Prólogo

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Ela tentava correr, mas era difícil, pois não conseguia enxergar quase nada estando dentro da mata, além de estar descalça e seminua. Parou cansada, sentindo pontadas na barriga, além das dores dos arranhões que os galhos haviam lhe causado, o sangue lhe escorria quente, mas ela sentia muito frio. O medo que Christine sentia era devastador. A respiração também lhe faltava, já que tendo um corpo tão miúdo, seus órgãos internos se apertavam por causa da sua gravidez. Ficou apoiada entre as árvores atenta aos ruídos, enquanto mantinha uma das mãos em sua barriga com a intenção de proteger o seu bebê, que mexia insistente dentro dela.

Por alguns minutos, só ouviu a vida noturna existente na floresta, até que identificou passos pesados quebrando gravetos e amassando as folhas secas do chão. O desespero aumentou, entendeu que se ele deixou para agir durante a noite, certamente estava preparado com equipamentos que o auxiliasse em sua captura, talvez por isso deixou a porta aberta, para ela sair e ele caçá-la. Christine não sabia o que pensar.

Começou a caminhar devagar, tentando não fazer barulho, o que percebeu ser impossível. Precisava correr, e correu. Embora o coração estivesse acelerado, a adrenalina que tomou conta de seu corpo a fez ir mais longe.

Enquanto corria, ela sabia que não se afastava o suficiente, pois sentia que ele ainda estava no seu encalço, pelo barulho que fazia, ele nem sequer se dava ao trabalho de correr. Eram passos rápidos, mas apenas passos.

O Ceifador de Anjos: A Coleção de FetosOnde histórias criam vida. Descubra agora