Capítulo 5- Salva pelo Gongo

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Annie

Servi mais uma mesa e fui conversar com minha amiga. Estava muito puta ainda com ela sobre o fato acontecido na minha casa domingo. Meu pai não estava no caixa, poderia falar sem medo que ele não ouviria.

Na segunda a lanchonete não abre e ficamos de folga. Começo de semana aqui é sempre assim, poucas pessoas pra atender, chega ser tedioso.

Ontem por milagre Yasmim não foi lá em casa, mas hoje ela não escapa.

― Muito vaca você em me deixar sozinha com ele. ― Reclamei com ela que estava encostada no balcão.

― Ah, você gostou que eu sei. ― Deu de ombros largando a bandeja no balcão. ― E como foi? ― Perguntou animada.

― Ele é folgado, já foi sentando pediu café e eu enchi de açúcar. ― Gargalhei. ― Minha vontade era colocar sal. ― Ri maliciosa.

Poderia ter sido veneno de rato!

― E qual foi a reação dele?

― Ele não esboçou reação, disse que tava gostoso. ― Yasmim começou rir.

― Ele deve gostar de café doce sua tonta. ― Zombou.

― É pode ser. ― Dei de ombros. A verdade que eu não tinha pensado nessa possibilidade, mas se ele estava fingindo é um ótimo ator. Odeio coisas doces demais e aquele café estava horrível.

― E o que mais? ― Quis saber. Ás vezes esqueço o quanto ela é curiosa e irritante.

― Pediu desculpas sobre as grosserias que me disse e pra ele ir embora eu desculpei. ― Sorri vitoriosa.

― Sabia que não ia resistir ao Xerife Gostoso. ― Bateu em meu ombro. ― Eu saquei o olhar dele quando você apareceu só de pijama. ― Arqueou as sobrancelhas maliciosamente.

― Não viaja! ― Resmunguei. Só Deus sabe a vergonha que fiquei quando ele me viu com aquele pijama amarelo.

Amarelo com estampa de ursinho!

― Olha quem está chegando. ― Apontou para a entrada. Mike entrava acompanhado de seus amigos.

Ele vai pegar no meu pé como sempre fez, Mike sempre foi pretensioso e acha que todas as mulheres devem cair no seu papo. No entanto ele me conhece bem e desde que terminamos eu deixei bem claro que não o queria nem pra amigo.

Traição pra mim é motivo pra desfazer qualquer laço, não falo somente de traição de namorado e sim de qualquer natureza. Perco a confiança totalmente e não há nada que me faça voltar a gostar da pessoa.

― Devo ter cuspido na santa ceia pra merecer isso. Atende por favor? ― Supliquei com meu olhar mais pidão possível.

― Pode deixar comigo, faço esse sacrifício por você. Mas sabe que os amigos dele são bem gatos! ― Sorriu de lado.

― Faça bom proveito e obrigada por me tirar dessa. ― Agradeci. Segui até a cozinha pra ver minha mãe.

― E ai gatinha?! ― Martin passou o braço por meus ombros.

― Fala ai gato, tudo bem? ― Brinquei. Ele beijou minha bochecha.

― Está um tédio aqui hoje né?! Até agora só servi seis mesas. ― Reclamou entrando comigo na cozinha.

― Já devia estar acostumado que terça é sempre assim, mas a notícia boa é que vamos sair mais cedo. Tenho certeza que logo meu pai vai fechar! ― Falei convicta.

Como Brasa e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora