Capítulo 10 - Desde que você esteja aqui.

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Acordo com barulho de louça na cozinha. Demoro alguns instantes pra ter consciência de que não estou na minha cama, e sim no quarto do Miguel. Sinto meu estômago roncar e ao me esticar para ver as horas no relógio de pulso dele que está acima da cabeceira, vejo que são 15:45h.

Meu Deus! Como consegui dormir a essa hora? São os efeitos de Potter. Rio sozinha pensando no que aconteceu a algumas horas.

Enrolo-me em um lençol, rezando para que eu e Miguel estivéssemos sozinhos na casa e sigo em direção as escadas me guiando pelo barulho das panelas.

Chego na cozinha, constatando que o barulho vem de lá, e rindo, encosto-me na porta de entrada. Vejo Miguel apenas com uma toalha enrolada na cintura remexendo em panelas no armário. Ele resmungava baixo quando algumas panelas caíam, ele parece estar a procura de algo e não percebe que eu o observo.

— Precisa de ajuda?

— Ah... Oi! — ele vira-se rapidamente e seu cotovelo esbarra em alguns potes que estavam em cima do balcão que caem no chão. — MAS QUE P...

É engraçado vê-lo todo atrapalhado em um ambiente que por mais que faça parte da sua casa, não tem a mínima afinidade. Rio enquanto o ajudo a juntar o que caiu no chão.

— Você parece irritado. — comento ainda rindo.

— Estou morrendo de fome e não encontrei nada pra comer.

— Uau! Miguel Potter, grande empresário, um dos jovens mais ricos do mundo, mora em um lugar como esse, tem trocentos carros caríssimos e não tem nada pra comer em sua geladeira. — ironizo em um tom de brincadeira.

— Não é isso. — ele diz rindo enquanto abre a geladeira. — Não tem nada que você possa comer.

Na geladeira tem, empilhadas nas prateleiras, várias vasilhas com comidas prontas separadas. Parece ser tudo balanceado.

— O que é isso? — pego uma das vasilhas e abro. — Mas que comida sem graça.

Tem apenas um tipo de salada, grãos, ovo e frango. Claro que a alimentação dele é toda regrada. Não é a toa que ele tem esse corpo de guerreiro medieval de dar inveja a qualquer mortal.

— É só isso que você come? — pergunto impressionada.

— Não. — ele ri. — um homem do meu tamanho não vai se sustentar apenas com isso. — A senhora que trabalha pra mim pediu pra visitar os pais esse fim de semana então deixou isso preparado. — ele respira fundo. — Não entendo nada de cozinha.

— Não tem nada que não seja de origem animal aqui? Como qualquer coisa. — digo procurando algo na geladeira.

— Tem algumas coisas aqui, só que não sei fazer nada. Corremos sérios riscos de vida se eu me arriscar na cozinha. — ele ri. — Mas você pode comer minha comida sem graça se quiser.

— Já sei! — tenho uma ideia. — lembra que você sugeriu uma vez um jantar vegano? Comemos qualquer coisa agora e se você topar me ajudar, podemos preparar algo pra jantar hoje a noite na minha casa. — digo receando estar sendo muito precipitada.

— É sério? — ele franze o cenho e cruza os braços como se aquela proposta fosse completamente improvável.

— Por que? Você tem compromisso?

Contanto que Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora