Capítulo 2

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Sentado na cama na qual acordara, Henrique pensava no dia maluco que tivera. Ele simplesmente não acreditava no que estava acontecendo. Como podia ser um exorcista? Como resistiria a essa vida? Estava no meio destes questionamentos quando escutou uma batida em sua porta.

— Pode entrar — disse, levantando o rosto das mãos para encarar um Dom feliz que passava pela porta.

— Olá de novo, Henri — Sorriu. — Martino me contou que resolveu ficar. Parabéns pela ótima escolha — disse feliz, parando de frente a ele.

— Ah. Obrigado — respondeu sem entusiasmo.

— Amanhã iremos à sua casa buscar as suas coisas — comentou, observando o desânimo estampado no rosto de Henri. Ele não parecia nem um pouco contente.

Soltando um suspiro e compreendendo como ele se sentia, Dom repousou a mão sobre o ombro dele.

— Olha, eu sei que isto não deve estar sendo nada fácil para você. Sua vida mudou completamente, em questões de horas o que você achava conhecer do mundo se provou diferente e perigoso. Mas quero que saiba que não importa o que aconteça, nós estamos juntos agora — falou sério. — Somos um time, e eu vou cuidar de você.

— Por que se preocupa tanto comigo? — questionou curioso. — E por que você será meu Mestre? — investigou. — Não que eu esteja reclamando, só quero entender.

— Estou preocupado com você, porque agora você é o meu aprendiz e faz parte da família. E sou seu Mestre, porque Martino me escolheu — respondeu, sentando-se na cama ao lado de Henri. — Aliás, você será meu primeiro aprendiz, sinta-se honrado.

— Ótimo, vou ser ensinado por um cara que nunca ensinou ninguém — zombou de Dom, olhando-o de esguia e lançando-lhe um meio sorriso.

— Ei — Domenico fingiu indignação, dando um soco de leve no braço de Henri. — Posso nunca ter ensinado ninguém, mas sou sem dúvida o melhor exorcista de Roma.

— Que você esteja certo e Deus me ajude — Henri falou, deitando na cama.

— Você ainda verá o quanto sou bom — Dom sorriu convencido, levantando-se e indo em direção a porta. — Boa noite, Henri.

— Boa noite — respondeu ainda deitado.

Ao ouvir o bater da porta se fechando, Henri sentou-se novamente e tirou a blusa que usava, preparando-se para dormir. A chuva da tarde só servira para abafar ainda mais a noite.

Deitando-se novamente, cobriu-se até a cintura com a coberta felpuda que repousava sobre o colchão macio. Pensando nos irmãos gêmeos ele adormeceu.


— Hey, Bonitão. Levante — chamou-o, balançando-o com cuidado. — Henri, acorde — Luna disse, e inclinando-se em direção ao seu ouvido voltou a chamá-lo. — Mandei acordar, Henri — sussurrou, não só acordando Henri que se sentou em um salto, como também o arrepiando por completo.

— O que está fazendo aqui? — perguntou, puxando a coberta para cima e cobrindo-se como se estivesse completamente nu.

— Vim te buscar. Nós vamos sair — anunciou, jogando uma camisa azul escura e uma calça jeans em cima dele.

— Vamos? — perguntou sem entender nada. — Para onde?

— Surpresa. Agora se vista — ordenou, virando-se de costas. Obedecendo-a, Henri começou a vestir as roupas.

A Irmandade - Queda de RomaOnde histórias criam vida. Descubra agora