Robbers Of Love

A N O B R A I N

"Ela acordou Noah,ela acordou "

Minha noite foi completamente mudada,as coisas de repente não pareciam mais preto e branco e a felicidade voltava a me invadir,Viollet fazia parte da minha vida de uma maneira que eu achei que fosse impossível. Eu pensava que relacionamentos eram do tipo superficiais,como entre eu e Rebecca,mas não tem nada a ver. Tem a ver com sair no meio da manhã de calcinha e camisa para ir atrás de um bêbado incapaz de amar a si mesmo,mas que consegue amá- la de alguma forma e ela nem sabe disso.
Já eram quatro da manhã e eu não havia pregado os olhos,esperando que ela abrisse os olhos novamente,disse à sua mãe que fosse pra casa pois eu podia cuidar dela e fiquei no hospital. Fazendo rabiscos e escrevendo possíveis rascunhos de músicas futuras,tentando esvaziar minha mente. Até que um movimento rápido chamou minha atenção e quando olhei para a cama de Viollet sua cabeça estava tombada na minha direção e ela me encarava.

-   Bem vinda de volta -   Abracei-a de forma desajeitada e beijei o topo de sua cabeça.
-   Cadê minha mãe? -   Seus olhos inquietos varreram o quarto branco de hospital.
-   Ela foi em casa descansar e buscar roupas limpas  -   Ela franziu a testa -   Se quiser posso ligar pra ela -   Constatei que ela quisesse ficar longe de mim,talvez tivesse percebido que faço mal à ela. Foi aí que comecei a pensar em deixá-la,por mais doloroso que fosse era melhor do que vê-la sofrer.
-   Não -   Ela pediu ao segurar minha mão que estava apoiada na cama  -   Estou bem com você aqui -   Ela sorriu e eu reparei no risco rosado no canto da sua boca,que outrora fora um corte mais profundo.
-   Ok,então como se sente? -   Apertei sua mão e fiz carinho na palma.
-    Cansada e com a cabeça um pouco dolorida -   Ela respirou fundo e olhou para a mesinha de cabeceira,aonde residia uma jarra d'Água  -   Com um pouco de sede também.
-    Ah claro -  peguei água para ela,da qual rapidamente finalizou em três goladas -   Quer mais?
-   Não,vamos conversar -   Ótimo,eu não precisaria ir embora,porque ela mesma iria terminar comigo. Merda! É tão mais fácil quando você termina com alguém,pois você sabe que ainda tem sentimento da outra parte,mas se ela terminar comigo eu vou ter o que? -   Me conta como foi o acidente. Eu voei no ar como nos filmes?

Perdi a fala por um momento e me permiti sorrir.

-   Você é inacreditável.
-   E você não respondeu minha pergunta -   Ela fingiu emburrar a cara.
-   Sim,você voou -   Me dei por vencido -  como numa cena de filme,usando cabos .
-   Legal.
-   Não,nem um pouco legal, eu quis ...
-   Você quis? Por favor eu quero saber de tudo,se você pensou em desistir de mim,bem,eu preciso saber.
-   Não,isso nem chegou a passar pela minha cabeça - menti.
-   Então o que?
-   Eu quis morrer Viollet,quis morrer caso você não acordasse,porque afinal a culpa seria totalmente minha por ter tirado a sua vida.

Seu rosto se tornou sombrio.

-    Como você pôde ? -   Ela disse com raiva -   Eu não acredito que por algum momento você pensou em extinguir sua existência,merda.
-   O que ? Não está chateada por eu ser um bêbado imprestável? O que no caso causou seu acidente ?
-   Eu estou viva não estou? -   Olhei confuso para ela -   Olha,não sou de guardar rancor,ainda mais de você.

Ela olhou pro chão envergonhada,as bochechas rosadas .

-   Eu e a banda conseguimos um contrato -   Quebrei o gelo  e seu rosto se iluminou genuinamente com a notícia -   Não fizemos nem um show fora do país ainda,não queria ficar longe,mas está sendo uma loucura, a banda foi um estouro,já temos milhares de fãs e estamos visando um álbum -   Falei direto,parando apenas para pegar fôlego.
-    Isso é maravilhoso,mas você tem que se empenhar, meu Deus Noah, isso é o que você sempre quis.
-   É .. Olha,vamos viajar em duas semanas com a banda,está afim de vir junto caso tenha alta até lá ?
-    Obviamente,acho que senti sua falta enquanto dormia,isso é possível ? -   Ela sorriu.
  Abracei ela e tentei puxa-la pra mim o máximo possível,beijei o topo de sua cabeça e senti uma lágrima involuntária escorrer pela minha bochecha.