Capítulo 4 - Eu sou um de vocês

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Olhei para os lados tontas, aquilo era um corpo, o corpo de uma pessoa que eu conhecia bem, eu nunca tinha visto um cadáver antes, olhei para o rosto sem vida dela e lembrei de tantas vezes que eu falei com ela, como o olhar dela era profundo e agora, era vazia. Senti uma mão me puxar para trás, era Daniel, ele estava com uma expressão de horror em seu rosto, todos estavam, Amber estava chorando e Letícia tinha começado a vomitar.
Depois que todos voltaram para casa e já estavam melhor, e quando digo melhor era que tinham parado de vomitar ou chorar, ou no caso da Mikaelly, ficar falando coisas estranhas em outra língua, Laila e Malia voltaram da cozinha com copos de água na mão, olhei para todos e todos os rostos tinham a mesma expressão, desespero.
Todos ficaram quietos ,só respirando e tremendo até que alguém se manifestou:
- Que loucura foi essa - disse Mateus com rosto vermelho.
- Eu quero sair desse lugar - falou Amber choramingando
- O que... - Eddie hesitou - o que iremos fazer com o corpo - ele disse corpo com um certo nojo.
- Talvez devêssemos queimar - falou Victor
- Claro que não, ela é a mãe da nossa amiga ou era - disse eu com o coração batendo muito rápido
- Mas então como ela nos convidou? - falou Chanel
- Ela pode ter convidado e depois ter... Morrido - Falou Letícia num tom baixo.
- Aquele corpo está em decomposição faz dias, ela não pode ter nós convidado - disse Daniel tentando parecer confiante.
- Mas é impossível outra pessoa ter nós convidado - disse Chanel.
-Mano, era só ter imitado a voz da Sra. Dalkare.- Disse Lucas parecendo o mais calmo entre nós.
- Ele tem razão, alguém de nós viu a Sra. Dalkare nos ultimos dias ? - falou Malia.
Todos negaram com a cabeça.
- Então é oficial - falou Victor com desprezo - fomos todos enganados.
- Vamos todos morrer - disse Amber voltando a chorar.
Depois disso todos sentaram em sofás, cadeiras e poltronas e ficaram quietos por minutos, que derepente viraram horas e então já estava escurecendo quando finalmente Laila levantou e falou:
-Bom, eu vou pro meu quarto tentar descansar um pouco. - ela estava muito pálida ainda, levantei com minha pernas dormentes e segui a Laila e Chanel veio bem atrás de nós.
Quando eu e Chanel entramos no quarto que estávamos dividindo, Laila abriu a porta do quarto e implorou:
- Gente posso dormir com vocês essa noite? É que eu mal conheço a Malia e com isso tudo...
- Tudo bem vaca, vem logo - disse Chanel e eu concordei.
Laila trouxe seu colchão e colocou entre as duas camas.
- Você pelo menos falou pra Malia que trocou de quarto?
- Claro, ela pareceu um pouco magoada mas falou que estava tudo bem.
Laila deitou e deixou o cabelo se espalhar pelo traviseiro.
- Então - falei começando um assunto - quem vocês acham que fez... Isso tudo.
- Nós já falamos sobre isso - disse Chanel
- Mas agora é diferente, uma pessoa morreu, morreu mesmo.
- É tão estranho, eu nunca tinha visto um cadáver antes. - falou Laila
- Fedia tanto - falou Chanel encolhendo o nariz.
Ouvi passos subindo as escadas, muitos passos, deduzi que todos estavam indo para seus quartos.
-Vocês acham que a Ambar tem razão? - eu disse
- Razão no que ?
- Quando ela disse que todos nós vamos morrer.
-Eu não faço ideia - disse Chanel.
- Nós nem sabemos como sair dessa montanha, como vamos sobreviver à esse assassino.
- Meus pais já devem estar preoucupados, eles vão nos procurar.
- Mas até lá já vamos estar mortas - disse Chanel em um tom bem frio.
- Credo Chanel, pare de ser mórbida ta até parecendo a Mikaelly.
As três rimos um pouco, não estávamos em um clima de dar gargalhadas, quando o ambiente voltou a ficar em silêncio Laila respirou fundo e falou:
- Eu odeio essa sensação de estar sendo vigiada
-Vigiada? - perguntei.
-Vai dizer que você não parou pra pensar que tem um Psicopata nos vigiando do lado de fora dessa casa.
-Você acha que o Assassino está lá fora? - disse Chanel
- Onde mais estaria?
- Aqui dentro, nos mesma estávamos pensando em quem tinha feito tudo isso.
- Mas isso foi antes de alguém morrer, você acha que alguém aqui seria capaz disso?
- Eu não sei, não conheço metade dessas pessoas - resmungou Chanel - e você Olivia, quem acha que é agora?
- Pra ser sincera, não faço a mínima ideia.
- Gente, eu não consigo imaginar nenhuma dessas pessoas matando a Sra. Dalkare.
- Eu desconfio de alguns mas são todos tão estranhos.
- Bom eu vou tentar dormir, amanhã à gente tenta pensar em alguma coisa pra sobreviver.
Depois disso todas foram dormir, menos eu é claro, quando fechei os olhos me veio a mente as lembranças daquele dia, o dia em que a Mia desapareceu.
" Tinha sangue nos meus pés, imediatamente tirei os pés da poça de sangue e cai pra trás, aquilo era sangue de uma pessoa? Era da Mia? Ela era a única que não está aqui, levantei meio grogui e fui tentar acordar o Daniel, balancei ele até acordar, e depois acordei todos e sem querer quando balancei o Victor ele vomitou mas recuperou a noção das coisas, olhei em volta procurando meu telefone mas eu ainda estava tonta, vi ele em cima do balcão e apertei no ícone de telefone, e tentei ligar para polícia, era 191...não era 119...ainda não era isso... Lembrei é 911, disquei o mais rápido que pude enquando Daniel e Chanel estavam procurando lá fora ..."
***
Acordei e ainda estava de noite, peguei meu celular que estava com dez por cento de bateria e olhei a hora, eram 2:47 da manhã, coloquei meus pés para fora da cama, eu ia beber água mas não ia sozinha, acordei Laila que estava dormindo que nem um anjo, sabia que ela ia querer me matar mas não ia descer la em baixo que nem as meninas de filme de terror, quando ela acordou eu susurrei:
-Laila,Vamos lá em baixo eu to morrendo de cede.
- Chama a Chanel
- A Chanel tem medos até de borboleta, não quero que ela me defenda se acontecer alguma coisa.
-Te odeio.
Ela levanta e saímos do quarto, descemos a escada na ponta do pé e fomos para cozinha, ligo a luz e vou direto para geladeira, tiro uma jarra de água e coloco água, Laila estava quase dormindo em pé mas eu me sentia mais segura perto dela, guardo a jarra denovo e coloco o copo na pia e saímos de fininho da cozinha depois que eu desligo a luz, piso no terceiro degrau e ele range, eu quase pulo de medo e Laila se desequilibra então começa a apertar meu braço e susurra:
- Você ouviu isso?
- Claro que ouvi, fui eu que pisei no degrau
- Não isso, eu acho que ouvi alheum tossindo
- Pare de ser besta Laila - então volto a subir quando alguma coisa chama a minha atenção, olho pelo canto do olho, era um vulto?
-Meu deus, vamos subir agora.
Laila concorda e subimos correndo, quando chego no final da escada quase solto um grito, Malia estava na porta de seu quarto com aflição no rosto:
- alguma de vocês acabou de descer? - disse ela
- Não, mas nos vimos alguém na embaixo - eu disse e então percebi que estava tremendo.
- É melhor acordarmos os meninos.
Eu e Laila concordamos e fomos ao quarto de Daniel, batemos na porta e ele abriu com a cara amassada.
- O que foi ? - perguntou ele quando entramos no quarto dele, menos Malia ela ficou na porta olhando com medo para a escada, olhei para o lado e vi o Eddie dormindo e lembrei que a Chanel estava sozinha:
- Gente a Chanel ta sozinha no quarto, eu preciso ir lá ver se ela ta bem.
- Vou acordar o Eddie e vamos descer.- disse Daniel com medo na voz.
- Tome cuidado.
Então passei correndo pelo corredor e na direção de meu quarto, abri a porta e Chanel estava dormindo, balancei ela algumas vezes e ela acordou:
- O que foi vadia?
- A gente acha que o Assassino está lá em baixo.
Ela levantou em um pulo, peguei o braço dela e fomos para o corredor, Daniel e Eddie estavam descendo, meu coração estava batendo muito forte e pelo visto o de Chanel também, esperamos eles falarem alguma coisa, quando percebemos que eles ligaram a luz mas nenhum grito ou som de luta, Eddie falou e mesmo não vendo ele eu sabia que estava com medo:
- Garotas acho melhor vocês virem ver isso.
- É seguro? - disse Chanel e então Daniel afirmou.
Descemos as escadas uma atrás da outra e quando chegamos na sala vimos que os dois estavam prestando a atenção na parede, então todas nós olhamos para a parede, estava escrito alguma coisa mas eu estava com tanto medo que demorei para entender o que estava escrito, " eu sou um de vocês ".
- Isso não pode estar acontecendo - disse Chanel pálida
- Isso significa que ...- a voz de Laila sumiu.
- O assassino é um de nós, meu deus - falei sem pensar.
- Eu sabia - falou Chanel.

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