Amor Por Contrato

Família Bieber - Juliana A. Bieber

Ao abrir meus olhos procuro pela imagem da minha família, mas apenas encontro o quarto vazio, imaginei ver Justin sentando ao meu lado, mas dessa vez ele não está, tento forçar meu corpo para me sentar, mas sinto-me cansada e o simples movimento causa desconforto.

Observo o quarto com flores coloridas e cartões, o cheiro é bom, aspiro fundo fechando os olhos e permitindo o sorriso bobo surgir torto em meus lábios, eu estou estranhamente feliz.

Eu poderia dizer que o dia parece ensolarado e lindo, mas a chuva cai silenciosa atrás do vidro e, da janela vejo as nuvens escuras tamparem o sol, mas sinto como se ele queimasse dentro de mim, esse novo sentimento é tão absurdo que mesmo com uma agulha enfiada em meu braço, com um corte enorme em minha barriga e meu corpo pareça ter sido atropelado por um caminhão ainda assim nunca me senti tão feliz como me sinto agora, em saber que meus bebês estão bem, que são perfeitos. Sei que poderia chamar alguem, mas eu me permiti alguns minutos sozinha só para apenas ajeitar meu cabelo, apertar minhas bochechas para ganhem cores e parecer ao menos um pouco bonita. Quase impossível eu sei, mas é esse novo sentimento que me faz querer parecer uma mãe bonita.

Ao tentar me esticar para pressionar o botão para chamar alguma enfermeira meu braço encosta em um vaso de flores e sem querer o mesmo cai no chão fazendo um barulho, a porta se abre abruptamente revelando para mim dois seguranças, um deles conheço  é Kevin o novo chefe da segurança, os olhos dele vasculham o quarto e param em mim,  fecho meu cenho surpresa afinal eu esperava uma enfermeira, médico ou até mesmo Justin.

- Dona Juliana, está tudo bem?

- Sim, eu apenas deixei o vaso cair.

- Precisa de alguma coisa? - Ele fala tentando ser prestativo.

- Onde está o Justin?

- Senhor Bieber saiu a pouco, mas pediu que o avisasse caso a senhora acordasse.

- Tudo bem. Kevin, chame alguma enfermeira por favor.

- Sim senhora, mais alguma coisa?

- Apenas isso. Obrigada.

Ele sai e em poucos minutos a enfermeira entra, meu olhar é de decepção e ela sorri ao perceber. Eu queria ver meus pequenos entrarem com ela por aquela porta.

- Calma mamãe… - A enfermeira diz divertida enquanto checa o soro em meu braço. - Como está se sentindo hoje senhora Bieber?

- Sentindo falta de duas coisinhas pequenas que eu costumava carregar…

- Imaginei que sim. Mas antes de traze-los até aqui preciso ver como está, vamos limpar os pontos e se desejar eu a ajudo ir ao banheiro e se alimentar.

- Eu faço isso Samara, sou enfermeira particular da senhora Bieber. - Sophi entra na sala e é um alivio vê-la. - Perdoe-me dona Juliana, estava tomando um café, Kevin acabou de me avisar que acordou.

- É bom vê-la Sophi… -  Agradeço Samara, mas me sinto mais a vontade com Sophi.

- Entendo. Avise-me quando terminar e trarei os bebês, eles estão famintos.

Era quase injusto meus pequenos sentirem fome quando meus seios estão o dobro do tamanho prontos para alimenta-los. Sorri ao imaginar a sensação, ser capaz de saciar sua fome, os meus recém nascidos que esperei por longos meses. Estou ansiosa por tê-los finalmente em meus braços, após tanto tempo que estiveram confortavelmente na minha barriga,  o sorriso largo divide meu rosto.. Sophi entendeu de imediato a causa disso. Sorriu doce para mim, em meio a seu jeito tão sério e profissional ela ainda me parecia maravilhada com toda a situação.