capítulo 12

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  Senti o meu rosto ficando quente. A verdade,no entanto estava ali,exposta na mesa. Namorados. Romances. A esperança acesa no meu peito.

— Conte logo — disse London —,senão nós não vamos conseguir ir embora daqui nunca.

— Não — insistiu Madame Z.

  — Ela não pode,porque ela inventou isso — eu disse.

  Os olhos de Madame Z se acenderam. Eu a havia provocado,o que não era muito bom,mas algo me dizia que,qualquer que fosse a história, ela não a havia inventado. E eu queria muito saber o que era.

  Ela colocou o buquê no centro da mesa,onde ele ficou deitado,imóvel.

  — Três pessoas, três desejos,um para cada — declarou Madame Z —,essa é a mágica.

  Londo,Will e eu nos entreolhamos e começamos a rir. Era ridículo e ,ao mesmo tempo,perfeito: a tempestade,a louca,e agora o pronunciamento agourento.

  No entanto,a meneira como Madame Z ficou olhando para nós fez com que nossa risadas fossem se apagando. A maneira como ela olhava para Will, em especial.

Ela tentou ressuscitar o tom hilário.

— Mas então por que você não usa? — perguntou Will com um jeito de adolescente que quer ajudar.

— Eu usei — disse ela. O batom laranja era como uma mancha.

— E...seus três desejos se realizaram? — eu perguntei.

— Todos eles — disse ela com um tom monótono.

  Nenhum de nós sabia o que dizer.

  — Mais alguém já usou isso? —perguntou London.

   — Uma outra senhora. Não sei quais foram seus dois primeiros desejos, mas o último foi a morte. Foi assim que o buquê veio para mim.

Nos ficamos sentados e tivemos que engolir nossa bobeira. A situação parecia irreal, e no entanto, ali estávamos.

— Cara,isso é assustador — disse Will.

  — Mas...por que você ainda tem isso — eu perguntei — se já usou os seus três desejos?

  — Excelente pergunta — disse Madame Z após olhar para o buquê por alguns intermináveis instantes.

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