I'll never let you go •l.s fanfic•

20- Calum

A primeira coisa que Liam fez foi um facepalm, mas ele queria mesmo era fazer um faceplam no meio da testa de Harry, Louis o olhava levemente branco e preocupado. Ninguém lá conseguia falar nada, aquilo foi estupidamente desnecessário, não só o ataque de ciúmes, mas a raiva que subia pelas suas veias junto com sangue por imaginar que , provavelmente, aquelas fossem as pessoas que forneciam drogas para ele. Não que isso justificasse aquela pergunta carregada de sarcasmo, feita para deixar Louis e todos os outros extremamente constrangidos e sem resposta.

-Harry, não começa com isso. -Liam pediu, dando um tapa fraco no ombro do mais novo.

-Quem são vocês? -Se aproximou dos mesmos, ficando frente a frente com Zayn, que engoliu em seco, rezando para que Harry não sentisse o cheiro de nicotina e álcool que ele exalava.

-Hã... Me-meu nome é Zayn. -Tentou dizer sem deixar o ar sair, obvio que não deu certo. -E você?

-Não importa quem eu sou, quero saber de onde Louis os conhece, e o motivo pelo qual você exala esse cheio horrível. -Zayn apenas engoliu em seco, percebendo que começara a suar frio.

-Harry, calma. -Louis disse apertando seu braço, afim de o puxar de perto de Zayn. -Ele é meu amigo.

-Isso eu já entendi. Quero saber de onde. -Chacoalhou o braço para fazer Louis o soltar, marchou até Michael e apontou o dedo na cara dele. Mas existia uma diferença clara entre Zayn e Michael, ao ser intimidado, Zayn ficava com medo, Michael ficava irritado. E não seria diferente com Harry. -O que vocês são para Louis?

-Somos quem o acolheu quando quem ele mais ama não fazia nada, além de discutir. -Praticamente gritou e deu um tapa na mão do cacheado, afastando o dedo dele de sua cara. -Podemos não ser as melhores pessoas do mundo, mas pelo menos não o deixamos na rua, pra morrer nas mãos de traficantes do mercado negro.

Harry arregalou os olhos e rangeu os dentes, sendo ou não a intenção de Michael deixar na cara que eles eram que forneciam drogas para Louis, ele deixou isso na cara. E sim, deu merda. Muita merda.

-Foram vocês que deram drogas para ele. -Disse pausadamente, andando em direção do loiro, com a voz alterada e com todas as veias possíveis saltadas. -Vocês que quase o mataram. Ele teve uma overdose de heroína, ele morreu mesmo! Mas teve a sorte de um desfibrilador o salvar. Eu vi ele quase morto deitado em um beco. -Ao que Michael bateu contra a parede, Harry agarrou seu pescoço, forçando seus dedos como nunca antes. -Vocês quase tiraram Louis de mim, vocês deixaram que ele usasse heroína. Eu vou matar cada um de vocês.

-E-le só ve-veio at-é nós, porque vo-cês bri-gavam... -Michael proferiu lentamente, buscando ar, tento faze-lo chegar nos seus pulmões. -Não ponha a culpa em nós. -Agarrou os punhos de Harry e os torceu, fazendo o mais velho gemer de dor, não havia quebrado, mas com certeza viria a dor pelos próximos dois dias. -Fique feliz que demos uma casa pra ele morar e comida pra comer. Se dependesse que qualquer outro, ele não teria casa, comida, rins e nem vida, então agradeça por ter sido nós.

-Eu nunca vou agradecer a quem deu drogas para ele. -Retrucou, mexendo nos punhos, conferindo se nada tinha quebrado.

-Ele apareceu no beco, Zayn não fez nada além do seu trabalho. -Respondeu, cada vez mais irritado. -Como você queria que nós soubéssemos que ele iria fugir de casa alguns dias depois, e o único lugar que ele conseguiria pensar em vir seria no nosso beco e para nossa casa? Acha mesmo que queríamos ver mais um amigo morrendo de overdose? -Agarrou o ombro de Harry, forçando um encontro dos dois olhos verdes. -Eu sei a sua dor, sei o que sentiu quando o viu quase morto. Eu vi a pessoa que eu mais amava morta no chão do meu quarto, eu perdi o garoto que eu amei como nunca amei ninguém. Acha mesmo que qualquer um de nós aqui queria que Louis morresse? Sempre tentamos impedir que ele usasse heroína, mas não somos babás, temos que trabalhar muito para continuar vivendo. E não me venha com "procure um emprego" nunca nos dariam um trabalho como o seu, fomos jogados à margem da sociedade muito cedo, nós só tínhamos o caminho do tráfico ou da prostituição. Mesmo se quiséssemos sair do narcotráfico, seriamos mal vistos no seu mundinho perfeito, seriamos vistos apenas como ex-traficantes e drogados, mas não como humanos, e vou te contar uma coisa: nós somos humanos. -Soltou o ombro de Harry e se afastou lentamente dele. -Fico muito feliz que tenha achado Louis, e espero que ele nunca mais chore por sua causa, como eu tanto vi ele fazer. Agora se não for incomodo, saia da nossa casa e não nos entregue para polícia, a não ser que queira nos ver presos, e com ainda menos chances de viver uma vida normal.