Capítulo 4

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Eu não fazia ideia de como aquilo tinha acontecido; nós nos teletransportamos ? Isso era possível ? Comecei a duvidar da minha sanidade mental. Mas, o que me incomodava mesmo era o lugar; um cemitério vazio, coberto por neblina. Afinal, por que estávamos ali ?

-Então... Vai me dizer por que estamos aqui ? Perguntei, estranhando a situação.
-Bem, acho que te devo explicações, certo ? Está vendo aquela cova ali ? Ela perguntou, apontando para uma cova mal cavada e cheia de mato em volta.

-Sim, mas você não respondeu a minha pergunta.
-Às vezes, Andrew, nós fazemos coisas horríveis sem saber o erro que estamos cometendo. Como, por exemplo, dirigimos bêbados com os amigos para nos divertir e acabamos atropelando um inocente. Ela disse, com um sorriso macabro.

Senti um arrepio na coluna, e um vento gelado subindo pelas minhas pernas. Ela continuou:

-E quando sabemos que irá acontecer algo e que temos o poder nas mãos de impedir aquilo, mas não o fazemos. Querendo ou não, Andrew, somos os responsáveis. E dentro daquela cova, os erros de alguém serão sepultados junto com sua existência.

Senti um calafrio e comecei a tremer. Será que ela sabia ? Como poderia saber ? Fiquei incomodado e permaneci em silêncio. Então ela veio em minha direção e estendeu a manga de sua blusa, deixando à mostra algumas de suas cicatrizes:

-Você está vendo, Andrew? Cada cicatriz em meu corpo representa um erro, uma culpa ou um pecado. Não sou só eu que carrego essas cicatrizes, você também tem as suas. A questão é: quando você terá coragem de mostrá-las ?

Fim.

Don't Touch The ScarsOnde histórias criam vida. Descubra agora