Raiva, Ciúmes, Amizade ... Amor? - Parte I

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Terminamos o primeiro ensaio de vários por volta das 13h do horário local. Não vou negar: não conseguir dar o meu eu no ensaio e sei muito bem porque. Me sinto frustado por isso mas lembro que isso é por um motivo, ou melhor, um alguém: Juan, conhecido popularmente por Maluma.

Durante todo o ensaio eu não parava de pensar naquilo que tinha ocorrido e em todo o assunto em si. E, para piorar, ele não parava de me encarar, estava sempre me olhando. E eu também não conseguia parar de olhá-lo, meus olhos se moviam automaticamente em direção a ele.

Lembrei que não tinha nenhum compromisso na parte da tarde e decidi ficar no hotel, descansando dessas merdas que aconteceram hoje. Não to nem um pouco afim de remoer o passado. E já estou decidido: não darei atenção a isso e evitarei o máximo possível.

Já no hotel retiro meus tênis, minha camisa e fico apenas de calça jeans preta e meias brancas. Encaro o teto por um tempo e percebo meu celular tocar: é a Emily, minha protetora conhecida como empresária.

- Tá aonde, querido? – pergunta a Emily.

- No hotel, descansando ...

- E ai, vamos fazer o que nessa tardizinha solta?

- Nada, vou descansar ... Não to muito afim ... – Emily me interrompe.

- Já percebi sua desanimação e estou orando pra não ser o que eu imagino.

- Então nem preciso dizer já que você já sabe.

- Ai, Rafael. Eu sei que você já colocou na cabeça que não irá dar atenção a isso – ela me conhece muito bem – Então, vamos colocar isso em pratica.

- Eu já estou colocando: vou dormir a tarde ... – um "tok-tok" na porta me interrompe – alguém tá chamando aqui, depois a gente se fala.

- Okay. Ainda to aqui no teatro e nestante vou dar uma volta. Tchau, fofo – nos despedimos.

Vou abrir a porta. Não faço a mínima ideia de quem seja. Será que é a Fernanda? Abro a porta e ...

- Vamos terminar o que começamos? – droga, droga, droga ...

- Mas não começamos nada, Juan – Maluma me empurra e fecha a porta atrás dele.

- Não se faça de sonso.

- Porra, Juan.

- Para de me chamar assim. Me chama de Maluma.

- Prefiro te chamar por algo que me fez feliz um dia por um tempo curto. Que teve um significado bom em minha vida – isso saiu tão automático que nem parei pra analisar o que eu tinha dito, mas tinha um pinguinho de irônia.

- Não importa o nome, eu posso te fazer feliz novamente para sempre.

- Não acredito em para sempre.

- Rafa, vamos nos dar uma segunda chance – ele se aproxima mais de mim mas algo é acionado em mim que pode repelir isso.

- Mas eu que tenho que te dar uma segunda chance, não nós. E eu não quero dar essa chance.

- Porque?

- Meu eu não permite mais a sua entrada.

- Mas eu sei que você quer.

- Por favor, respeita – falo com firmeza e alto. Não sei como estou conseguindo fazer isso. Não sei nem se quero fazer isso – Não consigo mais esquecer aquilo. Isso vai me perseguir pra sempre. Na verdade, eu sempre penso naquela desgraça que você fez.

- Não fala assim.

- Não fala assim? Você não pensou antes de falar e em fazer aquilo. Você não pensou em mim. Como você mesmo falou: você não pensou em nós.

- Rafa, aquilo só foi um ... Só foi uma ... – ele já não sabe qual desculpa usar. E eu prefiro assim.

- Não importa o que foi, não quero mais saber. Já tá feita a merda. Agora pode sair.

- Você tem certeza do que ... – interrompo ele.

- Sim, tenho. Pode se retirar.

- Tudo bem. Espero muito que você se arrependa.

- Não tenho nada pra eu me arrepender. Já você ... Se bem que não sei se você tem capacidade pra isso – encaro ele e percebo que o mesmo está com uma mistura de raiva e ... Não importa o outro sentimento, não quero ele mais em minha vida. Ele se retira sem dizer mais nada.

***

Estou saindo do hotel e recebo uma mensagem da Fernanda avisando que chegou e que está na boate me esperando. Aliás: a Fernanda é minha parceira de elenco e de vida e vai me acompanhar na premiação.

Chego na boate, desço do carro e os seguranças logo me cercam para os fotógrafos não me abafarem tanto. Dou uma risadinha, uns tchauzinhos, finjo que estou bem ... Sim, estou bem, não finjo. E, finalmente, entro na boate. Uma moça morena e muito bonita se apresenta para mim e diz para aonde eu devo ir. Passo o olhar pela boate. Algo me chama a atenção. Fernanda está se pegando com um rapaz na área VIP, mas não sei quem é porque ele está de volta. Ela me dá um tchau. O rapaz se vira para ver pra quem ela está acenando. O rapaz é o Maluma.

Um Amor Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora