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A fic pertence a @-tronnor e eu tenho todo o direito de traduzil-la

Após meu encontro com Connor, Rosa me encorajou a sair e socializar com os outros pacientes por uma hora antes do jantar. Ela se ofereceu a me levar para a sala principal onde os pacientes se reúnem, mas eu disse que preferia traçar meu próprio caminho. Felizmente, ela não levou minha resposte de uma maneira ruim e entendeu completamente meu desejo por independência.

A sala principal não tinha um grande apelo social. De começo, ninguém falava com ninguém; mais interessados nas suas próprias atividades pra prestar atenção nas pessoas na sala. Não que eu particularmente me importasse. Eu estava até que feliz em mergulhar em algo e passar a hora o mais rápido possível sem que as pessoas dessem uma segunda olhada em mim. Eu já estava desesperado para ir pra casa. Eu não queria estar aqui e eu sentia que eu não pertencia a esse lugar. Bem, ninguém pertence a esse lugar, mas eu me sentia bem e que não havia nada de errado comigo.

Após dar uma olhada em volta, notei uma cadeira vazia perto da janela e fiz meu caminho até ela. Assegurando que ninguém estava sentado nela. A mesa que estava perto da cadeira tinha várias folhas de papel e inúmeros lápis de cor. Distraidamente, eu peguei alguns dos lápis e comecei a rabiscar o papel, sem nada em mente. Eu mudei de lápis, sobrepondo as linhas de outra cor que obtiveram um contraste lindo - verde pálido e vermelho escuro.

"Tá desenhando o que?" Eu olhei para cima ao som de uma voz familiar.

"Você tem uma habilidade de fazer perguntas, não?" Eu perguntei sarcasticamente, me forçando a sorrir pra parecer menos rude.

Connor soltou um riso abafado. "É um talento."

'Sim, um bem irritante' Eu pensei mas decidi não falar.

"De qualquer jeito, você não respondeu minha pergunta."

Eu revirei meus olhos. "Eu não estou desenhando nada. Só estou tentando passar o tempo. Eu quero ir embora daqui."

Connor fez uma cara feia mordendo seus lábios. "Mas por quê?"

"Porque eu não quero estar aqui."

Connor se apoiou na beirada da mesa, suas pernas balançando sobre o chão levemente. "E você acha que o resto de nos quer?"

Eu olhei para o pedaço de papel embaixo de mim, o contraste das cores fazem meus olhos ficarem engraçados. "Não foi o que eu quis dizer."

"Então o que você quis dizer?" O tom de voz de Connor estava mais áspero.

Eu suspirei. "Eu não sei."

"Você tem que tomar cuidado com as coisas que diz aqui, Troye. Você teve sorte de que era comigo com que você estava falando. Eu parei de deixar comentários estúpidos me derrubarem tem tempo, isso é besteira."

Eu deixei escapar um meio sorriso envergonhado. "Me desculpa."

"Tudo bem." Connor rapidamente esqueceu o que eu tinha dito antes e seu alegre tom de voz reapareceu. "Onde você conseguiu essa cicatriz?"

Seu dedo indicador direito estava esticado e apontando para o meu pulso. Eu rapidamente puxei a manga do meu casaco para cobri-la. "Alguém já te disse que é rude apontar coisas deste jeito."

Connor se encolheu. "Provavelmente"

"Qual é a tua, Connor?" Deixe escapar intencionalmente.

Connor se sentiu ameaçado mas logo esqueceu o que eu tinha dito. "Nenhuma."

"Eu só estou aqui há duas horas e você já está me bombardeando com perguntas estúpidas,e você não me deu um quarto onde eu consiga respirar. Por que você está tão determinado em ser meu amigo?"

Nessa hora, Connor estava genuinamente machucado. Eu me senti mau pelo que havia dito mas eu não iria admitir isso. Era obviamente a hora de alguém botar ele no lugar, mesmo que isso me faça ser o vilão da situação por ter feito isto. Ninguém nunca testou minha paciência desse jeito, mas Connor era algo totalmente diferente. Ele era extremamente carismático - o oposto do que eu era, sendo mais afastado e socialmente esquisito. Connor havia se sentado e estava encarando o chão.

"Todos nós precisamos de um amigo neste mundo,Troye" ele deu um salto e saiu andando antes de se virar e olhar diretamente nos meus olhos "Até mesmo você."

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Tudo o que eu queria era ir pra casa. Mas eu sabia que não iria importar o quanto eu desejasse o meu tempo aqui não diminuiria. Só de pensar que eu teria que passar mais quatro semanas com o Connor, que agora parece ter um ódio por mim, me deixava enjoado. Normalmente quando eu tenho que lidar com pessoas que não gostassem de mim ou eu não gostasse delas, na escola, era muito fácil sair andando e as ignorar o máximo possível. Mas neste tipo de instituição, isso não será nada fácil. Nós somos praticamente forçados a socializar com os outros pacientes - provavelmente pra tentar impedir a gente de ficar louco. Eu me arrependo da maneira da qual falei com Connor mas parece que não foi algo tão ruim. Como lembrança daquela tarde, ele não olhou na minha cara em nenhum momento do jantar. Foi quase como se eu tivesse virado invisível pra ele ou algo do tipo. Não que eu me importasse - era bom ter paz e silêncio. Talvez um dia eu tente reconciliar a nossa amizade, mas agora eu estava feliz do jeito como as coisas estavam.
"Você pode tomar sua medicação por mim?" Rosa apareceu no corredor com uma caixinha em suas mãos. Eu sentei em minha cama e concordei.
Eu estava tomando antidepressivos para tentar balancear a química no meu cérebro, na teoria deles isso era a depressão que estava me deixando maluco. Talvez seja; eu não sabia e nem estava ligando mais. Se tomar os remédios vai satisfazer eles e mostrar um tipo de progresso que me permitiria ir embora daqui, eu tomaria sem nenhuma hesitação. Após tomar os remédios, eu me deitei e me cobri com o cobertor que tinha na cama, deitando minha cabeça no travesseiro. Quase instantaneamente após eu deitar minha cabeça eu ja estava dormindo. Durante toda a noite eu fui perseguido nos meus sonhos por um lindo par de olhos verdes e um sorriso que mesmo dormindo me fazia sorrir.

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