Acordo

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Ela nao tinha esse direito, eu me tornei policial não para investigar a morte do meu pai, mas porque eu o via trabalhar e isso me deixava orgulho, e quando eu finalmente começo a superar, esse homem aparece e a Lydia resolve me colocar nesse caso. Estou chateado de verdade, estou andando pelas ruas de NY sem rumo a horas, eu sei que preciso voltar e continuar mas eu não consigo.
" Hoje é o aniversario de morte da mamãe e meu pai fica muito triste, ela tinha uma doença mental e não se lembrava mais da gente, eu levantei bem cedo e me arrumei, coloquei o meu terninho, e "arrumei" meu cabelo, e fui esperar meu pai la embaixo, minutos depois ele desce com um buquê de flores, ele estava muito triste e isso me deixava triste também, fomos em silencio até o cemitério e paramos em frente a campa dela, a foto no túmulo estava tão linda, eu acho que uma criança de 15 anos e meio não deveria perder a mãe assim, mas pelo menos eu tenho o papai para cuidar de mim, ficamos observando em silêncio até que ouço alguém gritar o nome do meu pai, o mesmo olha em direção do homem e tudo o que eu escuto é um barulho, e então ele cai no chão ensanguentado, ele olhou em meus olhos e disse que me amava."
Estava decidido, eu precisava voltar a delegacia e investigar a fundo a morte do meu pai e o único meio de fazer isso é interrogar Derek Hale, peguei um taxi e fui até a delegacia, entrei e Lyds estava conversando com um grupo de agentes:
- Quem irá interrogar Derek Hale agora?- perguntou ela.
-Deixa que eu mesmo faço isso.- falei puxando a ficha da mão dela e indo em direção a penitenciária.
-Stiles.
Não dei ouvidos, precisava extrair o máximo de informações daquele filho da puta.
-Stiles!
-O QUE?
- Ele está aqui na delegacia.- disse ela me puxando para um canto.
-Agora não Lyds.
Entrei na sala com tudo, fazendo com que ele olhasse confuso em direção a porta, mas estranhamente assim que me viu abriu um sorriso lindo e brilhante, eu o encarava com a expressão impassível, embora meu corpo não fizesse o mesmo, sentei em sua frente e comecei:
-Muito bem, você quer jogar Derek? Então vamos jogar.
-Não quero jogar Stiles, já disse, eu quero conhecer você.
-Porque?
-Porque...
- Viu? Nem você sabe o que quer.
-Vamos fazer um acordo.
-Não faço acordos com bosta.
Não entendi muito bem a expressão dele quando disse aquilo, parecia um misto de dor e raiva, ele geralmente era tão sínico... Mas enfim.
-Tudo bem Stiles, mas é você quem sai perdendo.
- Que tipo de acordo seria esse?
-Eu ajudo vocês com os próximos casos e me deixam em prisão domiciliar e em troca eu te dou respostas sobre seu pai.
-Você só pode estar brincando.- falei gargalhando.
-É pegar ou largar.
Eu precisava pensar sobre isso, poderia perder meu distintivo se isso causasse mais mortes.
-Te dou a resposta final amanhã de manhã.- falei saindo.
Assim que acabou o expediente fui para casa e encontrei Lydia parada na porta, estranhei porque ela tem uma cópia da chave.
-Achei melhor esperar, não sabia se você queria me ver...
- Vem cá.- falei puxando-a para um abraço.
- Ai graças a Deus, eu estava com receio de você não querer me ver nunca mais.
-Isso nunca, agora vamos entrar.
Lydia se jogou no sofá enquanto eu preparava chocolate quente para nós.
- E então, vai me esclarecer o que foi aquilo mais cedo?- perguntou ela.
-Ele sabe sobre meu pai, pareciam ser amigos. E disse que eu não o conhecia de verdade.
- Ele devia estar te manipulando.
-Não Lyds, é diferente. Ele sabe e é isso que está me incomodando.

Após horas de conversa, eu contei sobre o acordo, ela ficou pasma pelo fato de que eu cogitava a possibilidade de aceitar.
- Você ficou doido?
- Lyds, é a única chance que eu tenho.
- Mas você sabe que Isaac não vai concordar com isso.
-Com ele eu me resolvo depois, e se o problema é ele ficar em algum lugar, ele pode ficar aqui.
-O QUE?
-Qual o problema?
- Meu senhor, eu vou embora.- disse ela saindo pela porta.
***
No dia seguinte, levantei bem cedo, precisava conversar com Isaac e fazer com que ele entendesse a situação, coloquei meu sobretudo preto e sai.
Cheguei na delegacia e fui direto na sala de Isaac.
- Com licença, Sr.
-Entre Stiles, aconteceu algo?
- Na verdade, aconteceu algo sim. Derek Hale nos propôs um acordo.
-Como assim? Que tipo de acordo?
- Ele nos ajudaria a resolver os próximos casos e em troca deixaríamos ele em prisão domiciliar.
-Isso é um absurdo, e alem do mais, ele não tem casa.
-É por isso que eu gostaria que ele ficasse na minha.
-Hein?
-Olha, sr. Eu já fiz isso antes quando trabalhava em Oklahoma. As vezes é mais fácil uma confissão se não esta no papel de acusador e acusado.- menti.
-Olha Stiles, isso é totalmente contra a lei e eu não posso deixar você fazer isso, porém eu estou de mãos atadas e alem do mais, ele só fala com você, então...
- Muito obrigado Sr. Eu vou ser responsável por ele. Muito obrigado.
Saí da sala de Isaac e Lydia estava parada ao lado da porta.
- E então?
- Tudo certo. Ele concordou.
-Não posso acreditar.
-Qual é Lyds, você disse para eu confiar no meu taco.
- Tudo bem, vou pedir para liberá-lo.

***
Duas horas depois Derek Hale passa por mim na delegacia e me encara. Era engraçado porque ele estava diferente sem aquele macacão laranja, usava um jeans agarrado e uma jaqueta de couro preta.
-O que está acontecendo?- perguntou ele.
-Aceitamos o seu acordo.Venha comigo.
Entramos no carro e ficamos em silencio o caminho todo, pegamos o elevador e eu pude sentir seu cheiro, ele cheirava a gente suja e precisava de um banho, parecia que não dormia a dias, entramos no apartamento, até que ele se virou e perguntou:
- De quem é esse lugar?
- Meu.- falei indo até a cozinha.
- Você mora aqui? E me trouxe para sua casa?
-Sim, mas saiba que não somos amigos, eu continuo sendo o policial e você o psicopata.
-Nunca me esqueço disso. Vou tomar um banho.

Cinco minutos depois ele volta com uma toalha enrolada na cintura, ele exibia aquele abdome musculoso e sexy o qual eu não podia negar e aqueles cabelos molhados fazendo com que escorresse algumas gotas por seu corpo.
- Eu não tenho roupa.
- Eu tenho muitas, alguma deve servir.
-Não servem, você é muito magro e eu.. Bem... Sou mais alto.
-Mas pelo menos a cueca serviu.
-Ótimo, acho melhor você dormir um pouco, o quarto de hóspedes fica a direita.
-Eu não durmo.- disse ele sentando-se ao meu lado.
-Como assim?
-Quando se está na prisão, não se pode dormir, tem que ficar de olhos abertos, se não você acaba morto.
-Bom, não está mais na prisão por enquanto. E acho melhor descansar, amanha começo com meu trabalho.

Assim que terminei de falar, ele já estava dormindo com a cabeça apoiada no braço do sofá, levantei devagar para não acordá-lo, levantei sua cabeça e coloquei uma almofada para apoiar, ele nem se mexeu, fui até o quarto e peguei um cobertor para cobri-lo, após fazer isso, fui para meu quarto, estava cansado e já eram quase 11 da noite, peguei meu celular e haviam 5 ligações da Lydia e 20 mensagens, disquei o numero dela, que atendeu no primeiro toque.
- Me diz que vocês não conversaram sobre a família dele.
- Não, porque?
- Ai graças a Deus.
-O que houve?
-A mãe e a irmã foram assassinadas ontem de manhã.
-Oh meu senhor, e ele nem sabe disso. Acha que devo contar?
- Não sei, acho que ele merece saber.
-Tudo bem.
Desliguei o telefone e fui em direção a sala, ele estava sentado no sofá abraçando os joelhos, não faziam nem 10 minutos que ele tinha apagado.
- Eu disse que não dormia muito.
-Derek, eu preciso te contar uma coisa mas preciso que fique calmo.
-O que houve?
-Ontem o departamento policial recebeu uma ligação, mas eu só fiquei sabendo agora e...parece que sua mãe e irmã foram assassinadas.

Eu estava esperando todo tipo de reação daquele homem mas não o que eu presenciei, ele ficou parado olhando para a televisão sem piscar, chamava por ele mas ele não respondia, fui obrigado a sacudi-lo, ele então em um impulso começa a me bater, a sorte é que eu fiz aulas de Krav Maga, consegui tirá-lo de cima de mim e comecei a socá-lo também, por fim, o imobilizei e ele se acalmou. Quando tive certeza que não iria levar mais um soco gratis na cara eu o soltei e o ajudei a levantar, ele se sentou no sofá em silencio enquanto eu fui buscar gelo, assim que voltei, ele estava com o rosto todo inchado, assim como eu, mas ele estava chorando também.
-Elas não tinham nada a ver com as minhas merdas e eles as fizeram pagar por algo que nem sabiam.
-Eles?
-Agora não, Stiles.
- Tudo bem.
-Eu amava a minha família, era o único sentimento que eu possuía de verdade, e agora eu não tenho nada, não posso nem me despedir. E eu não queria bater em você.
-Eu ja disse que está tudo bem.- falei entregando o saco de bife para ele.
Ficamos os dois ali sentados a noite toda olhando para a televisão mas sem assisti-la realmente.

Sterek-perigoso e AtrativoOnde histórias criam vida. Descubra agora