Capítulo 2 - Quem é ele?

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Alice... Alice...

Ouço o som um pouco distante e de repente acordo dos meus devaneios.

— Garota, acorda, no que você está pensando? Ainda pensando no que aconteceu? — pergunta Ella se inclinando para ver meu rosto.

— Não é isso, não é que eu esteja pensando, é que eu ainda me impressiono em como algumas pessoas podem ser tão estúpidas com outras. — digo, voltando o olhar da janela do táxi para pasta de papéis que estava em minhas mãos. — mas enfim, mudando de assunto, preciso escrever um relatório que contenham os resultados das pesquisas realizadas em Adelaide e terei que enviar pro Henry.

— Sim, e ele disse que precisa desses resultados até segunda-feira — diz Ella revirando os olhos — Se quiser eu te ajudo na organização dos dados.

— Vou precisar de toda ajuda possível pra terminar isso o quanto antes.

Eu e Ella discutimos rapidamente alguns pontos importantes que deveriam constar no relatório e em alguns instantes chego em casa.

Ella segue caminho no táxi e combinamos de nos falar por telefone. Minha casa fica em um bairro pacato na área norte de Sydney. A rua é larga, com muitas árvores e como ainda é cedo, é possível ver algumas crianças brincando no gramado de algumas casas. Como estou com uma pequena bagagem, não tenho muita dificuldade em me locomover para dentro de casa.

Ao abrir a porta sinto imediatamente algo vindo de encontro ao meu peito com muita força que me faz perder imediatamente o ar...

— MUFASA, DE-VA-GAR!!! — um dos meus quatro cães, pula em mim, me recebendo da forma mais calorosa possível. Ao ouvir minha voz, os outros que estavam escondidos em algum lugar da casa também vem correndo e em poucos segundos estou mergulhada em lambidas, pelos e patas.

Sou uma completa apaixonada por animais! Tanto, que dedico parte do meu tempo a um trabalho voluntário em uma ONG de proteção animal e a partir do momento que você adota um animal, você não consegue mais parar.

Todos os meus filhos caninos foram resgatados das ruas e o amor que tenho por eles é diferente de qualquer outro. Esse inclusive foi um dos motivos mais relevantes que me fizeram tomar a decisão de aos 24 anos morar sozinha.

Meus pais moram com minha irmã a algumas quadras da minha casa, no entanto nos vemos com muita dificuldade. Quando eu não estou presa nos laboratórios da Universidade eles estão trabalhando. Nunca tive problemas com meus pais, mas sempre busquei a minha independência e apesar de tudo gosto da minha rotina agitada.

Ligo para Ava, minha irmã mais nova para avisar que cheguei bem e que vou jantar com eles, mas ela não me atende. Deixo então uma mensagem de texto, avisando e pedindo pra que ela me ligue assim que visse a mensagem.

Troco de roupa rápido, coloco um short e um tênis para dar uma corrida rápida com os cães antes que o cansaço me atinja com toda a força. Chego em casa e tomo um banho demorado. Passo o restante do dia organizando meus inacabados papéis e colocando a casa em ordem, pois, apesar de Ava ter vindo aqui nesses dois dias que estive fora, os cães conseguem fazer uma "pequena grande" bagunça.

Estou tão cansada que acabo dormindo enquanto leio alguns artigos.

...

Contanto que Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora