Capítulo 6

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[Aviso: Os próximos capítulos contém linguagem explícita e indireta abordagem sexual.]

® Por favor leiam a nota de autor ®






Capítulo 6- Confusões de Emma e Rute+Michael



POV MARTA

A campainha fez-se ouvir do fundo do corredor. Anunciava os melhores momentos de um dia de escola: intervalos.
Cada minuto desde que entramos pelos portões do liceu, até ao momento em que saímos pelos mesmos, está totalmente preenchido e programado com uma alternância SUPER HIPER MEGA DESPROPORCIONAL do tempo de aulas e respetivos intervalos. Acontece que, como acabei de referir, o tempo que nos é dado para relaxar e descomprimir não é o necessário para que qualquer aluno consiga começar a aula seguinte a 100%. Chega ao final do dia e a única coisa que peço é um pouco de força para conseguir sair da sala e atravessar todo o liceu até ao parque de estacionamento.

"Podem sair!" Anunciou o stor Alberto, enquanto todos os alunos se apressavam a arrumar o seu material (Ou melhor, atiravam as coisas para dentro da mochila xd) incluindo eu e Tomás. Estava pronta para sair da sala, quando reparei que ele ainda estava sentado na cadeira de madeira, por isso puxei a cadeira ao seu lado e fiquei ali, sentada com a mochila ás costas, esperando que ele se despachasse.

Precisava de saber o que tinha ele para me contar. Tinha muitas perguntas para lhe fazer e parecia que ele nunca mais se despachava a arrumar toda a aquela coleção de canetas e sublinhadores, com as devidas tampas. Nunca tinha visto ninguém tão protector das suas próprias coisas, tão zelador quando a única coisa que estava em jogo eram canetas. Nem mesmo eu.

Após alguns segundos, ele pegou na mochila por uma alça e colocou-a aos ombros. Encarou-me e foi aí que percebi que estava preparado. Éramos os únicos alunos dentro da sala, e tenho um pressentimento que até o stor Albertocas, estava desejoso que abandonássemos a sala.
Assim foi, passamos a porta que limitava a sala do corredor e um barulho ensurdecedor fazia-se ouvir: miúdos a gritar. Toda a escola estava em boas condições, mas só o facto de terem juntado o ciclo com o secundário, acreditam foi a MAIOR ASNEIRA de sempre.

Quando os ruídos pareciam ter acalmado, não consegui suportar toda aquela ânsia, até que quebrei o silêncio: "Desembucha Tomás!"

"É sobre Joana. Eu não sei se te devia contar isto..." Olhou para o chão. Estávamos a caminhar até que Tomás foi na direção de um banco, no jardim da escola, onde se sentou.

Percebi que estava receoso. Por iss, num ato de encorajá-lo a contar-me o que quer que fosse, sentei-me ao seu lado e continuei: "Ei não te preocupes Tomi, eu não lhe vou dizer nada" Esbocei um sorriso leve. Eu sabia que ele era tímido e que tinha dificuldades em conseguir fazer amigos, mas vá lá eu já não falo com Joana há alguns dias, o que será que ela anda a tramar.

"Antes de tu chegares de manhã..." Ele hesitou e eu coloquei uma das minhas mãos no seu ombro. "Ela estava num grupo com aquelas três raparigas que se sentam no fundo da sala e estavam a falar de ti."

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