Nebraska - Capítulo 7

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A irmã Daisie deixou de ser irmã e se tornou professora de Religião na UNS , na capital de Nebraska, Lincoln.

Logo que chegamos no sábado a tarde alugamos um carro e seguimos para o endereço dela.

Jack e eu não conversamos muito.
Acho que não sabíamos bem sobre o que conversar.
Depois do meu pequeno surto após reçeber o presentinho do Vingador decidi ficar calada e o Stradlater aceitou numa boa.

A cidade ainda estava com decoração natalina.
Os bairros, prédios, casas ... Tudo ainda no clima do natal.

Entramos em um bairro residencial e ele estacionou a frente de uma bela casa verde cheia de plantas .

Havia um garoto andando de bicicleta pela calçada.
Indo e vindo.

-Acha que consegue sozinha?- Jack perguntou em voz baixa.

- Sempre fiz sozinha. - Respondi secamente e desci do carro.

O quê?
Ele ficou chateado porque agi de forma descontrolada?
Muito engraçado.

Coloquei os óculos e subi na calçada.
O garoto, de uns 14 anos desceu da bike e sorriu.

- É amiga da minha mãe?

Tirei o distintivo do bolso.

- Investigadora Forbs . Sua mãe está?

Ele concordou com a cabeça e largou a bicicleta no chão.
Entrou na casa .

Senti o celular vibrando.
Mensagem do Oliver.

* IP-66 confirmado como causa da morte.
Ele usou luvas látex que deixaram fragmentos de poliéster, o tipo de poliéster usado em jalecos de médicos. Temos uma boa pista aqui. O Vingador com certeza trabalha em um hospital. Boa sorte em Omaha. Tem muitos cowboys por aí? :)*

Médico.
Pressionei os lábios.
Era válido.
Conseguir a Anestesia 66 e até mesmo saber da existência dela requer que o manuseador saiba muito sobre medicina e química.

- Investigadora certo?- Guardei o celular ao ver a Daisie na porta.
Uma mulher de uns 40 e poucos, loira, olhos azuis piscina, muito bonita.

- Certo . - Me aproximei - Estou aqui para fazer algumas perguntas.

Ela sorriu.

- Entre, por favor.

Sorri educadamente e entrei.
A casa era modesta.
Repleta de fotografias dela e do filho.
Algumas imagens de santos.

Sentei no sofá e ela sentou bem ao meu lado, sorrindo.

- Perguntas sobre o quê? É o Gustav? Ele anda fumando de novo na escola?

- Não , não - Tranquilizei-a - É sobre o Jay.

Ela vacilou.
O sorriso vacilou e ela desviou o olhar de imediato.

- Não sei nada sobre nenhum Jay.

- Fui a Portland, no orfanato Peace. -Retruquei - Não minta Daisie porque o Jay é o principal suspeito que temos de uma série de assassinatos.

- Tem alguma relação com a moça encontrada ontem? Em Nova York, na faculdade, aquela moça, ele a matou? - Daisie começou a se enrolar com as perguntas - Foi ele não foi? Aquela moça? Foi ele ?

- Calma. - Suspirei - Ao que pareçe sim, pode me responder porque de imediato ligou o assassinato ao Jay?

- Ele fazia aquilo com as bonecas.- Disse desgostosa - As pendurava de cabeça para baixo, as cortava, dizia que queria criar um "veneno morte súbita" pra matar as pessoas que o feriram. - Ela fechou os olhos - Nunca entendi esse lado dele. As tendências piromaniacas eram controláveis até ele ter me confessado que não foi ele quem fez , ele disse que não foi ele...Que ele não teve culpa e que foram injusto com ele.

Faith Forbs - Investigação CriminalOnde histórias criam vida. Descubra agora