"Oi, tudo bem?
Que me perdoe Shakespeare, mas nem todas as belas histórias de amor nasceram para ter um final trágico. Eu o conheci em um pub no centro da cidade, depois de um dia cansativo na faculdade e arrastada por duas amigas.
"Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
e conversaram muito mesmo para tentar se conhecer"
Ele tinha aquele sorriso de lado de quem conhece o mundo e sabe mais dele do que deixa transparecer. Ele parou no meu lado e pediu uma bebida, o cabelo meio bagunçado – eu diria – e uma pose de libertino dos meus romances de época, empilhados na estante. Eu posso dizer, sinceramente, foi amor ao primeiro copo pago. A jaqueta de couro me deixava em mais um clichê, como "Nos tempos da Brilhantina", mas como justo eu, posso falar de clichê? Contando a minha vida amorosa para vários outros desconhecidos.
Ele olhou para mim e puxou algum assunto, uma cantada barata sobre o tempo e a política atual do país. Os olhos esverdeados dois tons mais claros por causa da fraca iluminação do lugar. E quando eu dei por mim estava rindo e caidinha pelo sotaque todo. Um paulista em terras recifenses.
Ele me pediu meu telefone [ insira : Me conhecer melhor], e também me achou legal [insira : Queria que houvesse outras vezes]. A teoria da conspiração já estava completamente montada na minha mente, vai que o número que ele me deu era uma placa de carro?
No dia seguinte, o celular não saiu do meu lado. Eu comprei um pote de sorvete de pistache e coloquei a minha série preferida do momento, dez episódios e eu terminaria. Foi quando ele me mandou uma mensagem.
"Quer sair comigo?"
E agora cá estou eu, dentro do metrô.
Porque reza a lenda que mesmo com medo, temos que fazer nossos próprios finais felizes.
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Reza A Lenda
RandomQuando uma carta aparecer em um dos bancos do terceiro vagão de um metrô, leia.