Capítulo 2

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Valentina

—Vamos querida! Força! – dizia a doutora Agatha para mim. Eu já não estava conseguindo mais, eu já não tinha mais forças – ela já está quase fora Valentina, só mais um pouquinho.

— Eu não consigo – eu dizia praticamente sem forças. Meu parto estava quase no fim, mas as últimas seis horas de contrações haviam acabado comigo– não tenho mais forças.

— Só mais uma vez e sua filha já estará em seus braços – ela continuava dizendo. Foi ai que eu escutei um chorinho, e um alivio percorreu o meu corpo. Eu havia conseguido! Minha filha havia nascido!

— Quero te apresentar a sua filha – disse minha médica vindo com um embrulhinho em minha direção – essa é a sua filha Valentina.

— Oi meu amor – eu digo colocando minha filha aconchegadamente em meus braços. As lágrimas embaçavam minha visão, deixando-a turva, mas eu sabia que a minha pequena era linda. Eu tinha certeza disso – seja bem vida! Você é tão linda minha princesa.

Os olhinhos da pequena ainda estavam fechados, mas ela era linda e parecia muito com o pai, dava pra ver isso, mesmo toda sujinha com os resíduos do parto, mesmo assim dava pra ver que ela tinha todos os traços do pai, e isso me deixou feliz. Uma alegria tomou conta de mim, mas no mesmo instante uma tristeza também estava rondando. Como eu queria que Matt estivesse aqui comigo, tenho certeza que ele ficaria muito feliz com a nossa pequena.

Faz sete meses que ele se foi, e ainda sinto como se ele pudesse aparecer a qualquer momento, era como se tudo que eu tivesse vivido até aqui, fosse apenas um maldito pesadelo, e que a qualquer momento Matt me acordaria desse transe terrível.

Tenho certeza que ele estaria chorando, e tenho certeza que estaria me agradecendo por poder dar a ele a felicidade de ser pai.

— Nasceu bem grandinha essa boneca – disse a doutora Agatha acariciando a cabecinha da minha pequena – você já escolheu o nome?

— Alana. O nome dela será Alana – olhei para a pequena, e um sorriso bobo brotou em meus lábios – Alana Hammer Rizzo.

Depois daquele momento, eu tive a certeza que minha vida nunca mais seria a mesma. E pude sentir a presença de Matt ao meu lado, assim como ele havia prometido, que nunca me deixaria que sempre estaria comigo, e Alana é a prova que ele sempre estará comigo, ela é a prova que nosso amor foi real, que nossas vidas eram uma só, e que nosso amor venceu a morte.

***

Três anos depois...

Já haviam se passado três anos, e era como se eu ainda pudesse sentir o seu cheiro, era como se eu ainda pudesse sentir a sua presença. Mas como não sentir sua presença com uma filha tão parecida com ele? Como não olhar para os imensos olhos azuis de Alana e não enxergar os de Matt através dos dela, como não acariciar seus cachos loiros e não ter a mesma maciez entre seus dedos. Minha filha era uma copia fiel do pai em todos os sentidos, na delicadeza, a suavidade dos toques, na alegria de viver, no carinho oferecido. Minha pequena era o melhor presente que Matt deixou para mim.

— Vamos dormir filha, já está na hora – falo entrando no quarto de Sophie, e vejo minha pequena sentada em seu colo. Minha irmã tinha adoração pela sobrinha, e as duas se completavam.

— Não quero! – ela se agarra ao pescoço da tia – quero a titia mamãe.

— Mas a titia tem que estudar – estendo a mão para que Alana segure – amanhã você fica com ela.

Meu Melhor Pesadelo ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora