H E A D.C A R S .B E N D I N G

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- Você sabe que não deveria me ligar nunca mais, mediante do que você fez - pigarreei tentando disfarçar minha voz rouca de récem acordada às três da tarde - E como conseguiu o número da minha mãe ?
- Tecnicamente eu não fiz nada,só disse a verdade que você não aguentou ouvir e saiu sozinha pela noite, aliás uma atitude bem estúpida essa hein - Ele me começava a me irritar, não responder minhas perguntas enquanto estou de ressaca é uma porta de entrada para minha irritação iminente.

Fiquei em silêncio para que ele se tocasse de que eu não estenderia aquela conversa por muito mais tempo. Desde que essa ligação havia se iniciado minutos atrás, não consegui achar nenhuma pontinha de produtividade nela.

- Tudo bem Viollet,já que você não vai me perguntar como encontrei o número da sua mãe e nem vai questionar o motivo da ligação, vou ter que dizer por mim mesmo.
- Eu acabei de perguntar sobre, mas você ignorou totalmente - minha paciência estava na linha tênue de seu limite - Da pra falar Heath? - Vociferei.
- Minha querida Viollet,estou ligando pelo seu celular que você esqueceu na minha casa, bem engenhoso esse pretexto para me ver novamente, tenho que admitir.

Revirei os olhos, ele só podia estar de brincadeira em pensar que eu moveria alguma palha para ver seu rosto novamente. Para o inferno com Noah Heath!

- Não sou sua querida e olha se você acha que vai ter algo de mim, ou que a noite de ontem pode se repetir você está muito, muito enganado.
- Ou ou, sua "pussy" não tem gosto de pepsi cola, você não é a única mulher do mundo, só quero devolver o celular ok?

Confesso que o desapontamento por não ter conseguido prever isso foi um pequeno baque, que não me abalou é claro, porém deixou minha mente extasiada,procurando motivos para ele não me querer, sendo que eu não devia ligar pra isso já que não queria ele. Não é mesmo?
- Me encontra no Killers and Coffee em uma hora, pode ser?
- Aquele lugar com nome de banda de fundo de quintal ?
- Sim - suspirei e passei a mão pelo rosto quando me sentei e a vertigem me atingiu em cheio - Esse mesmo.
- Me diz que hoje não é um daqueles dias em que tem música ao vivo, e eles resolvem misturar o nome ruim do estabelecimento com outras bandas com nomes e sons ruins - ele gemeu.
- Como se você conseguisse fazer melhor, e além do mais você só vai devolver meu celular, isso não nos dá tempo nem de ouvir meia música.
- Fale por você, já passou pela sua cabeça que eu posso ter planos de ficar por lá, mesmo que isso nada tenha a ver com você ? - silêncio - Pois é foi o que pensei, te encontro em uma hora.

Outra patada. Ele desligou. E eu me encontrava ali atordoada, com a cabeça latejante e sem saber o que esperar desse reencontro sem ter determinado teor de álcool em minha mente.

[...]

Usando óculos escuros,uma calça jeans desbotada, uma regata branca e um coque meio desgrenhado, eu estava na metade do meu cappuccino quando ouvi o sino da porta se abrindo e vi Noah passando por ela, como um rockstar, eu quase podia ver sua aura brilhando.
Minha memória alcoólica realmente não fazia jus à sua beleza, ele era ainda mais inacreditável do que eu me lembrava. Ele trajava uma calça jeans preta, uma camisa social preta um pouco larga em seu corpo magro, a mesma se encontrava meio aberta de modo que eu podia ver uma outra tatuagem que não havia notado na noite anterior,óculos ray- ban pretos, assim como os meus e mocassins pretos assim como todo o resto, seu cabelo outrora bagunçado e desalinhado,estava impecavelmente arrumando com o que parecia ser gel,ele tinha um cigarro pendendo da boca e aquilo o fazia parecer tão sexy.
-   A mosca vai entrar - falou ao se sentar à minha frente.
-   O que disse?
-   Sua boca estava escancarada.
-   Ah.

Silêncio na mesa. Dei um gole no meu café.

-   Vamos direto ao ponto, meu celular?
Ele enfiou a mão no bolso e tirou de lá meu celular, que já estava nos fins de sua vida útil, pois era bem velho.

Robbers Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora