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As roupas iam sendo amachucadas por Blake enquanto ela as punha na sua mala. Ele já tinha quase tudo arrumado, só faltava mesmo as roupas, as quais nenhum se ia dar ao trabalho de dobrar para arrumar como deve ser. Os jovens tinham pouco tempo, não o ia gastar a dobrar camisolas e calças.

"Caralho, despacha-te, idiota!" Michael gritou, mal acabou de meter as suas roupas na sua mala preta de desporto.

"Espera!" Ela gritou de volta.

Finalmente, eles tinha tudo arrumado. As malas estavam todas do lado de fora, em conjunto com tudo aquilo que tinha trago, como uma mesa, bilha de gás... Só falta chegarem os carros para voltarem a casa. E desmontarem a tenda.

"Um, Mike." A morena chamou-o.

"Sim, eu sei." Ele olhou para ela com uma cara séria e pensativa.

"Então se sabes, porque não desmontas a tenda?" Ela perguntou, à espera que o seu namorado trabalhasse ou pelo menos lhe desse indicações para os dois guardem a tenda.

"Pois." O moço tossiu. "Uh, e-eu, uh." Voltou a tossir. "Porque eu não sei desmontar tendas."

Ao ouvir isso, Blake arregalou os olhos por detrás dos seus óculos. Como é que era possível alguém que estava sempre a acampar e que sabia montar uma tenda, não a saber desmontar?

"Sempre que vinha acampar, era outra pessoa a desmontar a tenda." Michael explicou e a morena grunhiu de frustração.

"Porque raio é que compraste uma tenda tão grande? Não podias ter arranjado uma daquelas que se monta sozinha e são fáceis de guardar?"

"Invés de estares a reclamar, que tal tentares desmontá-la tu?" O moço perguntou de maneira retórica. "Primeiro deve-se tirar aquelas mini tendas interiores, ou os quartos, como lhes quiseres chamar."

Blake assentiu e os dois jovens começaram  trabalho. O primeiro passo era fácil, mas ainda tinha muito que fazer.

Por proposta da rapariga, eles decidiram tirar os ferros que davam a estrutura à tenda. Infelizmente, começaram logo mal essa tarefa, a qual não era tão fácil como parecia. Blake fez demasiada força no ferro e este dobrou-se, acertando em cheio na cara de Michael. Ao sentir o ferro a bater-lhe no nariz, o rapaz só teve tempo de gritar de dor, fazendo ambos os namorados pararem de prestar atenção à tenda.

"Oh meu Deus, Michael, peço imensa desculpa." Ela agachou-se ao lado de onde o moço estava sentado no chão, com as duas mãos em volta do nariz.

"Foda-se!" Ele gritou, sentindo a dor a espalhar-se pela sua cara e a mão a ficar molhada com sangue.

"Eu vou ver se chamo alguém." Ela entrou em pânico e levantou-se, sem conseguir mexer os pés ou parar de olhar para o sangue na mão de Michael.

"Não é preciso." Ele olhou para cima e encarou a sua namorada de olhos arregalados. "Os nossos pais já chegaram."

Os pais de Michael saíram a correr do caro, mal viram o seu filho no chão. Blake afastou-se deixando que os adultos tratassem dele.

Na verdade, nem era nada de grave. Depois de uns dez minutos e de muitos lenços de papel, o sangue estava estancado e Michael apenas sentia umas leves picadas no nariz. 

"Espero que não tenha feito mais que aleijarem-se um ao outro durante estas semanas." O pai de Blake comentou, fazendo os adulto rir enquanto os jovens apenas franziam as sobrancelhas.

"Eu nem quero saber." Blake agarrou na mão de Michael, que estava a seu lado, e entrelaçou os seus dedos. "Eu só quero sair daquilo o mais rápido possível."

"Então não gostaste de cá estar?" A sua mãe questionou-a, elevando uma sobrancelha escura  bem arranjada.

"Não." A morena abanou a cabeça e puxou os seus óculos para cima. "Só aguentei aqui porque tinha na cabeça que quando voltasse a casa me ias comprar um pijama de Adventure Time."

O que ela tinha dito não era mentira, mas não era totalmente verdade. Blake queria mesmo o tal pijama, mas ela tinha gostado de estar ali, no meio da nada. Ela tinha vindo a aprender como gostar daquilo que a rodeara por três semanas e custava-lhe um pouco voltara para um sítio onde as plantas que haviam eram ervas daninhas que cresciam nos passeis e arbustos para enfeitar os jardins. No entanto, ela era orgulhosa e infantil, por isso não queria admitir que estava errada. A morena não ia, por nada deste mundo, admitir que tinha gostado de lá estar.

Mas, apesar do que a sua filha tinha dito, os pais dela não acreditaram nela. Eles conheciam-na muito bem. Eles conseguiam reparar no brilho que ela tinha nos olhos ao estar ali e no tom de voz mais aguda que o habitual que ela usara para mentir. Eram coisas pequenas que não passaram despercebidas ao casal, e fazia-os felizes saberem que a sua filha se tinha divertido.

"Bem," O pai de Michael começou. "Houve pelo menos uma coisa que correu bem." Ele olhou para as mãos dadas dos jovens e todos seguiram o seu olhar.

Enquanto os adultos os olhavam com olhares conhecedores, Blake corava e Michael coçava a cabeça, mas nenhum deles largou a mão do outro.

++

HEY OH

sooooooo, o próximo capitulo é o epilogo e eu gostei bastante do que escrevi. se for preciso ainda publico amanhã (provavelmente nao *sigh*)

então, eu já sei o meu horário escolar e bem, podia ser pior. o que eu detesto mais é que tenho francês como primeira aula de segunda feira, e eu detesto francês.

além disso, tenho bastante gente nova na minha turma, até porque houve muitos que ou mudaram de escola ou chumbaram, mas, felizmente (e eu juro, estou super contente) o meu melhor amigo está na minha turma. ele tinha dito que se calhar ia para o porto, e entao eu estava  co receio. mas a verdade é que se podem ter enganado e ele pode já nem estar na escola (já aconteceu) por isso tenho que esperar até sexta

ok, a nota de autor está quase maior que o capítulo em si por isso peace out 


Green Eyes :: mgcOnde histórias criam vida. Descubra agora