O Rio Do Tempo

4-A chegada

Itália -1998

Um solavanco , um aviso , uma batida de no coração .Finalmente lá estava eu desembarcado numa das possíveis grandes viagens da minha vida ,no mp3 toca the Beatles , e na minha cabeça passavam imagens de tudo que podia acontecer .O corredor de desembarque parecia me levar a um caminho sem volta , envolto em mistérios e historias novas a serem contadas , eu jamais havia passado por tal tipo de experiência . Uma vez um amigo me disse uma coisa que eu não esqueço , ele disse "Rafael ,você precisa acordar , você precisa viver ,caso contrario quando você se der por si o mundo vai acabar te mostrando um coisa que você não esperava " , coitado mal sabia ele que tudo que passava na minha cabeça nos meus momentos de devaneio se tornariam minha realidade .

Uma porta ,um som de ruído ,um cheiro de liberdade ; foi isso que passou por meus sentidos quando pisei no terminal , era deslumbrante ,um mundo completamente diferente ,se Veneza era daquele dentro de um aeroporto mal podia eu esperar pra ver a cidade em si . Alguns minutos esperando na esteira e lá chegaram minhas velhas malas surradas , depois de pega-las eu comecei a caminhar em direção a imigração sem deixar nem um detalhe passar ,isso antes mesmo de estar em terras definitivamente italianas , na imigração não levei mais que cinco minutos visto isso como vantagem de se ter cidadania italiana .

Logo apos a imigração eu já estava a caminhar definitivamente em terras italianas como um cidadão italiano , em algumas piscadas de olhos eu já havia percorrido o aeroporto todo sem nem mesmo me dar conta ,quando derrepente sinto o toque de uma mão em meu ombro ,então em um reflexo eu me viro e me deparo com um jovem loiro ,nem mais velho nem mais novo que eu ,com olhos de um azul escuro translúcido eu não duvidei antes de começar a falar :

--Você é a cara dele !- E com um olhar de exclamação ele disse

--Desculpe , mais você me conhece ?

--Nem mesmo os olhos azuis nem o cabelo loiro , nada te faz parecer menos com o nono -disse eu com um leve sorriso e ele respondeu

--Eu ia te pedir uma informação mais acho que oque eu procurava já veio a mim , deve ser um imã de família -- Respondeu ele preste a cair em uma gargalhada típica da família , uma gargalhada rouca entre um tom de humor ,desprezo e sarcasmo e então ele prosseguiu estendendo a mão e dizendo :

-- Piacere di conoscerti , eu sou Gazie , Gazie Henrique Semenzin

--É um prazer também , eu sou Rafael Gustavo Semenzin -Respondi eu, antes de rirmos um da cara do outro.

A cada segundo que passava com Gazie eu sentia que ele e já nos conhecíamos a muito tempo , mas ao mesmo tempo eu pode perceber uma tensão no ar , una tensão entre rivais e isso nos tornava ainda mais próximos de uma maneira diferente . Uma caminhada , um silencio e um sorriso de canto de boca .