Amor Por Contrato

Home - Juliana Bieber

Saio do quarto e a casa está um total silencio, vou até a cozinha abro a geladeira e fico olhando por uns cinco minutos e a fecho sem pegar nada, vou até a sala e ligo a TV e apenas fico pulando os canais até decidir que quero escrever, abro meu notebook e digito o que exatamente estou sentindo e é engraçado a divergência de sentimentos ao ler o texto anterior. Mas a pergunta que me faço agora é o que devo fazer? Como devo conduzir o que acabou de acontecer, a algum tempo atrás eu poderia gritar e pegar minhas malas e ir embora, iria chorar sozinha e dizer que nunca mais queria vê-lo de novo, mas e agora depois que a gente casa como é que funciona? Agora que tenho duas crianças entre nos dois e não é apenas uma briguinha de namorados é algo mais sério, eu não posso simplesmente dizer que vou embora ou falar que não o amo, sim eu ainda o amo, mas estou com raiva e decepcionada.

- Ainda acordada?

Pulo da cadeira de susto ao ouvir uma voz em meio a escuridão da sala, logo após ouço o sorriso divertido e forço minha visão até a pessoa para ver seu rosto, levo meio segundo para ver que se trata de Jeremy.

- Não queria te assustar, vim buscar um copo de água.

- Não consegui dormir.

- Acho que sei o motivo.

- O que aconteceu com ele Jeremy?

- Não aconteceu nada, foi só uma noite de pai e filho.

- E uma garota, com o Justin chegando machucado de madrugada em casa, nossa super normal.

- Yovanna é algo fora de sério, entendo que se sinta ameaçada.

- Não se trata disso.

- Não leve a mau o que vou dizer, mas se Justin é um romântico e isso é culpa da Pattie. Mas ele também é jovem, rico e pode ter todas as coisas em sua mão, basta estalar os dedos, eu achei que ele estava entendendo isso quando terminou com a Selena, mas ai apareceu você e devo admitir que foi muito mais esperta, conseguiu leva-lo ao altar e ai está você esperando por dois bebês.

- Jeremy, não estou entendendo...

Jeremy nunca falou comigo daquela forma, nós nunca fomos tão próximos, mas daí a me dizer essas coisas era algo completamente absurdo. Eu nem sabia o que dizer, pelo modo que ele dizia era como se eu tivesse dado um golpe, como se tivesse planejado cada movimento até ficar grávida.

- Simples hoje em dia filhos não prende ninguém, basta pagar uma boa pensão.

Ele sorriu bebendo o ultimo gole de água e em seguida deixando o copo sobre a mesa, meus olhos estavam secos olhando ainda chocada por cada palavra que ouvi, era até impossível de acreditar que as coisas estão se repetindo – Deus! – O que devo fazer? Eu não preguei meus olhos a noite inteira, tudo ainda gira a  minha volta e eu me sinto embriagada por tanta coisa, tudo parecia bom de mais, mal pensamos em voltar e os problemas começam a gritar por nós.

Já são seis horas da manhã, está na hora de ir, as malas já estão prontas e eu decido subir para acorda-lo, os seguranças já nos esperam do lado de fora, mas a casa ainda permanece em silencio. Já no quarto eu o olho mais uma vez, descrente que ele ainda dorme tão tranquilamente, me aproximo:

- Justin? Justin? (Balanço seu corpo para que desperte, minha voz sai monótona sem qualquer respingo de sentimento).

- Huuum...(Ele resmunga).

- Temos que ir, acorde.

Ele sorri abrindo os olhos e logo esticando seu corpo, ouço uma pequena reclamação de dor, mas ignoro caminhando até o banheiro, tranco a porta ao entrar e ligo o chuveiro, ouço sua voz chamar meu nome, mas eu não respondo, deixo apenas o som da água entrar em minha mente, apoio meus dois braços na parede e tento relaxar com a água quente, levo apenas alguns minutos, saio enrolada em meu roupão e ele me olha cauteloso, ele não para de falar e aonde quer que eu vá ele me segue pelo quarto, mas eu não o ouço, eu desliguei esse sentindo, meus olhos desviam o tempo todo de encontrar seu rosto, ele para a minha frente segurando meus ombros para me obrigar a olha-lo.