1.4 - Casa de Bonecas: Brilho Eterno de Uma Cidade Sem Esperanças

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No Hospital

Já beira a meia noite e Alexia se encontra trancada no banheiro sem os efeitos do soro. Ela lava seu rosto na torneira e olha para si mesma no espelho, com varias coisas passando pela sua cabeça.

"Eu não fui bonita o suficiente?", "Eu não fui leal o suficiente?", "Ele não me amava de verdade?".

Depois começa a pensar nas coisas que ele já falou para ela.

"Eu te amo!", "Eu preciso de você!", "Seja o que for... Eu vou estar do seu lado!".

Lagrimas escorrem pelo seu rosto delicado até caírem em sua camisola hospitalar.

– Eu... serei bonita... Bonita para você, Patrick. – Disse Alexia ao colocar a caixa na pia branca e abri– la em seguida.

Enquanto Alexia preparava algo naquele banheiro, os corredores do hospital são tomados por um gás verde que acaba entrando em alguns quartos de pacientes do andar térreo. Na recepção, a enfermeira responsável por Alexia fica parada a frente de uma das médicas.

– Algum problema? – Perguntou a médica, desconfiando da situação.

A enfermeira começa a passar a mão no lado esquerdo dos seus medianos cabelos loiros. Ao decorrer da passagem, ele adquirindo uma coloração castanha.

– O que é isso? – A médica e as recepcionistas se afastam da enfermeira. – O que é você?

A enfermeira sorri e fecha seus olhos, os abrindo em seguida com seu olho direito semelhante ao de uma cobra.

– Shhh... – Ela leva seu dedo indicador a boca, pedindo silencio – Está tarde... É hora de dormir.

O gás toma conta da recepção e as mulheres ali presentes começam a tossir, perdendo a respiração e caindo em cima do balcão prata, menos a enfermeira.

– A sorte de vocês é que hoje estou de plantão. – O gás vai derretendo a sua máscara e a segunda pele de silicone, que a dava uma aparência humana.

Um dos seguranças que estava do lado de fora do hospital vê a pele dela se derreter e começa a bater no vidro.

– Moça! Saía dai! – Ele tira sua blusa e a usa como máscara, tapando o nariz e boca. – Vamos!

Quando ele pega no punho dela, o silicone bege fica em sua mão.

– Mas o que... Ah?!

Ela se vira mostrando para ele que debaixo da segunda pele há escamas reptilianas.

– Uma pena... Poderia ter ido embora! – Ela dá um soco no queixo dele.

No meio de todo aquele caos, Alexia gritava e chorava ao costurar os tecidos da caixa em seu rosto com a linha e agulha.

"Eu ficarei linda para você".

O sangue manchava os tecidos de algodão colorido.

"Eu não serei trocada de novo".

Ela coloca uma toalha enrolada na boca para não gritar tanto e começa a cortar seu longos cabelos pretos ficando quase careca, mas com um pouco de cabelo em algumas regiões da cabeça.

Alexia, mergulhada na insanidade, ouve alguém entrar em seu quarto e ir em direção ao banheiro. Com as duas mãos ela prepara a tesoura ensanguentada e destranca a porta para atacar a pessoa do outro lado, mas a maçaneta é derretida antes que pudesse concluir sua ideia e a mulher que passou por enfermeira entra no banheiro, surpreendendo ela.

Striker - A Bruxa, Os Deuses, Anjos & MortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora