar por ali. A construção era feita com pedras, lisas, nas paredes e paralelepípedos no chão.
Ali ficavam os renegados, em suas celas, como se fosse uma masmorra, apenas esperando as ordens de seus controladores de atacarem seu alvo.
- Sinto pelo cheiro, que não é um de nós. - Deduziu Logan.
- Sim. Um de nós não usaria essa colônia fétida, barata. Usaria algo mais digno para se perfumar. - Disse Victor, com sarcasmo.
- Acho que - Disse Sophie - É o revoltar de um dos renegados. Deve estar com fome.
- Mas qual revoltado, se revoltaria com seus donos? Nós os criamos, e eles têm que ser gratos por isso. Não seriam tão estupidos a ponto de organizarem um motim. - Disse Logan.
- Esperto como sempre meu ardiloso amigo, contudo - Interrompeu Victor - Eu acho que tudo é possível quando se trata de renegados. Ou não se lembra do seu passado?
- Não toque no meu passado. - Rebateu Logan.
- Tenho o direito de te lembrar para que as possibilidades refresquem tua memória. Ou acha que não? - Disse Victor.
Num momento de raiva, Logan avança para seu amigo, mas Victor é mais rápido e encurrala-o na parede. E diz:
- Se você em apenas algumas palavras é capaz de se rebelar, o que espera dos renegados hein, meu amigo? - Disse Victor, e Logan sentiu o pesar de cada palavra em teus ouvidos.
- Perdoe-me Milorde. Não vai acontecer outra vez. - Replicou Logan.
- Claro que não vai acontecer. Porque se acontecer, não vai haver um ser vivo que vai me fazer hesitar em te matar, meu amigo. - Disse Victor.
De volta aos corredores do porão, Sophie, Logan e Victor param de andar.
- Sentiu isso? - Disse Victor.
- Milorde. Essa energia... - Disse Logan.
- LOBISOMEM!!! - Gritou Sophie.
Num passo para trás, a fera se aproximou do trio, e num salto os três se dividiram, Sophie rolou para esquerda atrás de Victor. E Logan rolou para o lado contrário. E a fera tampava a luz no porão. Fazendo o lugar ficar em plena escuridão.
Imersos, Victor lançou Sophia para o lado, onde Logan deveria estar. Empunhou da bainha, um sabre pontiagudo. Lançou sobre a fera, e ouviu-se o urro.
Logan alcança a tocha, e ilumina a si e a Sophia.
Enquanto os iluminava uma sombra vinha na escuridão. Passos cautelosos eram ouvidos,
Uma respiração ofegante era sentida, e ao emergir das sombras, estava Victor com um menino em suas costas, e com sangue na boca.
- Milorde, você matou... - Aterrorizou-se Logan0
- Apenas o feri com o sabre. Não o mordi. Esse Sangue espirrou em minha face. - Explicou Victor. - Temos que examina-lo.
- Não se examina nenhuma criatura no castelo, e Milorde sabe bem disso. - Retrucou Sophia.
- Não é apenas uma criatura. É um híbrido. - Afirmou Victor.

Ainda no depósito em Coventry, Karnos deduziu que Highstain já iniciara sua busca atrás de Victor. Ele se desmaterializa em uma poeira e some dali. Indo em direção a localização do Pub de Lobisomens.
Alguns minutos depois, a porta do Pub se abre. Porém, o Pub estava vazio. Karnos já imaginava que os lobisomens iriam atrás de Victor também. Então se desmaterializando outra vez, ele sobe aos céus e voa através da densa névoa de Birmingham, seguindo em direção ao castelo Eastnor, em Malvern.

Highstain seguia uma trilha não feita pelos vampiros, mas sim pelos lobisomens, já fazia algumas horas.
No meio do caminho, ele encontra Silvester, outro caçador, que se reúne a ele nessa busca.
- Olá, é da ordem também? - Pergunta Highstain.
- Sim. - Diz Silvester friamente. - O que faz pra cá?
- Estou numa trilha de lobisomens. - Respondeu Highstain.
- Ótimo. Estou seguindo ela também há algumas horas. - Explicou Silvester.
- Mas você veio em direção oposta à mim. Não teria como você seguir a mesma trilha que eu, sem que eu não o notasse. - Disse Highstain.
- Estava atrás da minha mulher, Abgail, mas quando cheguei no depósito em Coventry, apenas tinha o cadáver dela no chão. Com certeza, a coisa que a matou, fez essa trilha. Então eu a sigo pra conseguir matá-la. E vingar minha mulher. - Explicou Silvester.
Ao ouvir essa história, Highstain, empunhou a arma que empunhava em sua bainha, segurou com as duas mãos, e cravou-a no peito de Silvester, e a girou. Silvester arregalou os olhos, cuspiu sangue pela boca e caiu no chão morto.
- Ao Lorde Karnos. - Disse Highstain, retirando o sabre, do peito de Silvester.

Numa região montanhosa, a poucos quilômetros do castelo Eastnor, estava Henry, Melissa, e Scott, um lobisomem mais novo, filho de Henry.
- Estamos chegando, senhor? - Perguntou Melissa a Henry.
- Estamos. Mas os vampiros não estão sozinhos. Tem alguém muito poderoso com eles. Eu sinto o cheiro. - Disse Henry. - Continuemos! Estamos perto! - Exclamou.
A matilha de forma em cima de um monte verde, o trio de lobisomens, pulando e correndo, indo a busca de Victor, e seu clã de vampiros. A cada metro corrido pelos lobisomens, a sede e a ira de Henry e seu grupo contra os vampiros, só aumentava.

BLOOD WAR: Guerra de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora