Pai Nosso que estais no céu.

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Esta frase encontra-se no tempo presente e inicia-se com a palavra Pai, que por sua vez trata-se de um referencial de amor e proteção, no que diz respeito a amor, Jesus disse que: nós que somos maus sabemos dar boas coisas aos nossos filhos, muito mais nosso Pai que está no céu.

Nesse caso, a palavra "maus", em seu sentido mais apurado, tem a conotação de imperfeitos, sendo assim; Deus o Pai perfeito tem amor e capacidade para nos abençoar muito mais além do que pedimos ou pensamos.

Já o referencial "proteção", em sua forma mais simples, está relacionado ao fato de que um pai possui também capacidade física e sempre utiliza todas as suas forças para proteger seu filho.

Com isso, vemos em Deus a figura de um Pai que tem forças sobrenaturais para nos proteger das adversidades. O escritor aos Efésios escreve aos irmãos mostrando a importância que o próprio Deus atribuía a eles.

Suas palavras diziam: que Deus nos predestinou para sermos filhos de adoção por Cristo Jesus, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.

A expressão "filhos de adoção," tem um valor muito grande, pois sabemos que Deus criou todas as coisas, o livro de salmos diz:

Os céus declaram a gloria de Deus, e o firmamento proclama as obras suas mãos.

Assim como a natureza e tudo que existe, nós somos frutos do sonho e da criação de Deus, porem, ele nos cobriu com seu amor e nos adotou como filhos.

Trazendo para o contesto em que atua a limitada compreensão de nosso intelecto, podemos concluir que, a diferença entre filhos de adoção e filhos de sangue é exatamente "nenhuma"!

Em alguns casos podemos distinguir a qualidade de filho, independente de que sejam de adoção ou sangue, ela pode ser observada pela cumplicidade em amor que compactuam entre si.

Jesus apresenta uma alegoria sobre a historia de um filho que pede ao pai a parte que lhe cabe da herança, pois queria sair para tentar a vida longe de casa.

Nesse cenário, dentro do contesto sociocultural à que Jesus propõe, era como se o filho estivesse dizendo:

-Não da para esperar mais!

-Você não morre logo!

Isso nos faz lembrar de uma reportagem do jornal inglês The Guardian de 22 de janeiro de 2013 em que o ministro das finanças do Japão Taro Aso, disse na segunda-feira "dia 21" que os velhos deveriam apressar-se a morrer, para aliviar a pressão que suas despesas medicas exercem sobre o estado.

Ainda chamou de "pessoas tubo" os pacientes idosos que já não conseguem se alimentar, em outra situação ele já havia dito:

-Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas comem e bebem e não fazem nenhum esforço?

Vemos o desrespeito para com o seu próprio pai estando ele vivo ou não, e também para com os pais de toda uma nação.

Na historia que Jesus propõe, vemos também um filho que põe de lado todos os valores morais que havia aprendido com seu pai.

Fez com que o pai lhe desse sua parte da herança e foi embora em busca de aventuras e mais dinheiro.

Para aquele pai, estava indo embora uma parte de seu maior tesouro, "seu filho", mas para a escola da vida era só um filho, e apenas isso!

Segundo Jesus, aquele jovem gastou todo o seu dinheiro com amigos oportunistas e com os prazeres que o mundo podia lhe oferecer.

Já estando em situação deplorável, precisou aceitar o trabalho de criador de porcos para não morrer de fome, e essa lhe era tamanha que desejava comer o que os porcos estavam comendo.

A partir daí ele passa a se lembrar de todos os valiosos conselhos e ensinamentos que seu pai lhe dera, a dor e a vergonha tomam conta de sua alma.

Havia desperdiçado todos os recursos financeiros, recursos esse que seu pai tinha lhe ensinado a administrar com responsabilidade, da mesma forma tinha abandonado todos os valores morais que havia aprendido com ele.

Ao cair em um profundo arrependimento começa a imaginar que tudo poderia ter sido diferente, se tivesse dado ouvidos a quem tanto lhe amava.

É esse o momento em que ele começa a se transformar em alguém que podemos chamar de "filho por excelência".

Não é o filho perfeito!Não é o melhor! Pois todos são iguais aos olhos do pai!

Mas é quem tenta dar o melhor de si!

Passava ele a destruir ainda mais o seu coração imaginando como pediria perdão ao seu pai; pois a cada momento que trazia à memória a figura de seu pai, o sentimento da dor e do remorso o dilacerava por dentro.

Não se achava mais digno de ser chamado de filho, mas alimentava a esperança em que o pai o aceitasse, ainda que como um funcionário.

Ao chegar a casa é recebido pelo pai que frequentemente observava o caminho, aguardando esperançoso a volta de seu filho.

E sem se preocupar em ouvir todo o discurso de perdão, manda fazer uma festa pela volta do filho.

Aquele pai viu partir de sua casa um filho indiferente, mas estava recebendo um filho que a cada dia se tornava em "filho por excelência."

Um filho que passou a entender o quanto o pai lhe amava e a corresponder por espontânea cumplicidade a esse amor.

Qualquer outro grande profeta no lugar de Jesus, provavelmente teria iniciado a oração dizendo:

Ó Deus de nossos pais, ou, ó Deus de Abraão, ou, ó Leão da tribo de Judá, etc.

E não estaria errado!

Tudo isso tem um valor simbólico do que Deus é ou o que ele pode fazer pelo seu povo, porem Jesus diz: Pai!

Quando contemplamos o povo na época de Jesus, assim como seus líderes religiosos, percebemos que eles vivenciavam uma "religiosidade legalista."

Como se houvesse possibilidade de existir uma troca de favores entre Deus e os homens, ou a negociação de bênçãos pelo preço da obediência subserviente, como se enquanto mais sega "ainda que pretensiosa e sórdida fosse a intenção motivadora à obediência", maior seria o favor de Deus.

Em contrapartida, Jesus retratava Deus na figura de um pai, pois era o exemplo mais próximo que poderia dar para mostrar a legitimidade de sentimento e de amor incondicional.

Análise da oração de Pai NossoOnde histórias criam vida. Descubra agora