Capítulo 1- A Curiosidade Matou O Gato

20.7K 959 77
                                    

Olá, se você é uma leitora/ leitor novo, fico feliz que meu livro faça parte das suas leituras 😍. Antes que leia, queria dizer que esse livro está sendo retirado daqui e ficará apenas com 5 capítulos para degustação. Mas você pode continuar lendo-o GRATUITAMENTE em outra plataforma. Agora "Como Brasa e Fogo" estará no app Dreame, segue o link da história, que também pode ser lida no navegador, mas o app é super simples de usar.
Deixarei o link no perfil também, não sei se é fácil acessar por aqui.
Espero vocês lá, OK?! 🤗💖

https://m.dreame.com/novel/9+JWIPIhjejlEXz/WP3Byw==.html

_________________________

Annie

Guardei meu avental no armário e tranquei-o. O dia havia sido cansativo pra uma terça-feira, há tempos a lanchonete não enchia tanto no começo da semana.

― Estou morrendo de sono hoje. ― Yasmim reclamou.

― Também estou, sem tirar o cansaço. Já passa das 3 horas. ― Fiz uma careta olhando a hora em meu relógio.

― Bom, eu vou indo, porque até chegar em casa tem um longo caminho. ― Revirou os olhos. Yasmim beijou minha bochecha e saiu do vestiário. Desfiz o rabo de cavalo em meu cabelo e ajeitei meu casaco. Peguei minha bolsa e sai do vestiário andando até o balcão. Meu pai ainda estava fechando o caixa.

― Precisa de ajuda, pai? ― Perguntei, acompanhada de um bocejo.

― Não, filha, estou acabando aqui. ― Sorriu e trancou o caixa. ― Quer que eu te leve hoje? Está cansada e está tarde ― observou ele.

― Não precisa, pai, eu já acostumei e o senhor sabe disso. ― Falei. Minha mãe veio da cozinha com sua bolsa e parou ao meu lado.

― Está com os olhinhos fundos, Annie. ― Mamãe alisou minha bochecha.

― Foi bem agitado por aqui hoje. ― Torci a boca. ― Tenham uma boa madrugada! ― Dei um abraço em cada um.

― Vai com Deus, filha! ― Minha mãe disse.

― Fiquem com ele! ― Rapidamente sai apressando o passo pra chegar logo em casa. Meus pais sempre insistem pra eu pegar carona com eles, é difícil aceitarem que eu cresci e sei cuidar de mim muito bem.

A noite estava bem fria, andava com rapidez pelas ruas escuras da pacata cidade. Os únicos seres vivos que encontrei pela rua eram cachorros e gatos que reviravam as latas de lixo fazendo um barulho estrondoso no meio do silêncio da madrugada. Odeio ver animais abandonados nas ruas ainda mais com esse frio, na lanchonete tudo que sobra de alimentos colocamos nos fundos e deixamos para que todos os gatos e cachorros que tenham fome possam se alimentar. Com o tempo apareceram muitos animais e eles sempre sabem a hora que vai ter mais comida.

Acostumei-me com essa rotina de todos os dias, meu trajeto é sempre feito por um bairro mais pobre, mas que se torna mais perto de casa e não tendo outro caminho mais rápido prefiro pegar esse trecho e chegar o quanto antes.

Ajeitei meu casaco colocando o capuz, coloquei as mãos nos bolsos e apressei mais ainda o passo. O vento estava cortando meu rosto, não vejo a hora de chegar o verão aqui em Alexandria.
Assim que virei a esquina ouvi cantar de pneus ao longe e me assustei começando andar mais rápido. Os sons dos carros estavam se aproximando, mas ainda não haviam chegado na mesma rua que eu andava. Fiquei mais assustada ainda quando ouvi tiros serem disparados, não vi outra alternativa a não ser correr depressa e me enfiar num beco escuro. Merda! Isso não podia estar acontecendo justo comigo.

A iluminação da lua estava um pouco encoberta por uma grande massa de neblina dificultando a minha visão. O lugar era inóspito, chegava até a feder pelo monte de lixo espalhado pelo local. Rapidamente fiz uma varredura procurando um lugar pra me esconder. O beco é enorme, tem tranqueiras espalhadas para todo lado e muitos lugares escuros que eu não ousaria entrar, precisava pensar rápido. Entrei atrás de um enorme container e comecei rezar para que os tiros cessassem, ouvi uma gritaria ― vozes masculinas ―, e um carro ser freado repentinamente fazendo um barulho ensurdecedor. Em questão de segundos ouvi passos se aproximando, meu corpo tremeu por inteiro. Em todos esses anos andando sozinha pela madrugada nunca passei por uma situação nem que fosse semelhante a essa, embora nossa cidade tenha grandes índices de violência e assaltos comigo nunca aconteceu nada. O som dos sapatos no chão começaram se afastar para outra direção do beco.

Como Brasa e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora