Análise da oração de Pai Nosso

Não nos deixes cair em tentação mas livrainos do mal

Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.

A expressão livra-nos do mal é muito interessante, tendo em vista que a ciência diz não existir realidade no mundo externo independente da que ocorre dentro de nós.

O homem sofre com o mal existente dentro de si, a ausência do bem assim como a de e seu exercício, faz com que ele cultive ódio, inveja, avareza, etc.

São alguns dos muitos atributos de sua imperfeição, por isso a bíblia nos recomenda à "sermos perfeitos" Mateus 5:48, não no sentido literal da palavra, mas no sentido de que devemos ser amorosos e caridosos.

Para se ter um paralelo que deixe fácil a compreensão; sabemos que escuridão é a ausência de luz, e o mal é a ausência do bem.

Mas o bem por sua vez, em sua totalidade e sem reservas, só pode ser exercido sob a ótica da perfeição, pois Jesus de forma indireta, mas contundente, os consideram sinônimos.

Porem, como será possível?

A perfeição não nos é palpável; dela o homem só conhece a palavra!

Grandes nomes da ciência como Galileu, Newton, Planck e Einstein, buscaram explicar o Universo em termos de simetria harmonia e ordem, "perfeição."

Você pode olhar a sua volta nesse momento, tudo que você vê é imperfeito!

Dês do peso a forma, altura, largura ou profundidade, será essa perfeição um duro paradoxo posto em nosso caminho a servir de barreira intransponível?

Vamos seguir o exemplo de Einstein, e propor um experimento mental para que se possa ter um paralelo que facilite a compreensão.

Se pegarmos uma determinada quantidade de farinha e pesarmos em uma balança, poderemos ter seu peso questionado por outra balança não muito diferente.

Enquanto mais precisa for a balança mais ela se distanciara dos resultados das anteriores, da mesma forma se compararmos simetricamente dois únicos grãos de farinha, eles jamais serão perfeitos; simetria, massa e qualquer que seja a comparação.

Ainda que fossem dois átomos não seriam iguais, pois o mundo subatômico é um universo de incertezas com partículas que aparecem e desaparecem em seu núcleo, modificando-o a cada momento tornando impossível precisar sua seu intimo.

Albert Einstein achou que ao menos ali encontraria o perfeito princípio das coisas, foi quando descobriu que o universo paira em probabilidades e incerteza.

Resultados esses que até hoje só se consolidaram, e era o motivo pela qual ele não se conformava e dizia:

- Deus não joga dados com o universo!

A tecnologia dos relógios atômicos, por exemplo, nos da a impressão de que foi atingido o nível absoluto para a "perfeita" contagem do tempo.

Com tudo, é algo que não se pode conceber; até mesmo a temperatura influencia no comportamento dos átomos!

Os relógios atômicos registram a frequência de radiação eletromagnética que um átomo emite, sendo por isso, muito precisos.

O relógio atômico britânico é o mais preciso do mundo, o relógio atômico que dita as horas na Grã-Bretanha: adianta ou atrasa menos de um segundo em 138 milhões de anos.

É o que afirmam os cientistas ingleses do laboratório nacional de física (NPl) e pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, e nos Estados Unidos.

Mas o que são 138 milhões de anos no contesto da eternidade?

O átomo é um vórtice de energia! E segundo a física, a energia é eterna, não pode ser criada e nem destruída, sempre existiu e sempre vai existir, se move pela forma, para forma e saindo da forma.

Por isso, um único átomo se torna um poderoso referencial da eternidade, com tudo, nos mostra que as imperfeições se estendem por ela.

Com base nisso, nos deparamos com a seguinte pergunta:

Onde esta a perfeição para que nos sirva de modelo?

Tendo em vista que, o próprio Jesus se manifestou em forma corruptível, e segundo ele mesmo, foi um exemplo "comum" que qualquer homem poderia seguir.

Com tudo, a própria ciência mostra a simplicidade desse mistério.

Pois o físico Marcelo Gleiser diz que; as imperfeições e as falhas genéticas fazem com que a vida tenha capacidade de se ajustar e se adaptar as mudanças para não se extinguir.

O físico explica que imperfeições e assimetrias são o que possibilitam a complexidade do cosmo, e que toda transformação que ocorre no mundo natural é resultado de alguma forma de desequilíbrio, "imperfeição."

Com base nesse mundo subatômico, dos átomos e das genéticas, mas voltando à natureza na forma com que a conhecemos, podemos concluir que a natureza se aperfeiçoa no complemento dela consigo mesma.

Vemos plantas que não asseguram a preservação de sua espécie sem a polinização feita por insetos, e poderíamos achar muitos exemplos disso no mundo a nossa volta.

O segredo da vida não esta baseado na alto-suficiência das obras criadas por Deus, mas sim no amor e comunhão exercido por elas, que não as levam a um estado perfeito em si mesmas no contesto de individualidade, mas ao estado de completude de forma harmoniosa e coletiva.

Lembre-se, não há nada perfeito, só o equilíbrio e a harmonia podem tornar tudo perfeito dentro da perspectiva da mutualidade.

Como aquela vela historia do relógio que possui diversas engrenagens diferentes, que operando juntas em harmonia realizam um trabalho em comum.

Por isso, a frase livrai-nos do mal, sugere equilíbrio e mutualidade, de forma que, quando pedimos a Deus que nos livre do mal, temos que entender que estamos pedindo a ele que nos ajude a deixarmos de sermos "egoístas."

Somos condicionados a aplicar todo um contesto místico em cima da palavra "mal", como se tivéssemos um demônio dentro de nós ou parte de nossa essência fosse demoníaca.

Sendo que na verdade essa palavra evidencia a necessidade um equilíbrio entre nós e o nosso semelhante, e da mesma forma, com o mundo a nossa volta.

Lembre-se, ser livre do mal, é ser perfeito, mas não se assuste!

Ser perfeito, é não ser egoísta, agora se assuste!

Não ser egoísta, é ser, humilde, generoso, filantropo, caridoso, despretensioso, abnegado, simples, modesto, humanitário, etc.

Estou brincando, não se assuste!

Mas é necessário lutar contra os instintos da matéria, uma batalha árdua que deve ser aceita com resignação.

O apostolo Paulo já dizia em romanos (7. 15): "porque nem mesmo compreendo meu modo de agir, pois não faço o que prefiro ,mas, sim, o que detesto".

Ainda no verso 19 ele diz; "porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço".

Esse mal, (egoísmo,) se encontra em cada indivíduo podendo prejudicar a si mesmo e ao próximo, cabe a nós esforçarmos na luta contra ele.

Deus em sua infinita sabedoria nos livrara do mal, com tudo, dando-nos as ferramentas e as provas necessárias para exercitarmos o bem, e assim seremos livres do mal.