10 de agosto de 2015
" Era um fim de tarde, o sol estava sumindo no horizonte, estava tudo tão calmo, exceto na casa de Mia Dalkare, nesse dia ela tinha convidado as amigas para dormir lá e como qualquer um sabe, melhores amigas juntas é igual a bagunça e gritos histéricos o dia todo.
- Aí meu deus, não acredito que você ficou mesmo com o Charles Mason - disse Mia
- Foram só uns beijinhos - respondeu Laila e todas caíram na gargalhada, Charles Mason era um menino que tinha aula de história com Mia, e ela sempre ouvia ele falar de coisas pervertidas, e vivia azarando todas as meninas que visse, e sempre levava um fora.
- Então Olivia, o Daniel já se declarou pra você? - perguntou Laila tentando mudar de assunto.
- Nem vem, gente ele não gosta de mim.
- Deixa ela Laila, a Olívia gosta de bancar a virgem inocente.
Olivia fuzilou Mia com o olhar, ela sabia que Mia não estava falando sobre o Daniel e sim sobre outra coisa, que ela prometerá nunca contar pra ninguém. Mia levantou de sua cama ignorando o olhar de Olivia e foi em direção ao armário e pegou de dentro dele um perfume Chanel nº 4, todas as outras arregalaram os olhos na mesma hora.
-Olha meninas, ganhei da minha tia, ela voltou de Paris mês passado.
E então Mia começou a burifar o perfume pelo ar e todas respiraram fundo para sentir e depois suspiraram, dava para ver claramente a inveja na expressão de Olivia, ela já tinha pedido um perfume desses para os seus pais porém eles falaram que era muito caro e que ela não precisava de uma coisa tão cara.
- E então Mia, já sabe como vai comemorar seu aniversário? - perguntou Laila.
- Ah, ainda não eu estou pensando eu uma coisa mais íntima, só que bem maneiro e com bastante bebida é claro.
- Nossa, Mia Dalkare quer uma festa íntima, você ta bem? - perguntou Chanel enfiando um Doritos na boca.
- Claro que estou, só que eu já tive uma festa ano passado, não preciso de outra.
- Nossa a festa do ano passado foi inesquecível. - disse Olivia com um sorriso nos lábios.
O celular de Mia começou a tocar e ela o pegou rapidamente e olhou para a tela parecendo preocupada, Chanel pegou o celular da mão de Mia com um sorriso maléfico.
-Hum, quem é "CC" ? Algum menino mais velho?
-Me devolve isso agora - então pegou o celular violentamente das mãos de Chanel e saiu do quarto para atender.
-Nossa,isso foi...
-Estranho - disse Olivia terminando a frase de Laila.
-Talvez a gente devesse ouvir - falou Chanel anciosa.
- Você ta louca? Ela vai matar a gente - falou Laila, mas Olivia levantou e foi em direção a porta e Chanel levantou em um pulo atrás dela.
Olivia abriu um pouco a porta sem que a Mia, que estava no corredor visse, então as duas tentaram ouvir o que ela estava falando mas a voz de Mia estava muito baixa, elas só conseguiram ouvir trechos da conversa.
- Você tem certeza... acho que sei como fazer isso... a vadia vai ... cuidado é perigoso... "***
"Eu sou um de vocês" era o que estava escrito, minhas pernas estavam bambas, eu mal me aguento em pé, alguém tinha escrito aquilo, a mesma pessoa que matou a Sra. Dalkare, e se deixássemos iria nos matar também, naquele momento eu só conseguia pensar que nós precisávamos sair dali.
-Eu...eu vou acordar todos - disse Daniel muito pálido e subiu as escadas, nos ficamos parados lá um certo tempo porque quando me dei conta os outros já estavam descendo, Victor e Amber foram os primeiros descer e como sempre, Amber começou a choramingar, depois desceram Mikaelly, Amanda e Letícia, que tinha conseguido ficar mais pálida que Daniel, Amanda estava com uma expressão que eu não conseguia identificar e Mikaelly estava olhando como se estivesse admirando uma obra de arte, aquilo na boca dela era um sorriso? Então desceram Lucas, Mateus e Cecilia. Lucas estava com a cara amassada e aparentemente ele foi o único que conseguiu dormir essa noite, Cecilia olhou desconfiada para todos e Mateus estava com uma expressão que quase me lembrou a Amber.
- Isso não pode ser verdade - falou Victor - o assassino deve estar apenas nos manipulando.
- Eu acho que pode ser verdade - falou Malia baixinho - quer dizer, onde mas o assassino estaria se escondendo? Só tem essa casa e o lugar onde encontramos o lugar da Sra. Dalkare.
- Então o assassino está aqui exatamente agora - disse Amanda pela primeira vez com expressão de medo.
-Sim - falei com a voz rouca e Amanda olhou para mim de um jeito ameaçador, devia ser só medo.
- Chega, isso já é demais, eu já não aguentava ficar presa aqui e agora sabendo que o assassino dorme no quarto ao lado, eu preciso sair daqui - gritou Laila, ela estava surtando.
E assim ficamos, discutindo por horas até o sol nascer e eu perceber que estava bocejando, estava com sono e eu pudia ver que os outros também mas sabia que ninguém iria dormir assim, todos estão se sentindo desprotegidos.
- Olha eu acho que devíamos parar de ficar aqui discutindo e chegar a alguma conclusão para que nós possamos sair daqui - eu disse sonolenta
- É, ela tem razão - disse Letícia.
- E o que você sugere que a gente faça? - perguntou Victor, mas eu não conseguia pensa em nada eu estava morrendo de sono, então Daniel falou :
- A gente pode se dividir em três grupos diferentes para procurar um modo de sair daqui, o primeiro grupo fica aqui e procura meio de comunicação ou coisas que podem nos ajudar, o segundo grupo pode procurar na floresta alguma coisa que nos dê uma dica do que está realmente acontecendo e o terceiro, vai pro teleférico e vê se tem algum jeito de descer a montanha e procura por pistas.
- Nossa mandou bem, Sherlock. - falou Eddie
- Obrigado, meu caro Watson - respondeu Daniel com um sorrindo cansado.
- Eu não sei, e se o assassino decidir atacar? - perguntou Amber
- Cada grupo terá cinco ou quatro pessoas, então se o assassino decidir atacar serão um contra três ou mais.
- Eu achei uma boa ideia - disse Malia.
- Eu quero ficar no mesmo grupo que a Letícia e a Amanda - falou Mikaelly.
- E eu com o Victor - disse Amber
- Nada disso, para ser justo a gente vai sortear.
Então todos ascendiram, e Daniel que estava agindo como Lider pegou papéis e escreveu nossos nomes na frente de todos para que não achem que ele está trapaceando e depois ele começou a sortear.
- Muito bem, no primeiro grupo, o que vai ficar aqui na casa estão... - ele pegou o primeiro papel - Vitor... - ele pegou mais três papeis e continuou - Letícia, Amber... - Ela sorriu e comemorou - e Chanel.
-Ah não, eu não gostei - Falou Chanel e Letícia também murmurou alguma coisa com raiva.
- Esse é o grupo Chanel, e eu deixei só quatro pessoas nesse porque esse grupo tem a tarefa mais fácil, agora o grupo dois ...- Laila estava torcendo para que a gente caísse no mesmo.
- Amanda, Cecília, Laila, Lucas e ...- ela estava murmurando "fala Olivia, fala Olivia..." - E eu.
Todos reclamaram, inclusive eu porque não fiquei no mesmo grupo que meu melhores amigos então sem dar atenção as reclamações Daniel continuou - e o último grupo, Olivia - NÃO! - Eddie, Mateus, Malia e Mikaelly.
Pelo menos o Eddie estava no meu grupo, depois disso Daniel nos dividiu, e falou para estarmos aqui daqui a uma hora e então, cansados não começamos a descer a trilha até o Teleférico.
Eu e Eddie estávamos na frente, Malia logo atrás e Mateus e Mikaelly estavam mais atrás, Mateus tinha começado a suar e Mikaelly parecia estar com falta de ar, já Malia até que estava indo bem assim como eu e Eddie, estávamos todo em silêncio admirando a floresta, agora que estava de manhã nem parecia que tinham morrido duas pessoas nela, parecia a trilha de um parque, aqueles que você vai com a família nos domingos. Comecei a pensar na minha família, será que eles não estavam preocupados? Afinal eu já estava aqui há alguns dias sem dar sinal de vida, e eles sempre foram tão super-protetores, por um momento passou pela minha cabeça a ideia de que o assassino tivesse matado meu pais também, não, se isso acontecesse eu preferiria morrer aqui e agora.
O silêncio já estava me incomodando e faltava mais alguns minutos até chegar ao teleférico pensei em puxar assunto mas não me veio nada, porém para minha surpresa Mateus falou alguma coisa:
- Eu à amava
- Do que você está falando ? - perguntou Eddie confuso.
- Vocês devem estar se perguntando porque eu estou aqui na montanha, porque a mãe da Mia me chamou, e é por isso, eu amava a Mia.
Então imediatamente me lembrei da oitava série quando ele se declarou para Mia, na frente de toda a sala e ela o rejeitou.
- Alguns meses antes da Mia desaparecer - continuou ele - ela começou a falar comigo e como ela sempre tinha sido minha paixão platônica eu levei isso muito a sério e comecei a dar presentes para ela, e a Mãe da minha sempre abria a porta pra mim, deve ser por isso que ela me chamou, porque sabia que eu amava a Mia.
- Você não acha amor uma palavra muito forte? - perguntou Mikaelly que agora parecia respirar melhor.
- Sim eu acho, mas era o que eu sentia.
- Só que agora descobrimos que não foi a Mãe da Mia que nos chamou e sim, o assassino - falei.
- Ah é verdade, mas de qualquer jeito eu só queria explicar o porquê de eu estar aqui.
Depois disso o silêncio voltou a reinar, mas chegamos ao teleférico, estava exatamente do memo jeito que dois dias atrás, Malia chegou perto do fio cortado e o espencionou, Eddie e Mateus foram tentar arrombar a porta da cabine onde se controlava o Teleférico e Mikaelly e eu fomos procurar algum lugar em que tenhamos chance de descer sem se machucar.
- Nos podemos descer se segurando nesas pedras - sugeriu Mikaelly então cheguei perto olhei.
- Não dá, o Victor já quebrou a perna tentando descer por ai de brincadeira anos atrás.
- Ata - Mikaelly voltou a procurar por outros lugares mas foi inútil, não tinha nenhum lugar então depois que se passou 45 minutos, resolvemos voltar, afinal não tinha mas nada para olhar, tínhamos checado tudo.
A subida foi mais animados, começamos a conversar sobre coisas aleatórias, que nos destraiu, eu percebi que a Mikaelly mesmo sendo estranha era legal, ela me falou sobre uma vez na sétima série em que ela colou uma foto zuada de uma amiga na lousa, e nós começamos a rir, ela falou que costumava a ser popular em sua antiga escola, ela tinha se mudado para a nossa na oitava série, me pergunto o que será que mudou para ela ser tão fechada assim.
Quando estavamos mais ou menos na metade do caminho, nos ouvimos algo, era um grito. Todos saímos em disparada para casa, mas quando estávamos chegando ouvimos outro grito e percebemos que não vinha da casa, e sim da floresta, era o grupo 2.
Meu peito estava queimando de tanto correr, mas os gritos se repetiam e estávamos cada vez mais perto, corremos mais um pouco até achar de onde vinha os gritos, o grupo 1 e o 2 estavam em volta de uma árvore e Laila que estava gritando, Chanel estava tentando acalma-la, todos estavam muito assustados então entrei no meio deles e vi o que eles estavam olhando, não era a árvore e sim o que estava em baixo dela, meu coração quase parou, não podia ser, derepente eu não ouvia mais nada, nem os gritos, nem os choros apenas os batimentos do meu coração que estava muito acelerado, parecia que ia pular fora do meu corpo, aquilo era uma cova, e .... E tinha ossos dentro dele, um esqueleto. Mas não era só isso, o esqueleto estava com roupas, roupas velhas, uma blusa de renda branca que agora estava marrom de tanta terra, uma calça jeans preta que estava imundo e sandálias com lantejoulas nela, e infelizmente eu sabia o que aquilo significava, eram as roupas que a Mia estava usando no dia que desapareceu, aqueles eram os restos da Mia.
- O que é isso? - disse Chanel com o rosto vermelho de tanto chorar, ela apontou para alguma coisa que eu não vi , estava no canto da árvore, ela abaixou e pegou.
- Aí meu deus! - disse ela jogando o negócio no chão, então eu vi o que era, um envelope, Victor que estava tremendo muito pegou o envelope.
- É do assassino - disse ele com medo.
Então por um momento todos esqueceram dos ossos e olharam pra ele, que abriu e leu, e a cada linha ficava mais pálido então ele entregou a Daniel, eu cheguei ao seu lado como todos os outros tentando ler o que era muito difícil porque ele estava tremendo, Victor se afastou e se apoiou na árvore para respirar direito, olhei denovo para os passos e voltei para a carta.De : Assassino
Para : 14 jovens estúpidosVamos ao jogo,
À essa altura do campeonato vocês devem estar se perguntando porque estou fazendo isso, mas isso é um segredo que eu não vou revelar tão cedo, apenas vou falar que tudo isso é culpa da Mia, essa vadia está morta e logo vocês estarão também, vocês sabem que merecem uma morte lenta e dolorosa, sei o vocês fizeram, cada um , tem culpa no cartório, mas não se preocupem logo estarão livres, queimando no inferno.
Vocês devem estar morrendo de medo, afinal eu estou infiltrado aí, posso ser a pessoa que está chorando ao seu lado, ou aquela que se aventurou a descer as escadas na escuridão, muitos suspeitos mas quem realmente é o culpado por todas as mortes que irão ocorrer? Se preparem porque o jogo começou e só acaba quando eu fizer a última jogada.
Beijos, ASSASSINO.
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Dollhouse
Mystery / Thriller14 jovens, 1 assassino e muitas mentiras. Um ano anos após o desaparecimento de sua amiga Mia , Olivia recebe um estranho convite para o lugar onde sua amiga sumiu , a casa na montanha da família de Mia, quando ela chega logo percebe que não há como...