-Desculpe...
Harry não conseguiu nem raciocinar direito, nem pensou na possibilidade de ser desculpa por outra coisa, já estava chorando, chorando mais do que chorou durante sua vida inteira, todas as dores durante sua vida inteira não chegavam nem perto da dor que sentia naquele momento. Nada doía tanto como a possibilidade de Louis estar morto.
-Doutor. -Niall chamou o homem, tentando conter as lágrimas. -Esse "desculpe", foi pelo que, exatamente? -Tentava manter a voz firme e as lágrimas dentro dos canais lacrimais, mas falhou nos dois.
-Ele não resistiu... -Respondeu baixo, Harry se jogou no chão, conseguindo conter o grito estrondoso que estava preso no meio de sua garganta. -Louis... Morreu.
Então Harry gritou, não uma, nem duas, mas quatro vezes seguidas. Gritos altos, agudos, dolorosos e sofridos, que mais eram uma tentativa de extravasar a raiva. Niall, instintivamente, abraçou Liam, chorando em seu ombro, e o de olhos castanhos também chorava, Giovanna se sentou em um dos bancos, também para chorar. Era tanta dor, vindo de todos os lados, mais um pouco e o próprio médico iria começar a chorar, não que ele não quisesse, mas precisava manter a pose profissional.
Niall agachou até o chão para abraçar Harry, não em uma tentativa de aliviar sua dor, pois sabia que nada iria fazer isso, mas sim para faze-lo não se sentir sozinho, sem apoio. Ele queria mostrar para Harry que, independente da situação, eles estariam lá. Mas isso não fez Harry se sentir melhor, ou menos pior, era da ciência de todos que Harry nunca mais seria o mesmo, sabiam da possibilidade, inclusive, de Harry nunca mais sorrir, da possibilidade, na verdade certeza, que ele iria entrar em uma profunda depressão, talvez precisassem por rede nas janelas do apartamento.
Nenhum deles estavam acreditando nisso, mas Harry fazia questão que todos naquele hospital soubessem disso. Entre engasgos com o ar e puxadas fortes do mesmo, ele gritava cada vez mais alto o quanto amava Louis e que ele não merecia nem um pouco a morte, as vezes gritava coisas desconexas que não faziam, realmente, o menor sentindo. Mas era a forma de se expressar, e se levar em consideração que todo seu esforço fora em vão e que agora Louis estava morto, fazia sentido que a sua forma de se expressar não fizesse o menor sentido. Mesmo isso sendo contraditório.
Mas seu choro cessou, assim como o dos outros três quando um "acordou" estupidamente alto ecoou por todo o hospital, fazendo Harry levantar a cabeça assustado, mas no fundo, com esperança. Um médico veio em direção a eles, sorrindo como se não houvesse amanhã, seu jaleco voava devido a velocidade com que ele corria. Harry levantou do chão, com os olhos vermelhos, assim como todo seu rosto, as bochechas molhadas pelas lágrimas e o cabelo desgrenhado, era deplorável, mas seus olhos se arregalaram de um jeito que parecia que os olhos iria pular para fora das obres. Sentiu as pernas fraquejarem quando o médico parou de correr e os olhou ofegante, os quatro ficaram quietos esperando que o homem falasse algo, mas estava ocupado recuperando seu folego.
-Então... -O médico que já estava lá disse, tentando fazer o homem começar a falar.
-A desfibrilação. -Disse balançando a cabeça loucamente, o queixo de Harry foi parar no meio de suas pernas, podia não entender muito de medicina, mas sabia o que era desfibrilação, e pela cara do homem, isso era bom. -Funcionou! Ele reagiu! Ele voltou, Louis está vivo!
-Louis... -Harry começou, não conseguindo mais ficar de pé e sentando na cadeira atrás de si, abaixando a cabeça, em estado de choque. -Ele está vivo. -Levantou a cabeça, sorrindo mais do que sorriu desde que eles começaram a namorar. -LOUIS ESTÁ VIVO!
Gritou descontrolado pulando em cima de Niall que ria feliz, mesmo tendo caído no chão ao que Harry pulou. Levantou trazendo o outro consigo, Liam e Giovanna abraçaram Harry com força, Niall pulou em cima formando um abraço grupal ao som de risadas, gritos e mais choro, porém, um choro de alegria, dessa vez, o choro deles dava para sentir a alegria deles, em especial, a de Harry. Feliz era uma palavra pequena demais para encaixar tudo o que ele estava sentindo. Nem euforia era o bastante para definir o que ele sentia. Levantou-se do chão e abraçou os médicos, que ficaram sem reação, mas o abraçaram de volta.
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I'll never let you go •l.s fanfic•
FanfictionCocaína, LSD, heroína, cogumelos mágicos, ópio, álcool, anfetamina... Para muitos, algo a ser evitado, repugnante e que deveria ser eliminado da superfície da Terra. Para outros, a felicidade.