O Rio Do Tempo

8-Rotina

Itália-1998

O período de adaptação foi tranquilo, pois como sempre me disseram ,"Lar É o lugar onde estão as pessoas que nos querem bem ",nas duas semanas seguintes a minha chegada minha vida se resumia a ficar em casa , ajudar tio Jacomo na colheita das uvas , vender as uvas na cidade , comer e dormir , por mais que isso seja difícil de admitir mais todo o período que passei la parecia que eu havia me tornado uma criança , Tia Maria sempre querendo me oferecer do bom e do melhor. Mas quem sou eu para reclamar.

Em uma noite de sexta feira sem fazer nada ,jogado na varanda , o tédio me corroia , então mesmo Gazie me achando um completo folgado ele me convidou para ir com ele ate a cidade , ate então eu não fazia ideia do que havia para fazer em uma cidade como Volpago ,saímos de casa por volta das 7 , me trajei de maneira simples , com uma calça sarja, uma camisete cinza e o bom e velho allStar , Gazie parecia também não ter se arrumado muito , apenas uma camiseta , a mesma calça preta desbotada de sempre e uma sandália cor palha.

A cidade ficava a menos de 15 minutos de casa , mais eu jamais tivera ido lá anoite ainda ,talvez por preguiça ou falta de motivos, entretanto quase todas as noites Gazie encontrava uma maneira de ir até lá , e eu estava prestes a descobrir o porquê.

Durante o caminho trocamos poucas palavras , ele sempre quieto com palavras rudes e sarcasticas , porém resolvi não me apegar muito aos detalhes da personalidade dele , ainda depois do tio Jacomo ter me contado sobre oque aconteceu com os pais dele e do Pepe , ele disse que quando Gazie tinha por volta de uns 10 anos seus pais foram até Veneza para levar uma encomenda de vinho durante a noite de moto , e derrapente por algum motivo ele perdeu o controle e a moto com os dois despencou Da encosta da montanha , e desde então os dois moravam ali com os tios avós , Gazie de tornou um jovem rebelde na adolescência ,sempre descuidado e cheio de marra ,já Pepe não teve tantos problemas ele tinha apenas 2 anos quando aconteceu , por isso tudo não ligo muito pro jeito como o Gazie é ríspido , entendo que ele não é assim mais a vida o deixou assim .

Depois de alguns minutos estávamos passando por uma ruazinha quando ele parou o carro enfrente a uma pequena casa de madeira com as luzes acessas e muito barulho de conversa. Gazie saltou para fora do carro e disse :
-Vamos folgado, quero te apresentar uma pessoa!
Caminhamos em silêncio até a porta e quando ele a empurrou foi um explosão de pessoas . O lugar é exatamente oque se espera de um pub/bar italiano, várias mesas encostadas na parede, um longo balcão de madeira e muito velhos e homens falando e alto e se xingando. Logo que entramos alguém atirou uma garrafa de vinho em sentido a porta, Gazie desviou e me puxou junto, quando uma voz groça veio do fundo do bar dizendo :
-Desculpa, banbino Não vi você chegando ....
Gazie então começou a andar em direção a ele gritando vários palavrões e então ele se sentou ao seu lado e eles começaram a conversar. Eu estava meio perdido não conheci ninguém e então resolvi pegar algo para beber, cheguei no balcão e um homem de uns 30 e poucos anos me atendeu:
-Boa noite, e ai oque vai tomar jovem ?
-Me vê alguma coisa forte pra esquentar-disse eu e então Ele pegou uma garrafa de vinho e por enpulço eu disse:
-Me amigo eu prefiro algo mais forte que vinho!

-Tudo bem, eu posso lhe servir um wisk, mas acredite se você provar esse aqui você não vai mais querer tomar essas bebidas de gringo.- Ele então encheu uma taça e me entregou e então perguntou :
-Você é conhecido do Gazie ?
-Bem, pode-se dizer que sim.-ele simplesmente acenou com a cabeça dando uma levar risada então eu perguntei :
-o Gazie vem sempre aqui? Ele então olhou para mim e disse :
-Bem ele é um dos meus clientes ainda mais sendo quem somos.
Eu então lhe perguntei seu nome e ele respondeu :
-Meu nome é Antony eu sou....
Der repente senti um tapa nas costa e a voz estridente do Gazie veio dizendo
-

E aí pirralho, que você ta bebendo? -ele entao pegou o meu copo do balcão é deu uma golada, sua cara foi de surpresa e entao me disse:
-Que surpresa folgado nao sabia que voce tinha bom gosto....Mais isso também não faz de você grande coisa não.... Na verdade acho que isso é coisa do Antony, você não tem cara de quem sabe beber vinho descente. Mas deixa pra lá. Aprosito Anton de uma garrafa desse vinho.-Balancei a cabeça em desacordo me levantei dizendo que ia ao banheiro.
Sai caminhando em direção à uma porta no fundo do bar enquanto me esquivava das mesas fui e entrei no banheiro e fiz oque tinha que fazer e quando estava voltando vi Gazie se levantando da mesa e vindo em direção ao banheiro quando derrepente ele esbarrou em um homem que estava de costas fazendo com que copo dó Gazie caísse no chão ele então grito para o homem :
-Ei seu mamute você dirrubou meu vinho. Olha onde você estaciona essa bunda grande. -o homem, que pareceu nao ter gostado nada, disse : o que foi que você disse?
-isso mesmo que você ouviu. Por acaso você sabe quem eu sou? Eu Sou Gazie Semenzin, meu pai era dono desse bar seu babaca.- então o homem pegou Gazie pela gola da camiseta levatando ele do chão e o arremesando de volta ao mesmo que dizia :
-Eu não dou a mínimos pra quem você é e muito menos pra que tipo de otário seu pai foi.
Gazie de levantou e se arremesou contra o cara, lhe dando vários socos então outro cara levantou da mesa e segurou Gazie enquanto o outro levantava e começava a dar vários socos contra o estômago do meu primo, mesmo eu não sendo fã de carteirinha do Gazie resolvi ajudalo comecei a correr em direção a eles e apanhei um garrafa dê vinho sobre uma das mesas e assim que cheguei perto o suficiente acertei a cabeça do cara quê estava segurando ele, Gazie caiu quase inconsciente no chão e então eu soltei a garrafa no chão e parti pra cima do grandalhão durante a briga o cara da garrafada de levantou e veio por traz me agarrar então quando ele chegou perto Gazie ainda meio inconciente acertou sua perna com um chute fozendo ele cair contra o próprio Gazie ainda não chão. Quando me dei conta eu estava sentado no chão e grandão estava vindo pra minha direção mais der repente vi o Antony pulando o balcão com um taco de baseball dizendo:
-Ei Franco, pegue seu irmão e caia fora daqui e não volte no meu bar tão cedo.- ele me estendeu a mão e me ajudou a levanta e perguntado se eu estava bem e eu acenei com a cabeça concordado.. Ele então pegou Gazie pelo braço e o apoio no pescoço e gritou para a outra garçonete:
- Joana cuida das coisas pra mim, vou levar esse paspalho e o amigo dele pra casa.- ele balançou a cabeça meio que dizendo vamos.
Subimos no carro e Antony começou a dirigir em direção ao sítio, durante o caminho eu disse ao Antony :
-Isso acontece frequentemente?
-Mais vezes do que eu gostaria.-disse ele quase que rindo. Então eu pergunte o sobre algo que me deixou intrigado:
- Antony, lá no bar durante a briga Gazie disse algo sobre o pai dele ser dono bar isso é verdade?
- é quase isso, na verdade o bar era do pai dele, ou melhor nosso pai, quando ele faleceu, deixou o bar para a o Marcel cuidar, ele fez isso durante algum tempo até o Gazie nascer e depois ele mudou para o sítio pois queria um lugar melhor para o filho. E então eu assumi. -ele encheu os olhos de água ao falar do pai e do irmão e então proseguiu :
-Essa não primeira vez quê Gazie parte pra cima de alguém, mais eu sei exatamente o porquê dele ter feito aquilo... -eu então disse :
- Acho que sei também.. Ele ficou daquele jeito depois que o cara falou do pai dele - ele então disse :
-exatamente, o grande ponto fraco do Gazie é à família.-
Antes que me desce conta já haviamos chegado e então Antony olhou para mim e disse :
-Leve ele para dentro prefiro não entrar. -eu acenei com a cabeça, apoiei Gazie no meu pescoço ainda meio desacordado mais de bêbado do que dos socos e entramos, a casa já estava em silêncio,, quando eu o coloquei na cama, ele abriu os olhos semiserrado e disse :
-Valeu por hoje folgado, você me salvou lá. -eu apenas sorri e deitei na minha cama esperando o dia amanhecer. E esse foi mais um dia nesse lugar que agora eu chamo de casa.