Raiva, Ciúmes, Amizade ... Amor? - Parte II

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"Certo, não tem nada de demais naquilo porque você não se importa mais com ele", digo isso pra mim mesmo, mas não evito de cair uma lágrima do meu olho.

Me olho no espelho e vejo alguém perdidamente apaixonado. Estou lutando contra mim mesmo para não chorar. Está difícil a cada segundo. Cada vez que puxo o ar tento puxar junto a vontade de não chorar, mas quando liberto minha respiração parece que vai sair junto toda minha tristeza, toda minha angústia, toda minha dor, todo meu sofrimento ... Todas as minhas lágrimas. Eu não quero continuar sendo essa pessoa que vejo no espelho.

- Rafa? Abra a porta – a Emily viu tudo também e veio atrás de mim no banheiro da boate.

Choramingando, eu respondo – Já estou indo – mas não quero ir. Não quero enfrentar isso. Eu achava que tinha disposição pra encarar tudo isso mas percebi que eu só estava me enganando.

Emily, não sei como, consegue abrir a porta do banheiro – ou eu estou forte demais ou isso aqui não presta ... Mas essa porta parece mais forte que você, Rafael!

- E daí? Eu já sei disso – aquela verdade doeu, mas é a verdade.

- Vamos, temos que fazer ceninha lá fora ainda. Passa água no rosto, se recomponha e finja que gozou horrores antes de vir pra cá. Anda ...

Escuto uma terceira voz. É a Fernanda.

- Rafa? O que foi? - Ela não sabe sobre toda a minha situação com o Maluma. Nunca tive vontade e coragem de contar para ela. Na verdade eu nunca quis contar para ninguém. A Emily só sabe porque é minha empresária e necessita saber de tudo que sabe sobre mim. E não vou misturar as coisas: a Fernanda não sabe nada sobre então não tem o porque de eu brigar com ela.

- Nada – respondi com os olhos em lágrimas ainda – caiu uma desgraça de um pó em meus olhos – me abaixo na pia pra lavar o rosto e fingir que to de "boinha".

- Ah tá! – nós encaramos por segundos – Vamos, migo, nos jogar nessa festa.

- Eu queria me jogar de uma ponte – ela me olha com uma cara de surpresa.

- Ih ... Aconteceu algo a mais e eu não to sabendo, é isso mesmo, Produção?

- Não, tá tudo bem, né Rafa? – Emily faz uma cara de sínica e me puxa pra fora do banheiro que entrava gente toda hora, mas pareciam que nem estavam ali.

Saímos, os três, do banheiro e nos dirigimos a parte de cima da área VIP da boate. Olho para o lugar para ver se vejo ele e tentar me preparar pra fazer a linha mas não o vejo.

- Cadê teu parceiro? – pergunto a Fernanda quando chegamos no lugar.

- Sei não, eu deixei ele por aqui mas ... Olha lá ele – ele já estava na parte de baixo dando em cima de outra garota. Posso estar errado mas ele deve estar me testando.

- Bom, é o Juan Luis que todos nós conhecemos, né – comento com a Fernanda e Emily.

- Juan Luis? – A Fernanda não sabe o nome verdadeiro dele? (Risos)

- Sim, ele se chama Juan! – nós encaramos e começa a tocar "WORK" da Rihanna – Bom, de qualquer forma, como disse a filósofa contemporânea Anitta: Vocês acharam que eu não iria rebolar minha bunda hoje, né non?

Não sei como mas pude me divertir horrores e esquecer daquele ser humano. E, não sei como, não precisei da bebida pra isso. Talvez seja um grande passo.

***

Já eram 3h30 da manhã quando saímos da boate. Fomos direto pro hotel e a Fernanda se hospedou no mesmo andar que o meu.

- Não quero dormir sozinha, vou dormir com vocês – disse a Fernanda, que não estava muito bêbada porque não costuma beber.

- Comigo ou com ele? Porque não estamos dormindo juntos.

- Com o Rafa.

- Fernanda, não to afim de transar.

- Vamos conversar sobre isso lá no quarto, fofo.

Nós caminhamos pros quartos. Eu e a Fernanda nos despedimos da Emily.

Pego o cartão de abrir a porta no bolso da calça e abro – Não estou bêbado então vai ser difícil de a gente transar ... – tem um rapaz em meu quarto. Olho de baixo pra cima e percebo que ele está nu. E percebo, também, que é o Maluma.

Um Amor Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora