Rainha do tempo

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Tento fugir das minhas entranhas
Como o cavalo do seu cavaleiro
Esbanjo o sofrer, o suor
As marcas deixadas pelo sol
Em mil chicotadas hoje prisioneiro.

Cantigas ouvidas ao longe
Por dentre a mata, no meio da rua
Me faz um confuso
Sem hora, sem fuso
De corpo coberto e alma nua .

Gigante é a selva de pedra
Molhada é a noite sem chuva
Escorre na pele o sangue sem vida
passos contrários no fim da corrida
Diabo das dores, padrinho da culpa.

Refúgio encontrei no peito pequeno
Rainha da selva, amante fiel
De tanto correr o cavalo encontrou
Não há mais chicote,gigante nem dor
Não sou prisioneiro, não sou mais o réu.

Poesia Em Preto E BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora