FIVE.

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     O sol atravessou o vidro do carro e apareceu bem no meu rosto, me movimentei bem devagar já que estava deitada sobre o Max. Tinha sido uma das noites mais incríveis da minha vida, nunca me senti tão segura com alguém. Bocejei e balancei a cabeça, um sorriso brotou de imediato em meu rosto, depositei um beijo no peito de Max e me sentei no banco lentamente, vesti minha camisa.

— Espero não ter mexido muito.

Disse Max com sua voz um tanto rouca, mas ainda provocante. Ele esfregou os olhos e sentou-se no banco.

— Não mexeu, mas já está de manhã, temos que ir pra casa. — vesti a calça jeans, me aproximei um pouco mais dele e encostei meus lábios ao dele, como um selinho.

    Nunca acordei com ninguém antes, passei minha vida olhando linhas e pequenas letras em livros e isolada em um quarto, que pra mim era tudo muito novo, não novo, tive um namorado quando estava no segundo ano, ele era bem zen, eu sempre me perguntava o porque e nunca soube, quando terminamos eu descobri que ele era maconheiro, ainda mantenho o contato, mas não com ele e sim com a fumaça que ele soltava no ar. Max e eu saímos do carro para tomar café, era meu lugar favorito, nos sentamos próximo à entrada, fiquei de costas pro resto da lanchonete.

— O que vai pedir? — perguntei um pouco curiosa.

— Eu estava pensando em pedir você, brincadeira. — ele riu. — Eu acho que vou quere-e-er.. — ele gaguejou.

— Aconteceu alguma coisa? — segurei a mão dele e arregalei um pouco meus olhos, um tanto assustada.

— Vamos embora, por favor. Tomamos café em casa, eu faço um ovo com bacon super incrível, uhu.

Ele olhava fixamente para o fundo, quando eu iria olhar ele me puxou pela mão rapidamente.

— O que aconteceu lá dentro, hãm?

— Nada, eu só quero ir embora. Podemos? — perguntou ele.

    Foi algo tão súbito, ele se virou e se foi sozinho, porque eu me recusei, realmente não entendo nada do que havia acontecido. Caminhei até minha casa há umas 13 ruas da onde eu estava. Quando cheguei em minha casa, chamei pela Lily, já que ela era ninja e entrava na minha casa sem nem ter chave, como ela conseguia eu sinceramente.. não sei. Já era tarde  e as luzes na casa do Max estavam apagadas, achei um pouco estranho porque ele sempre deixava acesa por causa do Ted.

— Cheguei. Aonde você esteve?

Lily perguntou ao entrar em minha casa com algumas sacolas.

— Eu? Eu estava dando uma volta. — me sentei no sofá.

— Uma volta em cima de alguém, não é? Pode falar, Okay?

Ela fez alguns gestos obscenos e deu uma risada. Sentou-se na poltrona a minha frente.

— Você é muito ridícula, pervertida e safada! — coloquei a mão em minha boca abafando a gargalhada.

— E você me ama!

Ela disse arqueando as sobrancelhas, formando um arco correto. Levantou-se da poltrona e caminhou até a cozinha com as sacolas que havia trago, provavelmente do supermercado. Me virei um pouco no sofá olhando para casa do Max através da janela, ele seguia até a caminhonete com sua mala, me levantei e segui até porta, abri a tela rapidamente, em seguida a porta e corri até o carro.

— O que você está fazendo? — coloquei a mão em meu quadril e olhei em seus olhos.

— Eu vou embora, pensei que aqui poderia esquecer o que mais me doeu em todos esses anos. — ele disse com a voz embargada e rouca.

— Do que está falando? Vamos conversar, Max! — segurei em seu braço e puxei para dentro de sua casa.

Ele se sentou no braço do sofá e olhou para o chão, permaneceu assim por alguns minutos, em silêncio, apenas sua respiração.

— Estou me preocupando. — disse.

— Você nem deve se lembrar de mim não é? Eu sou o garoto gordo que sentava no final da sala, que era seu admirador secreto, voltei pra Chicago na esperança que ainda estivesse aqui e ainda estava, e na mesma casa... Eu me mudei e conheci uma garota chamada Lilian Sulvian.

Ele parou e suspirou, estava se emocionando, e eu completamente assustada por saber que ele era o bola de látex da sala, era como chamavam ele.

— Ela provavelmente nunca te falou o que fez, pra ninguém, mas eu tive um filho com a minha amiga em Los Angeles, ela faleceu no parto do meu filho. Lily, bom ela me ajudou, se fez de minha amiga e acabamos namorando por alguns meses e foi os meses mais infernais da minha vida e no final de tudo, ela matou o...

A respiração dele se acelerou, seus lábios tremiam, assim como suas sobrancelhas. Meus olhos lacrimejaram, engoli a seco e fiquei em silêncio.

— Ela matou o meu filho, ela simplesmente matou meu filho e jogou o corpo pros cachorros vizinhos.. AQUELA FILHA DA PUTA ME TIROU O MEU FILHO! — a voz já trêmula, ele emendava uma palavra na outra e acabou alterando a voz por fim.

    Fechei meus olhos e logo uma lágrima escorreu em meu rosto, me levantei do sofá, segurei o choro. Max estava bastante abalado, começou a chutar à beira do sofá e socar a parede próxima à porta. Eu realmente não sabia como ajudar, o que falar, nem se eu deveria abraçá-lo, talvez sim. Caminhei até ele, que estava bastante alterado e chorava de uma forma que me tocou bastante, passei meus braços em seu pescoço e pedi para que ele se acalmasse, que eu estava ali para ajudar e que não iria há lugar algum.

CONTINUA..

☁️ Bom pessoal, estou muito feliz em ter vocês como meus leitores. Desculpa-me se demorei para postar, estou um pouco ocupado, mas é isso! Não esqueçam a estrelinha e o comentário, amo vocês! ❤️ ☁️

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