Capítulo dois

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Seguimos os três até a sala de estar. Agora com a luz acesa, consegui ver um pequeno bar ao lado. Não tinha visto antes. Mark foi até lá e pegou alguns copos, depois encheu eles com um líquido de cor escura. Não conseguia fazer mais nada a não ser olhar o homem. Ele se aproximou e entregou um copo para cada um. Quando chegou minha vez, ele me encarou com um leve sorriso no rosto.

— Você é muito nova para isso, mas é só um gole, não é?

— Não é porque sou nova que nunca bebi — respondi sem desviar os olhos.

Se tenho que morrer, não vou dar uma de medrosa!

Mark sorriu.

— Não esperava outra resposta. — Me entregou o copo.

Então a realidade caiu como uma bomba em cima de mim. Ele colocou algo na bebida. Algo que vai fazer a gente dormir ou mesmo morrer, sei lá! Acho que dormir é o mais provável, pois assim podem nos amarrar e torturar à vontade depois.

O que fazer agora?

Os meninos me olharam apreensivos. Devem estar pensando a mesma coisa que eu. Não tem como correr, vamos ter que beber. Fiz isso primeiro e os meninos ficaram me encarando, talvez esperando que algo acontecesse, mas nada aconteceu. Era vinho e um dos melhores que já experimentei. Olhei os homens e eles estavam sorrindo olhando na minha direção. Josh e Will beberam seus copos também.

— O que acharam? É um bom vinho? — perguntou Frank.

— É sim — respondi.

Nesse momento parecia que eu era a única que podia responder as perguntas e não por algo que colocaram na bebida, mas sim porque os dois estavam com mais medo do que eu.

— Que bom que gostaram. Não querem sentar para nos conhecermos melhor? — disse Eduardo.

— Nós realmente temos que ir...

— Josh, você não parece ser um filho exemplar — Mark falou rindo.

Ele tinha razão. Josh era o cara mais idiota do mundo e sempre ia contra as regras de tudo que podia.

— Mas eu prometi à minha mãe que ia ajudar ela...

— Também não tem cara de que se importa em ajudar em casa — disse Frank com os braços cruzados.

O que está acontecendo aqui? Como eles sabem tanta coisa sobre o Josh?

— O que vocês querem saber da gente? — perguntei. Parece que já conhecem.

— Sentem-se.

Fui a primeira a me sentar no sofá. Segundos depois os dois me acompanharam. Os três ficaram em pé de frente para a gente.

— Então, conte pra gente porque entraram na mansão.

Trocamos olhares e os dois ficaram me olhando. Um pedido silencioso para que eu contasse. Duas franguinhas!

— Bem, queríamos provar que não existe esse negócio de fantasma ou demônios como as pessoas dizem. Que aqui é só uma casa abandonada e não mal-assombrada.

— E vocês estão certos disso? — perguntou Eduardo.

— É claro que sim — respondi. — A gente só descobriu que a casa não está abandonada, já que vocês vivem aqui.

— E o que faz vocês acreditarem que não somos fantasmas?

Revirei os olhos e olhei os meninos. Estavam sem cor nenhuma e olhavam os homens com pavor. Já eles, não desgrudavam os olhos de mim.

— Fantasmas não existem — falei com certeza.

— E demônios? — O olhar de Mark queimou o meu.

DEGUSTAÇÃO - Salva pelo inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora