Is Love Or Not? |H.S|

Epílogo

Gravidez não é fácil. Quem a romantiza, está errado, acredite. São grandes mudanças no corpo, hormônios subindo, descendo, dimensões do corpo aumentando, humor oscilando, sensibilidade, emocional e física. Agenda de consultas como eu nunca tive antes, suplementos vitamínicos, alimentação balanceada para dar ter uma gestão tranquila - não que eu não coma besteiras de vez em quando, a água na boca não permite Harry me controlar -, inclusive tive diabetes gestacional, e os exercícios físicos para manter a saúde e ter um parto o mais agradável possível, palavras de uma conselheira de partos. No entanto, se a gravidez de uma criança já cansa, imagine como é gestar gêmeos. Isso mesmo, um não foi o suficiente, a família Styles, a minha família, precisava de dois bebês de uma só vez.

Recentemente, descobrimos que trata-se de um casal. Harry chorou durante toda ultrassonografia e beijou minha mão, entrelaçada a sua, pelo menos dez vezes enquanto escutávamos os corações e descobríamos o sexo. Foi um baita susto descobrir que eu liberei não um, mas dois óvulos de uma vez, sem tratamento. A minha mãe vibrou muito ao saber que estava esperando um neto, contudo, ganhou dois de uma vez. Ela e Anne se comprometeram a me ajudar nos primeiros meses até que eu seja capaz de conduzir a maternidade sozinha. Harry trabalhou intensamente nos primeiros meses para estar comigo na hora do parto. Fiquei feliz por isso.

- Harry... - suspiro, fechando os olhos e aproveitando o sexo oral.

Outra coisa de grávida: tesão a cada minuto. Tudo bem, exagero, porém, é mais recorrente do que o normal. Harry acabou de voltar para casa de uma corrida, está todo suado, e eu decidi que ele estava delicioso e sequer o deixei tomar banho. Arrastei-o para o quarto, já que não sou capaz de transar em outro lugar, porque minhas costas doem, meus pés estão inchados, minhas pernas reclamam e a barriga limita nossas posições.

Enfio as mãos entre os fios de cabelo dele e arqueio os quadris, buscando mais contato. Levo as mãos para a barriga quando sinto uma pontada e faço careta, mas não o interrompo. Acho que meus filhos sentem minha empolgação e se contorcem dentro do útero.

- Alguma coisa errada? - Harry pergunta.

- Sim, você ter parado de me chupar. - reviro os olhos e ele solta uma risada rouca antes de voltar para baixo.

Harry suga meu clitóris e leva um dedo para a minha entrada, provocando-me. Sinto novamente mais uma pontada na barriga e abro os olhos, ficando em alerta.

- Sério, Claire, me diz o que está acontecendo. - meu marido fica de pé, fitando-me e eu estico as mãos para que ele me ajude a levantar.

Quando, finalmente, estou de pé, um líquido simplesmente começa a descer por minhas pernas e ambos olhamos para a poça em meus pés. Não pode ser, ainda faltam algumas semanas para completar oito meses de gestação, meus filhos ainda não podem nascer.

- Isso...

- A bolsa rompeu. - afirmo, com a voz fraca e trêmula. - Harry...

- Respira. - ele aperta meus ombros, fazendo-me olhá-lo com toda calma e serenidade transparentes no olhar. - Eu vou ligar para a obstetra, você se veste e vamos para o hospital, tudo bem?

- Você não entende, eles ainda não podem nascer. Uma gestação dura nove meses e essa tem oito meses, recém feitos.

- Está tudo bem, talvez seja um alarme falso. Nós vamos ver o que está acontecendo e tudo ficará bem.

- Tá bom. - respiro fundo, puxando os cabelos em um coque. - Tudo vai ficar bem.

Ele assente e só para de me observar quando eu decido me vestir. Ouço-o falando com a médica pelo telefone, enquanto anda de um lado para o outro no corredor dos quartos, provavelmente juntado as bolsas dos bebês. Decidida a não complicar mais a minha vida, eu jogo um vestido longo no corpo e uma jaqueta, calçando sandálias baixas e sem amarração, pois não há maneira de eu enxergar os meus pés. Junto os meus documentos e encontro Harry na porta do quarto, ainda com a roupa de corrida, as bolsas dos nossos filhos nos ombros e a chave do carro na mão.