capitulo 10

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   - Aquilo é uma caveira? - perguntei ao Will.

  Ele sussurrou

  - Que maravilha.

- OK,pessoal - desse London,desviando os olhos - ,se aquilo realmente é a caveira,nao me importa. Podemos ir embora agora?

Segurei a cabeça de London com as minhas mãos e a virei para o lugar certo.

- Olha lá. Ainda tem até cabelo.falei eu a ela.

  Madame Z fechou o celular.

  - Idiotas,todos eles - disse ela. A palidez havia desaparecido; aparentemente, a conversa com o Silas a deixou um pouco sem jeito. - Ah, vocês acharam o Gustavo!

- A caveira e dele? - perguntei.- E do Gustavo?

- Ai meu Deus - resmungou London.

- Voltou à superfície de uma enchente,no cemitério Chapel Hill - contou Madame Z. - Foi isso o que aconteceu com o caixão. Um trambolho de madeira horrível, provavelmente do inicio do seculo XX. Ninguém quis cuidar dele,então eu fiquei com pena e o trouxe para cá.

   - Você abriu o caixão? - perguntei.

  - Sim. - Ela parecia estar orgulhosa. Fiquei imaginando Madame Z com as calças da Juice Couture roubando caixões.

-Esse treco ainda tem cabelo,é meio nojento - eu disse.

  - Ele ainda tem cabelo - disse Madame Z. - Respeito por favor.

  - Eu não sabia que cadáveres tinha cabelo,só isso.

  - Pele,não - disse Madame Z. - A pele apodrece logo no começo e, acredite, você não ia querer sentir o cheiro disso. Mais o cabelo? Às vezes, ele ainda continua a crescer mesmo depois que a pessoa faz sua passagem.

- Nooossa. - Eu estiquei a mão e dasarrumeo os cachos castanhos de Will. - Ouviu isso, Will? Às vezes, o cabelo continua crescendo.

- Incrível - disse ele.

- E aquilo? - Perguntou London, apontando para uma cumbuca plástica que continha uma coisa avermelhada, parecia um órgão, flutuando em um liquido claro. - Por favor,não me diga que aquilo veio do Gustavo. Por favor.

  Madame Z deu um tapinha no ar como se quisesse dizer Que ridículo.

  - Aquilo é meu útero. Pedi de volta para o medico depois da minha histerectomia.

- Seu útero? - London parecia com nojo.

  - Eu ia deixar eles jogarem no lixo? - disse Madame Z. - Claro que não!

   - E aquilo? - Apontei para umas folhas secas que estavam na prateleira mais alta. Essa brincadeira de adivinha com os objetos estava muito mais divertida do que a própria consulta.

  Madame Z seguiu a direção do meu olhar. Ela abriu a boca e depois fechou...

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