O preço da liberdade - Capítulo 14

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Fazia muito tempo que eu não via aquele lugar.
Pra minha tortura cada pedacinho dali trazia litros de lembranças incríveis da minha infância.

A fazenda da vovó Maisie.
Caramba.
O Jeremy se esperniava em todo natal para podermos visita-la.
Ela sempre o amou como um verdadeiro neto e metade dos broches da coleção dele pertenceram ao meu avô.

A fazenda era extensa.
Tinha a casa (Onde o Jeremy estava , sem dúvidas ) e os celeiros que ficam pouco atrás da casa enfileirados (Onde estávamos escondidos. )

O helicóptero pousou no meio do mato e fomos a pé , sorrateiramente, até um celeiro vázio.

Vieram 10 policiais.
Todos fardados com ar profissional.
O meu pai.
Oliver.
Jack Stradlater.
E eu .

-Então não temos um plano? - Perguntou Oliver nervoso.

- Todo mundo tem uma arma?- Questionei enfiando uma arma na bota. Estava armada até os dentes. Queria mata-lo. Não prende-lo . Queria o Jeremy morto.

- Sim senhora. - Os policiais responderam em uníssono.

- Ótimo. - Olhei para cada um deles - Quero que vocês cerquem a casa mas se um de nós quatro correr vocês também devem correr e não deixem , em nenhuma hipótese, um companheiro para trás. Tenham cuidado por onde pisam, Jeremy gosta de armadilha. Não ingiram nada que encontrarem. Disparem na cabeça dele quando tiverem uma oportunidade.

- Senhora. - Um deles. Um bastante jovem. Loiro, rosto pequeno e olhos miúdos. Pareçia preocupado. - É meu... É meu primeiro trabalho não posso simplesmente atirar num cidadão e também existem as regras que temos que seguir...

- Tudo bem. - Sorri compreensiva - Atire se quiser .

- Não quero , obrigado. - Ele relaxou.

- Como se chama?

- Tommy.

- Seja bem vindo. - Sorri rapidamente e voltei a atenção para os outros - Ninguém é obrigado a atirar nele mas lembrem-se de 7 inocentes que morreram, de 7 famílias que perderam suas filhas por razão nenhuma , lembrem do sofrimento de todos os envolvidos.

- Sim senhora.

- É muito bom poder trabalhar com a senhora. - Um deles se pronunciou.

- Obrigada.

- Por acaso você quer que eu use uma arma?- Oliver perguntou segurando o revólver inadequadamente. - Nem sei como disparar.

- Já jogou vídeo game na vida certo? Mire na cabeça. - Sugeri.

- Não me sinto be em ter que atirar em uma pessoa. - Jack confessou incomodado - Preciso ir?

- Pode ficar aqui e perder a ação. - Provoquei - Mas falando sério, se não quiser...

- Não tudo bem. - Ele enfiou a arma na parte da frente do jeans - Pra tudo se tem uma primeira vez.

Sorri feliz por ele estar comigo.

- Então nós vamos chama-lo e tentar propor um acordo? - Papai repetiu o esquema - E se ele não quiser soltar a Lauren?

- Ele vai pedir algo pra fugir, caso dê tudo errado tragam a Daisie aqui. - Fechei o zíper do casaco - Vamos nessa e boa sorte para todos.

Saí na frente.
Me sentia segura.
No helicóptero comi e bebi uns 2 litros de água.
Estava revigorada.

-Mirar e atirar? - Papai murmurou e pude ver seu sorriso.

Faith Forbs - Investigação CriminalOnde histórias criam vida. Descubra agora