Prólogo

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Eu sabia que não tinha muitas opções agora. Ir em frente era a única escolha, embora também fosse a pior decisão.
"Não feche os olhos", era o que ele havia me implorado com amargura, " Prometa-me que não fechará os olhos." E eu havia cumprido bem minha promessa, até agora... Entretanto, não dava pra negar o quanto eu era fraca, e humana, e com uma leve tendência a quebrar promessas. Então, fechar os olhos foi realmente inevitável naquele momento.
"Me perdoe", murmurei, mesmo sabendo que ele não podia me ouvir.
O medo era a unica emoção que eu conhecia nos ultimos dias. Medo de fraquejar, medo por não saber o que me aguardava do outro lado, medo de decepcionar aquele que possuía os olhos mais lindos do mundo, medo de não ser forte o bastante para ir até o fim. E enquanto eu sentia minhas pálpebras pesadas se fecharem para o mundo do além, desejei que o medo ainda fosse a emoção predominante em mim, simplesmente porque o que pulsava em meu coração naquele instante era tão aterrorizante que fazia o medo parecer algo bom e doce.
Era mais do que minha vida que estava em jogo ali, e eu sabia bem disso. Era minha alma que eles queriam, era por minha alma que eles haviam vindo até nós, e a única certeza que eu tinha era de que absolutamente nada os faria recuar.

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