Capítulo 3

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   — Hora de acordar, Sr. Preguiçoso — Dom cantarolou, puxando a coberta felpuda de uma só vez e descobrindo Henri.

Do lado de fora da sede, o sol já tomava conta do céu coberto de nuvens e a vida começava a se espalhar pelas ruas da cidade eterna.

— Mas que merda é essa?! — exclamou de repente, atônito ao ver a cena a sua frente. Por que Henri estava usando aquelas roupas?

Assustando-se com o grito, Henri sentou-se em um salto.

— Não fui eu! — berrou com o coração aos pulos, antes de perceber o que estava acontecendo.

Ah, merda — praguejou em silêncio, tentando inutilmente cobrir a camisa rasgada que usava. Mas já era tarde demais.

— O que diabos faz com essas minhas roupas e por que tem um buraco enorme na manga da minha camisa e um curativo no seu braço?! — Dom perguntou de uma só vez, nervoso, sentindo o sangue em suas veias ferver.

Engolindo em seco, Henri abriu a boca para responder, quando a porta do quarto se escancarou e uma Luna afobada entrou falando.

— Henri, você precisa tirar a roupa do meu irmão agora e... — interrompeu-se, ao ver Domenico parado no meio do quarto com os braços cruzados e uma expressão nada amigável no rosto. — Ou — estancou no lugar, intercalando o olhar entre os dois.

— Posso saber o que tudo isso significa? — Dom perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Calma — Henri pôs-se de pé, achando o quarto extremamente pequeno para eles três naquele momento. —, eu posso explicar.

Por favor — Dom pediu, gesticulando com as mãos para que ele prosseguisse.

— Bom... O que aconteceu é que...

— Henri e eu saímos ontem à noite e fomos atacados por um demônio no caminho de volta — Luna o interrompeu, soltando tudo de uma só vez e deixando o irmão inconformado.

— O quê? Como assim, Luna? Por que não me chamou para ir junto?! — indagou incrédulo, sentindo-se quase que traído pela irmã.

— Me desculpe, Dom. Pensei que ficaria bravo se soubesse que saí com seu aprendiz, levando em conta que ele ainda não é treinado e pode ser morto a qualquer momento por um demônio.

— E eu estou bravo, Luna — respondeu como se aquilo fosse óbvio. — Sabe que ele não pode morrer pelo menos até eu ascender como um exorcista nível máster.

— Awnt, obrigado pela parte que me toca — Henri disse indignado, sendo ignorado pelos gêmeos.

— Não se preocupe, ele está bem — Luna se defendeu.

— Percebi, quero saber se você vai ficar bem quando Martino descobrir sobre isso.

Soltando um suspiro exagerado, Luna fez uma careta.

— Prefiro não comentar sobre.

— Talvez ele não precise saber — Henri disse, ganhando a atenção dos dois. — Posso usar camisas de mangas longas até o machucado cicatrizar um pouco — sugeriu. — Quem sabe não demore tanto?

— Pode ser — Luna considerou. — Aquele demônio não era tão venenoso assim, mais uns três dias passando água benta sobre o machucado deverá ser o suficiente para curá-lo! — exclamou feliz. — Você é um gênio, Bonitão — falou, andando até ele e depositando-lhe um beijo estalado na bochecha.

A Irmandade - Queda de RomaOnde histórias criam vida. Descubra agora