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Eduardo sempre chega às sete horas e seu nome também não é esse - mas por falta do verdadeiro, lidamos com este. O seu horário não é muito pontual e eu sempre o vejo ligando para alguém, somente para dizer que chegaria atrasado e que seria somente daquela vez. Ele aparece com um copo de café em uma das mãos e um livro na outra, desde clássicos da literatura brasileira até os atuais e modernos exemplares de capa dura encontrados nas melhores livrarias do país. Eu podia jurar que ele tinha uma biblioteca particular em casa ou alugava por aí, a primeira opção parecia mais curiosa. Naquela semana ele apareceu com o "Guarani", o tipo de relíquia que eu provavelmente deixaria.
Eduardo ficava em pé atrás da linha amarela, e quando o metrô se aproximava os seus cabelos milimetricamente alinhados se bagunçavam em segundos. Ele nunca fala com ninguém, mas sempre sorri quando chega à plataforma, como um "bom dia" entalado na garganta.
Seria muita sorte minha se ele encontrar essa carta, mas caso encontre...
Reza a lenda que é covardia esconder seu sorriso no mundo.
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Reza A Lenda
RandomQuando uma carta aparecer em um dos bancos do terceiro vagão de um metrô, leia.