Hora da Festa

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Foi um sacrifício convencer minha mãe de me deixar ir à festa. Não importava o quanto eu insistia ela só dizia não. Então eu citei o nome de Jonghyun e foi como se eu tivesse dito uma palavra mágica porque ela autorizou na hora.

Olhei para o espelho mais uma vez. Já tinha trocado de roupa umas três vezes e nada parecia ficar bom. Por fim decidi por uma calça de jeans escura, uma camiseta branca solta e uma jaqueta preta. Não importava o que eu vestisse eu continuava parecendo uma criança. Com um suspiro, eu desci, despedi de minha mãe e sai.

Olhei para o céu que já começava a escurecer, nuvens negras começavam a se juntar anunciando uma tempestade. Segundo o endereço, a casa ficava a mais ou menos vinte minutos de caminhada. Eu poderia pegar um ônibus, mas achei que seria idiota considerando a distancia. Jonghyun dissera que iria me encontrar na festa. Meu coração mal cabia no peito de tanta felicidade, nós passaríamos a noite juntos. Provavelmente como amigos, mas ainda assim só de imaginar eu ficava ansioso.

Passei em frente a uma floricultura preenchida com o cheiro suave das flores, virei a esquina passando em frente a um beco e finalmente depois de seguir por mais duas curvas, eu avistei a casa ao final da rua. Era uma casa solitária e grande, ao lado de uma pequena praça e alguns terrenos baldios. Era um bom local para festa.

Vários carros chiques se encontravam estacionados em frente a casa. Aproximei-me da porta onde estava um homem poucos anos mais velho que eu usando um terno preto e segurando uma prancheta. Então me dei conta do quanto estava mal vestido.

Ele não me olhou de cima a baixo como eu pensei que faria, apenas perguntou meu nome e após confirma-lo na lista, ele foi para o lado dando passagem. Se por fora a casa era bonita por dentro era incrível. Os moveis tinham sido retirados para dar lugar a uma pista de dana na qual as luzes multicoloridas piscavam hipnoticamente me deixando um pouco tonto. Nas paredes se encontravam quadros famosos e ao chão algumas esculturas a qual era admirada por um grupo de jovens bebendo champanhe.

Me senti excluído ali, uma formiga que entrara no formigueiro vizinho e agora estava perdida. Uma garota se aproximou de mim. Usava um longo vestido vermelho com decote em "v" com um colar prateado com uma única joia entre os seios. O cabelo loiro caia em cachos pelo ombro, ela sorriu.

-Está sozinho?

-Eu estou procurando um amigo. Jonghyun.

Ela olhou em volta. O lugar estava cheio, seria difícil encontrar Jonghyun ali.

-Jonghyun. –ela repetiu pensativa. –Eu ouvi esse nome. Ah sim, ele estava junto com o Minho. –ela apontou um canto perto da mesa de bebidas. –Eles estavam ali há pouco tempo. Eles não devem estar muito longe. Se quiser eu o levo até lá.

-Obrigado, mas eu não quero incomodar.

-Isso não é –ela começou a dizer, mas logo outra garota a puxou para longe e ela deu um sorriso de desculpa.

Segui para onde ela apontara, me espremendo entre as pessoas na pista de dança. Algumas se esfregam em mim enquanto dançavam. Atravessei uma porta dando em um lugar que estava na penumbra, o som da música estava abafado e alguns casais se beijavam no sofá. Queimando de vergonha eu apressei o passo, mas ninguém parecia notar minha presença. Continuei andando até que finalmente encontrei o que procurava, mas não exatamente.

O que eu mais temia estava acontecendo. Jonghyun estava encostado a parede sendo pressionado pelo corpo de Minho, este o beijava profundamente com uma mão dentro da camisa dele.

Fiquei ali parado por alguns segundos e em choque. Jonghyun não o afastava, pelo contrário, estava retribuindo o beijo. Minha cabeça girava como se eu a tivesse batido. Então Jonghyun se separou de Minho e olhou diretamente para mim, surpreso. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas eu me virei bruscamente batendo o ombro na parede.

Minha primeira festa estava arruinada. O cara que eu gostava estava se agarrando com outro, meu ombro doía pela pancada e eu estava agindo com um tolo com o coração partido. 

JongTae-Short_FicOnde histórias criam vida. Descubra agora