No Norte de Vanilla
No apartamento abandonado por Lauro, três militares entram e começam a vasculhar pistas do paradeiro do padre. Em meio ao cheiro de comida estragada, umidade e coisas velhas, eles colocam o lugar abaixo, mas nada de importante é encontrado.
— A Igreja ensina você a desapegar da matéria, mas... ele conseguiu levar tudo de valor consigo? – pergunta um soldado.
— Lauro é esperto, mas não subestimem ele. Alguma coisa deve ter deixado para trás, e é com essa coisa que vamos saber onde ele foi – diz o sargento.
Eles vasculham tudo o que podem, porém, nada é encontrado. Quando já estavam desistindo da procura, o soldado mais jovem sente alguma anomalia no banheiro e pede permissão para voltar lá e olhar.
Enquanto seus colegas o esperam, o rapaz observa todos os cantos daquele banheiro, mas tudo que vê é a bagunça e a sujeira que eles haviam deixando.
— Limpo!
Quando ele grita, a porta se fecha e uma jovem loira sai de trás dela e avança no soldado. Os outros escutam tiros e vão rapidamente olhar o que está acontecendo.
— Ryan?! – O sargento se depara com o seu subordinado degolado no chão.
Outro militar sente uma gota cair na sua cabeça e olha para o teto, vendo uma mulher loira de macacão vermelho pulando em cima dele e perfurando seus olhos com uma lâmina.
O sargento é pego de surpresa ao ver seu homem morto e começa a atirar nela, mas ela bloqueia os tiros, expandindo sua arma e revelando um leque de metal bastante resistente.
— Quem é você?!
Ele é surpreendido quando ela chuta o punho dele, fazendo-o abaixar o rifle, se aproximando de seu pescoço e cortando sua garganta com uma carta de valete.
— Pra que nomes? Você nem viveu muito para lembrar – diz ela, que pega seu comunicador, andando pelo apartamento à procura de alguma coisa; tudo que vê são escritas em um bloco de papel. – Cynthia na escuta. Liquidei os soldados, parece que estavam atrás da mesma coisa que nós. Porém, chegamos tarde, o padre sumiu... Mas estou levando uma pista comigo e quem sabe uma vítima.
Ao Leste de Vanilla
No antigo museu abandonado, Afonsa caminha com Cynthia e um soldado pelo corredor que leva à ala histórica da ilha de Chotgör, onde Vulnicura as recebe com um olhar distante e sorriso malicioso.
— Esta aqui viu a bagunça que você causou, capitã – diz Vulnicura, tranquilamente, enquanto alisa a lâmina prateada de sua foice. – Devia ter ido direto ao ponto de uma vez.
— Não consigo, Vuck... Eu gosto de brincar – diz Afonsa , que se aproxima de Vulnicura e aperta bem as suas bochechas com um sorriso. – Além do mais, era só um peixe pequeno. Nem valia a pena usar o corpo nos meus experimentos.
— Que eu saiba, não foi sendo criticada assim que você encheu seu estoque de autômatos. – Elas olham para um canto escuro da sala, onde apenas o olho amarelo e preto da Viper é visto. – Cadê a Christina?
Próximo dali
Um intenso trânsito complica a situação dos motoristas na Avenida Descartes, a maior da ilha. Cercada por prédios e uma grande variedade comercial, esta via se tornou um cartão postal de Vanilla, devido às suas largas calçadas de ardósia, com forte inspiração na cultura europeia.
Lá, alguns gritos chamam atenção de quem estava parado ali a horas.
— Mas o que é isso? – pergunta um senhor, colocando a cabeça para fora do carro e vendo uma multidão de pessoas passar com cartazes.
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Striker - A Bruxa, Os Deuses, Anjos & Mortais
ParanormalUm arquipélago situado no meio do mar mediterrâneo, em uma realidade onde o mundo místico habita em paralelo com o humano; o grupo apelidado de "revolucionários" se une a Striker para ajuda-la a entender as duvidas que rodeiam sua ressurreição e os...