ANGEL
Foram três dias.
Três dias que Dorian se trancou na casa dos amigos para se isolar do mundo. Ele não queria me ver ou falar comigo, transformando aquele tempo numa tortura cruel.
"Ele me fez prometer", Will dizia com um sorriso de desculpas sempre que abria a porta bloqueando a passagem. Eu entendia a lealdade de irmãos, embora a minha vontade fosse arranjar uma marreta gigante e arrombar aquela maldita casa.
Queria ser capaz de segurá-lo quando a noite o impedisse de dormir e o seu coração voltasse a despedaçar. Deus, eu só queria estar com ele.
Vesti um cardigan quentinho e decidi conferir o clima da casa. Encontrei Ed com cara de choro no meio do corredor, olhando fixamente para a porta do quarto da mãe.
— Por que mamãe não levanta, Angel? Até quando ela vai ficar desse jeito?
Respirei fundo e espiei a porta entreaberta. Denise continuava deitada de lado. Robert, sentado na ponta da cama, acariciava os seus cabelos enquanto tentava dialogar. Ela nunca respondia.
Denise estava em choque, alterando completamente a sua noção de realidade. Só levantava poucas vezes para ir ao banheiro, fora isso não falava, não comia, sequer penteava o cabelo. Permanecia mergulhada na tristeza profunda. Chegou a ter febre.
— Ela está apenas com estafa. Quando as pessoas ficam muito sobrecarregadas.
— Mas já faz três dias!
— Ela vai ficar bem. — Toquei seu ombro. — Que tal um sanduíche agora, hum?
— Eu sei que vocês estão escondendo alguma coisa de mim.
Ele entrou em seu quarto e fechou a porta com força. O que eu deveria fazer? Robert ordenou que eu não dissesse nada.
Preparei um café reforçado com pães e frutas e levei para Denise numa bandeja, mesmo sabendo que ela não comeria. "Mas preciso tentar", pensei. Entrei devagarinho, coloquei em cima da mesinha e sentei na poltrona, encolhendo as pernas contra meu peito.
— Não é melhor a gente buscar... ajuda? — sussurrei.
— Deixa que seja. Ela precisa disso. — Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, que apenas encarava a parede com um olhar vazio. — Ela foi forte por muito tempo.
Sim... Talvez ela merecesse ter o seu momento para, finalmente, desmoronar.
***
— Já vai! — gritei com quem estava esmurrando a campainha.
Abri a porta e arfei.
— Alex?
Ele ajeitou a jaqueta de couro no corpo e suspirou aliviado. Sam apareceu ao lado dele.
— O que vocês estão fazendo aqui?
— Troca de roupa.
— Por quê?
— Temos um lugar para ir.
E eu subi a escada correndo. Afinal, eu precisava encontrar Dorian Leduc, olhar em seus olhos e questionar porque duas pessoas que se gostam deveriam ficar separadas.
***
Alex praticamente brigou com um cara para estacionar na vaga livre, depois nos conduziu até a entrada. O clube do Peter estava lotado.
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MEU MENINO - Série 1994 LIVRO 1 (Privilegiados)
Storie d'amore☆ Livro 1 da série Privilegiados: Memórias Ocultas Enviada para passar as férias de verão na casa do pai, Angel Levi não está disposta a conviver com a nova família do homem que desapareceu quando ela tinha nove anos. A garota impetu...