Henri abriu os olhos lentamente, suas pálpebras pesadas dificultando o ato. A cima dele, um teto de pedra coberto por teias de aranha o encarava de volta, enquanto seu corpo repousava relaxadamente sobre uma cama macia.
— Vejo que a Bela Adormecida finalmente despertou — uma voz doce e sensual soou ao lado, atraindo imediatamente sua atenção. Deixando o queixo cair por alguns segundos, Henri admirou a mulher mais linda que já vira.
Sentada em uma cadeira ao lado de sua cama, estava Luna, uma jovem esguia de curvas perfeitas e intensos olhos verdes. Seus cabelos eram lisos e pretos e chegavam a cintura, sua boca continha traços sensuais e estranhamente familiares. Ela vestia uma calça escura apertada e uma blusa branca sob um sobretudo preto de marca. Em seus pés se encontravam botas resistentes e estilosas, e em seu pescoço um crucifixo preso a uma corrente de prata. Tudo muito parecido com o outro cara — pensou Henri, a imagem de Dom e tudo o que havia acontecido voltando à sua mente.
— Sou Luna — ela se apresentou. — E você é...?
— Henrique — respondeu, tentando desviar os olhos do decote generoso que dava destaque aos seios fartos da jovem. — Mas pode me chamar de Henri.
— Estou feliz que esteja bem, Henri — Luna disse sincera, se levantando.
— E eu estou... — começou, parando ao ver que vestia uma camiseta da Evanescence pelo menos dois números maiores do que as que costumava usar, e uma calça jeans desbotada comprida. — Estou vestindo outras roupas — Arqueou a sobrancelha.
— Sim, quando chegou aqui estava sujo com icor de demônio. Então tive que te limpar — falou dando de ombros. —, caso contrário sujaria todos os lençóis.
— Você me deu banho e me trocou?! — perguntou incrédulo, sentindo o rosto corar só de imaginar a cena.
— Sim, não há de quê — Luna respondeu normalmente, estendendo o braço e o puxando pela mão para que se levantasse. — Agora vamos, tenho que te levar a Martino e ao seu novo mestre, meu irmão Dom — falou, abrindo a porta simples do quarto e o conduzindo pelo longo corredor iluminado pelas chamas das velas presas nos candelabros enferrujados das paredes.
— Mestre? Que história é essa de Mestre?
— Você logo verá, Bonitão — disse piscando misteriosa, fazendo o coração de Henri dar um leve salto.
É tão difícil alguém me atrair. E hoje, duas pessoas conseguiram fazer isso. Estranho — pensou, enquanto era conduzido pelo corredor feito de pedras.
— Estamos embaixo da cidade?
— Sim, temos um amplo sistema de túneis aqui. Precisamos nos movimentar com rapidez e as ruas de Roma não permitem isso — explicou. — Nunca se perguntou por que nosso metrô é tão limitado?
— Na verdade, não — Foi sincero.
— Bom, de qualquer forma, nosso metrô é limitado justamente por causa da nossa necessidade de termos túneis. O cara que desenhou as linhas do metrô era um de nós.
— Ok — Henri tentou assimilar as coisas. — Então eu estou em um túnel embaixo da cidade, sendo guiado por uma garota atraente até o meu Mestre. O dia de hoje não podia ser mais normal — falou irônico. — E só para eu entender, quem é nós?
— Quer dizer que me acha atraente? — Luna perguntou, fazendo Henri perceber que tinha falado demais, seu rosto corando novamente.
— Eu... Eu... — gaguejou sem jeito. — É...
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A Irmandade - Queda de Roma
ParanormalPRIMEIRA VERSÃO, OBRA PARA DEGUSTAÇÃO. Após ser salvo por Domenico, um belo italiano, o artista brasileiro Henrique vê sua vida mudar completamente. Ele descobre ser um exorcista, um caçador de demônios, e nesta nova vida é obrigado a esconder...