A loucura do escritor

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Mais um capítulo chega ao final,
Solto o lápis e as folhas
Que a pouco foram usados
Para criar a mais perfeita história de amor.

Sabe qual é o problema do escritor?
Posso escrever mil livros romanceados,
Posso fazer mil cenas em que a escolha
Do personagem seja roubar um mural

De beijos da pessoa amada,
Posso escrever mais de mil "Eu te amo",
Posso dar um final feliz para a história,
Mas eu nunca posso saber

Como será que vai ser
O meu final feliz; isso é tão contraditório,
Ser criador de algo que chamo
De "história", sem poder ver terminada

A minha, sem saber o fim
Da minha história, mas eternamente
Pondo fim em milhares e milhares
De histórias, sem saber o futuro meu.

Escrevo milhares de cenas onde meu
Personagem descobre em olhares
O que é o amor, mas ninguém realmente
Sabe se o amor é mesmo assim.

Que droga! Discorro sobre sentimentos
Que eu nunca senti, digo coisas bonitas
Para meus personagens, mas eu nunca fiz
Isso de verdade! Eu sou maluco?!

Eu mato pessoas, no entanto ninguém
Vem me prender, nem me acusar de assassino,
Eu torturo pessoas, e ninguém me odeia pelo que faço,
Na verdade, nem eu me odeio por ser tão mal.

Eu sou alheio aos sentimentos do mal e do bem
Dos meus personagens, as vezes escuto sinos
Chamando-me para escrever, não tenho camisa de força nos braços,
Mas tenho em meus braços muitas vidas para fazer o que quiser no final.

Eu sou louco, sou um psicopata, mas ninguém sabe
Sobre os meus crimes, mas também sou um anjo, um santo,
Faço milagres, crio expectativas, e depois as destruo sem medo,
Sem arrependimentos, dúvidas e confusões.

Ei! Ninguém vai me prender por isso?! Acho que me cabe
Muito bem os nomes lunático e sanguinário, sou alheio aos prantos
Dos meus personagens, e aos amores destes também, e o segredo
Para ser assim, nem mesmo eu sei, só sei que ninguém vai me pedir confissões.

Dedico essa poesia a Nadhya Cristina Amorim Gutierrez

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