amarelo e linhas

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certo dia ouvi das paredes que minha prima estava com problemas no coração, e que ao contar a notícia, ela mostrava um tom de quase-felicidade. pensei em quebrar as paredes e dizer que eu também estaria feliz se recebesse a notícia de que meus dias nesta realidade confusa seriam limitados um pouco mais. a vida dança á nossa volta, e estamos presos nela, numa dança forçada. as coisas vem e vão... e estamos presos na dança chata e contínua da vida. andamos e chegamos á lugar nenhum, porque foi de lá que saímos. nossas certezas são vagas e mudam com o vento. quando parar de ventar talvez poderemos segurar a flor que caiu da árvore pela forte brisa. mas se parar de ventar, a flor não vai cair, e como iremos, enfim, segurá-la? essa é a única certeza que carregamos nos nossos bolsos.
queria ligar pra hoseok e contar que minha prima estava para morrer e que eu meio que entendia tudo o que aquele escritor falava, queria ligar pra hoseok e dizer que por ele eu enfrentaria todas as ventanias que viessem a me alastrar para entregarem a flor, queria ligar e dizer que ele era a minha flor... mas ao invés disso, calei os meus anseios e de volta às folhas amareladas escutei as paredes dizerem que eu estava doente. e escutei meus pensamentos dizerem que elas tinham razão.

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