SIX.

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       Eu me despedi do Max, dei um beijo demorado na testa dele e disse que ele não iria sair daquela casa por enquanto, até que ele se acalmasse. Ainda não acreditava que a Lily tinha feito isso, que ela chegou a esse ponto, ao ponto de matar uma criança. Quando eu cheguei na varanda de casa, eu pensei em entrar rapidamente e encher ela de tapas ou tacar alguma coisa em cima dela e sair correndo, agora eu tinha medo, não há conhecia de verdade. Abri a porta e a bati fortemente.

— Parece que viu um fantasma. Vai começar nosso filme favorito! — disse Lily, empolgada com o filme que iria começar.

— Que bom. — disse friamente.

Caminhei até a televisão e desliguei. Me virei lentamente com os braços cruzados e apoiados em minha barriga.

— Como assim? Era Procurando o Nemo, um clássico! — ela exclamou, jogando seu corpo contra o acostamento do sofá.

— Você matou uma criança, não matou?

Meus olhos lacrimejaram, minha respiração acelerou-se. Lily parou, ficou pasma e suas mãos ficaram inquietas, ela esfregava as mesmas em sua coxa.

— Você NÃO MATOU UMA CRIANÇA, MATOU? — gritei.

Lily fechou os olhos e se levantou do sofá.

— Matei. Eu matei, eu me arrependo disso, eu só queria que ele me desse atenção! — ela disse com a voz embargada.

— Você tem noção do que você fez? Tirou a vida do filho dele porque ele não queria ficar com você? Você é louca!

Me virei para subir as escadas quando Lily rapidamente segurou forte em meu cabelo, em uma mecha atrás da nuca. Ela me puxou pra trás me fazendo cair no chão, segurou em meu pescoço e cravou deus dedos com extrema força, me enforcando.

— E agora vou tirar você dele, desculpa. — ela disse mordendo seu lábio inferior.

    Eu até tentei gritar, mais as mãos dela seguraram com bastante força em meu pescoço. Minha cabeça começou a ficar vermelha, eu não estava conseguindo respirar. Fechei meus olhos e só pensei no meu pai me dizendo pra ser forte quando eu cai do balanço nos meus quatro anos de idade. Arrastei meu pé até a televisão num pequeno Rack, a derrubei fazendo um barulho. Achei que assim seria o único jeito de pedir socorro, fazendo barulhos e quebrando minha linda televisão. Max derrubou a porta e correu em direção a Lily que estava sobre mim, me enforcando, ele a retirou e segurou em seus braços. Foi quando eu consegui me levantar e ligar para a polícia, que dentro de uns 20 minutos estava á frente de minha casa.
     O policial algemou ela e levou até a viatura. Eu tinha perdido literalmente tudo, dos meus pais até meus amigos, que nada verdade nenhum deles eu havia conhecido, eu só achava que conhecia. Max me abraçou e deitou minha cabeça em seu peito, e me disse que tudo iria ficar bem, como eu fiz com ele, pude até sentir a vibração da voz dele.

               3  M E S E S  DEPOIS

   Era uma manhã dias antes do Natal, me espreguicei sobre a cama e notei que Max não estava deitado. Me sentei no colchão e chamei por ele, gritei seu nome para que ele pudesse ouvir. Sentei na beirada do colchão, calcei meus chinelos e me levantei.

— Não, não, tem que ficar deitada, eu trouxe café na cama. — disse ele segurando a bandeja, um pouco atrapalhado.

— Ah claro, ganhei um café da manhã na cama, foi o primeiro desde que moramos juntos.

Me sentei na cama de novo, colocando as pernas sobre o colchão, esticando-as. Olhei para ele erguendo as sobrancelhas, segurando o riso.

— As vezes a gente tem que agradar a mulher que temos. — ele colocou a bandeja sobre minha perna, e se deitou na cama, do meu lado direito.

— O que você quer? Sempre quer alguma coisa. — disse levando uma uva em minha boca.

— Meu presente de natal. — ele disse, abrindo um sorriso em seus lábios.

— O Natal é daqui a três dias. Mas eu tenho um presente, o café está ótimo. — coloquei a bandeja sobre a fama e me levantei, indo em direção ao banheiro.

— Não me diga que você escondeu a última temporada do Barney e seus amigos no banheiro? — ele riu alto.

    Jamais entenderei a minha vida, ela era uma farsa, agora eu estava vivendo a verdade, a minha verdade. Estava um pouco ansiosa, acho que isso é algo que eu carrego em mim, ansiedade. Abri uma pequena gaveta, peguei uma caixa, já embrulhada e com laços. Me virei e caminhei até a cama, me ajoelhei na mesma e estendi a caixa em sua direção.

— Pronto. — juntei meus lábios e ergui as sobrancelhas, curiosa com a reação dele.

— O que é isso? — ele perguntou curioso, sentou-se na cama e abriu a caixa lentamente.

— Vai saber.

Sussurrei. Max retirou os laços e abriu a caixa, retirando um pequeno teste de gravidez com resultado positivo. Seus olhos encheram de lágrimas rapidamente, ao ver os dois pontinhos.

— Parece que agora seremos três. — disse com a minha voz embargada de emoção.

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⏰ Última atualização: May 03, 2016 ⏰

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